25/09/2016 09h04 - Atualizado em 25/09/2016 09h04

Associação do Alto Tietê cultiva ácaro que reduz prejuízos nas plantações

Ácaro predador se alimenta do ácaro rajado.
Aflord estuda maneira de estender fornecimento.

Do G1 de Mogi das Cruzes e Suzano

O Instituto Biológico criou um ácaro predador. Ele se alimenta de outro ácaro, o rajado, que dá muito prejuízo para o floricultor. A Associação dos Floricultores da Região da Via Dutra (Aflord) abraçou a ideia e já está fornecendo para parte dos associados, o ácaro predador. O resultado tem sido surpreendente e com muitas vantagens para o produtor. O método é mais barato do que o tratamento químico e é ambientalmente correto.

O ácaro predador aparece em forma de pontinhos alaranjados e funciona como um dos principais aliados dos floricultores no combate natural de pragas.

O pesquisador científico do Instituto Biológico, Mário Eidi Sato, conta como os ácaros se manifestam. "O ácaro predador serve apenas para o controle biológico do ácaro rajado. Esse ácaro rajado é uma praga que ataca um grande número de culturas, como morango, feijões, algodão e mamão. No caso de ornamentais, como rosas e orquídeas, ele chega a ser uma praga bastante séria, então quando essas plantas estão infestadas com ácaro rajado, recomenda-se o uso de algum predador".

Sato descobriu que para a criação deste tipo de ácaro predador é preciso ter uma planta para proliferação dos vilões dos floricultores: os ácaros rajados.

Mais de mil espécies de plantas são infestadas por ácaros rajados. A escolha do Feijão de Porco para criação do ácaro rajado se deve ao fato da planta ter um ciclo bastante curto e suportar uma grande população de ácaro rajado, explica o pesquisador. "Então, como o objetivo é produzir uma grande quantidade de ácaros para criação de predadores, nós optamos pela criação utilizando o Feijão de Porco".

As vantagens são diversas, como a redução da mão de obra e consequente redução do custo de produção. Tanto que a ideia do controle natural chegou ao Alto Tietê. A Aflord está desenvolvendo um projeto inspirado nas pesquisas do Instituto Biológico com a criação de ácaros predadores.

A agrônoma Sandra Shinoda conta como foi a implantação do projeto. "Nós fizemos um projeto piloto em um produtor de Guararema, ciclo de plalestras para demonstrar os resultados e, a partir de então, começamos com a criação".

Atualmente, 20 dos 63 associados da Aflord estão recebendo ácaro predador dentro desse projeto piloto. A Associação está estudando uma maneira para estender o fornecimento para os interessados que não são associados.

Além do ácaro que só come o rajado, a Aflord está criando um outro que se alimenta de mais tipos de ácaros, que também trazem prejuízos aos floricultores.

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