02/11/2015 14h09 - Atualizado em 02/11/2015 14h54

Início da piracema afeta pescadores e comerciantes em Pirassununga, SP

Desde domingo (1º) pesca embarcada nos rios e abate estão proibidos.
Período vai até fevereiro e protege os peixes durante a fase de reprodução.

Do G1 São Carlos e Araraquara

A piracema começou no domingo (1º) e mudou a rotina de comerciantes e pescadores de Pirassununga (SP). Com a proibição da pesca até 28 de fevereiro, os preços dos peixes subiram e quem depende dos rios está investindo em outras atividades.

Pesca embarcada está proibida até 28 de fevereiro (Foto: Marlon Tavoni/EPTV)Pesca embarcada e abate de peixes estão proibidos
até o dia 28 de fevereiro (Foto: Marlon Tavoni/EPTV)

Em um restaurante localizado em frente à Cachoeira de Emas, todos os pratos tiveram aumento de 6% por causa da diminuição da oferta de peixes e pelo aumento de custos.

“Tudo o que sobe aqui no restaurante, se for passar para o cliente, fica muito, muito caro. Então a gente procura sempre passar uma taxa mínima para o cliente não sentir tanto que houve uma alta no peixe”, disse Tiago Henrique Martins, gerente do estabelecimento.

A época de reprodução dos peixes também afeta as atividades de Walter Machado. Pescador há mais de 60 anos, ele respeita a proibição e, nesta época do ano, troca o rio pela produção de redes. Diz que não ganha muito com a tarefa, mas ela ajuda na renda. “Ajuda um pouquinho. Para quem não tem ajuda um pouco”.

Piracema
No ano passado, a piracema foi prejudicada porque o Mogi Guaçu estava com o nível muito baixo, mas a expectativa é de que, com as chuvas registradas em setembro e outubro, os peixes consigam subir o rio com facilidade e a reprodução seja maior.

“O nível do rio está bom para a época. Ainda está relativamente baixo, porém está começando agora a temporada de chuva, então ele ainda vai pegar um bom volume de água, e a temperatura neste ano está favorecendo. Tivemos um inverno pouco rigoroso, de pouco frio, e logo após o inverno as temperaturas já se elevaram. Esses dois fatores favorecem, e muito, a reprodução dos peixes”, explicou Fábio Sussel, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta).

Ele também lembrou que nem toda modalidade de pesca é proibida. “Está proibida a pesca embarcada nos rios, está permitida a pesca de barranco, com vara, molinete, linha e anzol, desde que à distância de 2 mil metros de barragens, cachoeiras e corredeiras. E um detalhe importante: é permitido apenas o pesque e solte, não é permitido o abate de peixes nativos. Se for espécie exótica, como por exemplo a tilápia, a curvina, o tucunaré, é permitido o abate. Porém com espécie nativa apenas o pesque e solte”, disse.

Penalidades
Quem desrespeitar as regras pode ser multado pela Polícia Ambiental e ter de responder criminalmente. “A multa mínima é de R$ 200, porém há os agravantes, conforme a quantidade de peixes capturados, e todo o equipamento é apreendido”, afirmou Sussel.

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