Em comemoração ao aniversário de 242 de Campinas, o jornal Correio Popular publica matéria sobre os institutos de pesquisa ligados à APTA, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
1. C
ampinas concentra o
mais importante polo
de tecnologia agrícola
do Brasil, por unir um
grande número de
institutos de pesquisa
na área - Instituto
Agronômico (IAC), Instituto
Biológico (IB), e Instituto de
Tecnologia de Alimentos
(ITAL), todos sob a batuta da
Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios
(Apta), órgão da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento
do Estado de São Paulo com a
missão de gerenciar as
atividades científicas e
tecnológicas voltadas ao
agronegócio. Somente na
cidade a Apta coordena um
time de 255 pesquisadores e
400 servidores alocados nos
três institutos, e administra
um orçamento anual de R$
103 milhões da receita do
Estado, 90% empregado no
pagamento de salários, e mais
R$ 34 milhões provenientes
da iniciativa privada, que
aposta na capacidade dos
institutos para o
desenvolvimento de
pesquisas e novas tecnologias.
De acordo com o
coordenador da Agência
Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios (Apta), Orlando
Melo de Castro, o agronegócio
é um viés importante da
economia e só no ano
passado gerou R$ 7 bilhões de
Produto Interno Bruto (PIB)
nos 25 municípios da regional
Campinas, desse montante R$
1,1 bilhão corresponde ao
Valor de Produção Agrícola
(VPA), aquilo que sai do
campo. A região é forte em
frango, uva, cana de açúcar e
uma grande variedade de
frutas.
Se o consumidor encontra
hoje uma grande variedade de
frutas o ano todo, produtos
mais resistentes e com menor
uso de agroquímicos,
alimentos semiprocessados
com melhor preservação de
suas características, deve
muito dessas conquistas ao
incansável trabalho dos
pesquisadores dos institutos
da Apta em Campinas. Castro
diz que a diminuição do uso
de agroquímicos nas lavouras
está relacionada à tecnologia
do controle biológico, a partir
dos "insetos do bem"
desenvolvidos no Instituto
Biológico, no Centro
Experimental da Fazenda
Mato Dentro. "A partir da
assessoria e tecnologia
desenvolvida no IB muitas
empresas na região
montaram biofábrica. Existem
unidades em Valinhos e
Indaiatuba, por exemplo", diz
o coordenador da Apta. As
contribuições do Ital, que
centraliza toda a pesquisa em
Campinas, e bem antes do
surgimento de cursos
superiores na área de
alimentos era o único centro
de pesquisa do setor. De
acordo com Castro, suas
contribuições abrangem
desde o processamento de
carnes e outros produtos,
passando por tecnologia
empregada em embalagens e
o melhoramento em bebidas
lácteas e outros derivados do
leite. "São tecnologias que
fazem muita diferença para as
pequenas e microempresas de
bebidas e alimentos.
Campinas tem um número
grande de empresas desse
ramo e o trabalho do Ital
ajuda a elevar a saudabilidade
dos produtos nas prateleiras",
ressalta.
Na visão do coordenador
da Apta, os avanços a partir
do pioneirismo no passado
construíram em Campinas
um legado de pesquisa, que
reflete no presente e projeta a
cidade para o futuro, sempre
buscando inovações que
atendam às necessidades da
população, seja com a solução
de uma praga ou uma nova
variedade de produtos. A
agricultura avança com foco
na sustentabilidade, novos
produtos com qualidades
incorporadas e embalagens
que reduzam as perdas. As
instituições do setor buscam
agora a integração de
pesquisas e cooperação no
novo modelo do agropolo.
Campinas reúne grande número
de institutos de pesquisa na
área, como IAC, IB e ITAL
CAMPINAS, 242 ANOS.
SER O PRIMEIRO SHOPPING DE CAMPINAS NOS ENCHE DE ORGULHO. NÃO PELO PIONEIRISMO,
MAS POR NOS PERMITIR CRESCER JUNTOS E CONTRIBUIR COM 36 DESSES 242 ANOS.
ENTRE UMA CIDADE ACOLHEDORA E UMA COSMOPOLITA, NOS ORGULHAMOS DE TER ESCOLHIDO AS DUAS.
IGUATEMICAMPINAS.COM.BR
Nascida em 14 de julho
Cidade é polo de tecnologia agrícola
“Campinas não foi só
a cidade onde eu
nasci e cresci, é o
lugar que posso
chamar de lar. E
quem não tem um
lugar preferido na
cidade? Eu adoro a
Lagoa do Taquaral,
onde é possível
apreciar a natureza
em meio à cidade.
Campinas mistura o ar
de uma cidade grande
com toda a calmaria
do nosso Interior,
parabéns Campinas !
E obrigada por tudo
que me proporcionou
até hoje!”
Caroline Batalha
Dias Rosa Menali,
nascida em 14/07/1987
Orlando Melo de Castro, coordenador da Apta: o agronegócio é um viés importante da economia
AGRICULTURA
CAMPINAS, 242 ANOS CORREIO POPULAR E13
Campinas, quinta-feira, 14 de julho de 2016
2. R
eferência
internacional, o
Instituto
Agronômico de
Campinas
completou 129 anos
de uma história
construída no avanço
tecnológico e empenho de
pesquisadores
comprometidos com a
inovação no ambiente
agrícola. No IAC trabalham
433 profissionais
considerando as unidades
de outras cidades, entre os
quais 152 pesquisadores,
que só se dedicam a
pesquisas contínuas.
Atualmente, estão em
andamento 282 projetos de
pesquisa em diversas
áreas. Sérgio Augusto
Morais Carbonell,
diretor-geral do Instituto
Agronômico (IAC), diz que
as pesquisas do IAC estão
no dia a dia dos brasileiros,
já que a tecnologia do IAC
está presente em muitos
dos produtos usados no
cotidiano. A lista abrange
café, plantas aromáticas,
roupas de algodão, arroz e
feijão importante dupla no
prato do brasileiro, o suco
de laranja e o etanol. As
pesquisas em
melhoramento vegetal
recebem grande
investimento e somam, ao
longo de 129 anos de
trabalho, a colocação no
mercado de 1039
cultivares, de 99 espécies.
O Instituto Agronômico
(IAC) dedica-se ao
melhoramento genético
convencional de plantas
agrícolas e aos pacotes
tecnológicos que envolvem
essas espécies, desde o
plantio à colheita,
incluindo estudos de solo,
clima, pragas e doenças e
segurança e eficiência na
aplicação de agrotóxicos.
Só no ano passado
foram lançadas 15
cultivares, de milho, milho
pipoca, sorgo vassoura e
plantas ornamentais, além
do registro de um software
e um depósito de patentes.
O trabalho do IAC atraí à
atenção de diversos países
e recebeu, em 2015,
visitantes de 24 países dos
cinco continentes. "Os
pacotes tecnológicos do
Instituto Agronômico estão
em vários estados do Brasil
porque têm eficiência
comprovada nas diferentes
situações de clima, solo e
disponibilidade hídrica
brasileiras. Cultivares de
feijão, trigo, cana, citros e
café, por exemplo,
representam seguramente
o alicerce da agricultura
nacional", diz Carbonell.
Além da sede do IAC com
10 hectares, o Centro
Experimental Central soma
mais 720 hectares, além de
1 mil hectares
considerando a soma das
áreas dos Centros
avançados em Ribeirão
Preto, Cordeirópolis,
Votuporanga e Jundiaí.
Para dar suporte ao
trabalho, o IAC deve
receber até o final do ano,
R$ 2,6 milhões do Tesouro
do Estado de São Paulo, R$
6 milhões do Fundo
Especial de Despesas e R$
25 milhões de agências de
fomento e projetos com a
iniciativa privada.
Para o futuro, Carbonell
diz que o IAC está
realinhando as pesquisas
de acordo com as
demandas. O Instituto vem
investindo nos laboratórios
de referência, como os
Laboratórios de Análise
Física do Solo, Análise de
Fertilizantes e Resíduos,
Análise de Fertilidade do
Solo, Sementes e o
Quarentenário. O Instituto
também está envolvido
com o Agropolo
Campinas-Brasil, com o
objetivo de discutir
estratégias para que os
potenciais agrícolas do
país sejam plenamente
aproveitados sem
prejuízos à
sustentabilidade.
Atualmente, estão em
andamento 282 projetos de
pesquisa em diversas áreas
IAC, 129 anos, referência internacional
HOJE
Nascida em 14 de julho
"Gosto muito da minha cidade.
Pena que a data do
aniversário passe
despercebida porque
resolveram comemorar em 8
de dezembro, dia da
padroeira. Isso causa muita
confusão. Tem gente que nem
se toca que dia 14 de julho é o
dia de Campinas, mas isso
não me impede de sempre
lembrar que é o dia da cidade.
Cresci na região do Taquaral,
quando a lagoa ainda não era
cercada. É um lugar de muitas
recordações e, na minha
opinião, uma das melhores
atrações da cidade porque
reúne opções para todas as
idades."
Maria Antonia Bonareti
Fortunato, nascida em
14/07/1957
ONTEM
O trabalho do Instituto recebeu, em 2015, visitantes de 24 países dos cinco continentes: pesquisas alinhadas de acordo com as demandas
Avenida Salles de Oliveira, na Vila
Industrial, em 1978, imagem do
arquivo CEDOC/Rac, e em foto
atual de Dominique Torquato
INSTITUTO AGRONÔMICO
E14 CORREIO POPULAR CAMPINAS, 242 ANOS
Campinas, quinta-feira, 14 de julho de 2016