• Redação Globo Rural
Atualizado em
agricultura_cascavel_lavoura_feijao (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

Para pesquisadores do IEA, é importante mantér a trajetória de crescimento dos recursos do Plano Safra e estabelecer metas de médio prazo (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

Pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola de São Paulo (IEA) defendem que o Plano Safra tenha metas plurianuais. Em artigo publicado no site oficial da instituição, eles avaliam que, planejado a médio prazo, o incentivo à produção agropecuária traria mais estabilidade ao setor.

“A importância do planejamento a médio prazo é reconhecida por todos os setores envolvidos na agropecuária e vem sendo prometido pelo governo há pelo menos cinco safras”, diz o texto. O trabalho é assinado por Terezinha Joyce Fernandes França, Rejane Cecíclia Ramos, José Roberto da Silva e Samira Aoun.

Eles reconhecem que os volumes disponibilizados atualmente – que cresceram ao longo dos anos, chegando a R$ 156 bilhões na safra 2014/2015 – têm atendido o setor de forma satisfatória. E destacam que é importante manter a trajetória de elevação do montante disponível para chegar a cada vez mais produtores rurais.

E, mesmo com o cenário aperto na política monetária, os pesquisadores esperam que as taxas de juros para o Plano safra 2015/2016 se mantenham estáveis em relação ao planejamento divulgado pelo governo para o financiamento da atual safra.

“Grande parte dos financiamentos ocorre a taxas de juros controlados. Estes, por sua vez, dependem em grande parte dos depósitos à vista (exigibilidades) e podem sofrer impacto negativo desse cenário macroeconômico”, pondera o artigo do IEA, destacando a necessidade de incentivo maior aos investimentos em armazenagem e maquinário, além de condições mais favoráveis de crédito para produtores rurais iniciarem ou intensificarem ações ambientais.

Seguro

Os pesquisadores também defendem mudanças na política de seguro rural no Brasil. Eles lembram que, no ano passado, R$ 700 milhões foram previstos para a subvenção ao prêmio das apólices. No entanto, ficou faltando o pagamento de R$ 300 milhões, o que “traz uma grande insegurança para o produtor e para as seguradoras”.

Uma das melhorias, sugerem, seria a criação de um fundo específico, em que a disponibilidade dos recursos não fosse condicionada ao calendário fiscal. Interessante também seria a ampliação da cobertura, com a inclusão do seguro de renda.

“Outro ponto fundamental é não permitir o seguro “casado” com o financiamento. Essa sistemática pode dificultar a livre escolha da seguradora pelo produtor, criando um conflito entre o agente financiador e o produtor rural, além de enfraquecer o mercado privado segurador”, diz o trabalho publicado pelo IEA.