19/07/2015 18h02 - Atualizado em 19/07/2015 18h09

Na 'capital da cebola', somente 20% dos produtores mantêm o cultivo

São José do Rio Pardo passou de 3 mil hectares plantados para apenas 650.
Cerca de 70% dos agricultores diminuíram área plantada ou mudaram cultura.

Do G1 São Carlos e Araraquara

Apesar de ainda ser considerada a "capital da cebola" no Estado de São Paulo, São José do Rio Pardo está dando menos espaço a esse tipo de cultivo. Apenas 20% dos agricultores continuam com a cultura.

Em 10 anos, a área plantada passou de 3 mil hectares para 650. Cerca de 70% dos produtores diminuíram a área plantada ou trocaram de cultura e 10% deixaram de plantar qualquer outro produto.

Por conta dos problemas com a cebola, os agricultores da cidade acumulam R$ 13 milhões em prejuízos. Segundo a Casa da Agricultura, o fator foi responsável pela mudança de cultura ou diminuição da área plantada em alguns casos.

O produtor Claudinei Minussi trabalha com cebola há 30 anos. Antigamente, dedicava toda a área da fazenda para o plantio, mas reduziu o espaço para cerca de 30% e passou a produzir também cenoura e beterraba. “Diversificar um pouco para ter mais chances. A chance é maior de ganhar no fim. Hoje o custo de plantar cebola é de R$ 30 mil a R$ 35 mil por hectare. Com a beterraba não chega a R$ 10 mil”, afirmou.

São José do Rio Pardo teve diminuição no plantio de cebola (Foto: Eder Ribeiro/EPTV)São José do Rio Pardo teve diminuição no plantio de
cebola nos últimos anos (Foto: Eder Ribeiro/EPTV)

Já o agrônomo Paulo Vedovato não tem mais cebolas e passou a investir no pimentão verde e na berinjela.

“Os últimos três anos em que plantamos cebola perdemos mais de R$ 100 mil", contou.

"Vai levar, com certeza, alguns anos para recuperar o prejuízo que tivemos, porque não é uma cultura em que conseguimos grandes volumes. Devagar vamos recuperando”, afirmou.

Mudanças
Para o pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) Thiago Factor, alguns fatores foram determinantes para a mudança na cidade. “Tem-se procurado outras áreas, principalmente no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, que reúnem condições de solo melhores para cultivar essas plantas”, justificou.

Factor afirmou também que os produtores que continuam a plantar a cebola precisam ter atenção. “Não produzir na mesma época que todo mundo produz”, apontou.

 

 

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