O workshop apresentou pesquisas inovadoras desenvolvidas por instituições ligadas à Secretaria da Agricultura buscando novas parcerias com empresas. O coordenador da Apta destacou a importância de aproveitar leis recentes para transferência de tecnologia e parcerias público-privadas. Um exemplo apresentado foi o desenvolvimento de carrapaticida natural pelo IZ em parceria com empresa.
Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
Secretaria da Agricultura busca novas parcerias com empresas
1. Secretaria da Agricultura busca
novas parcerias com empresas
Em encontro realizado pela
Apta no Instituto Agronômico
de Campinas foram
divulgadas pesquisas
inovadoras produzidas nas
instituições ligadas ao Estado
e apresentados novos modelos
de transferência de tecnologia
om a proposta de estabelecer novas
parcerias com a iniciativa privada e
ampliar a segurança jurídica na rela-
ção entre institutos de pesquisa agro-
pecuária vinculados ao Governo pau-
lista e empresas, a Agência Paulista
deTecnologiadosAgronegócios(Apta)
promoveu, na manhã de terça-feira,
28, no auditório do Instituto Agronô-
mico de Campinas (IAC), o workshop
Oportunidades de Novos Negócios
para as Cadeias Agrícolas no Estado
de São Paulo.
O evento abriu espaço para as
instituições vinculadas à Secretaria
Estadual da Agricultura e Abasteci-
mento (SAA) divulgarem pesquisas
inovadoras para alguns dos parceiros
presentes, como, por exemplo, a Asso-
ciação Nacional de Defesa Vegetal
(Andef). O encontro teve o apoio da
Fundação de Desenvolvimento da
Pesquisa do Agronegócio (Fundepag)
e da Fundação de Apoio à Pesquisa
Agrícola (Fundag), além da presença
de equipes dos polos regionais da
Apta e dos institutos Agronômico de Cam-
pinas (IAC), Biológico (IB), de Tecnologia de
Alimentos (Ital), de Economia Agrícola (IEA),
de Pesca (IP) e de Zootecnia (IZ).
“O intuito é aproveitar diversas leis
recentes direcionadas à transferência de tec-
nologia, parcerias público-privadas e obten-
ção de patentes”, explica o coordenador
da Apta, Orlando Melo de Castro. Do con-
junto de novas regras, ele destaca o Marco
Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei
federal nº 13.243/2016), a Lei estadual de
Inovação (nº 1.049/2008), a Resolução nº
12/2016, da SAA, e o estabelecimento, em
setembro do ano passado, dos Núcleos de
Inovação Tecnológica (NITs) nos institutos
ligados à secretaria (ver serviço).
Exclusividade – Para Melo de Castro,
o momento atual é de nova fase na relação
entre as empresas e os institutos paulistas de
pesquisa, uma época de apresentar os frutos
dos cerca de R$ 100 milhões federais e esta-
duais investidos neles desde 2008 em infraes-
trutura e equipamentos. Ele ressalta a impor-
tância da inovação criada nos laboratórios
vinculados à pasta da Agricultura nos últimos
cem anos para aumentar a produção de ali-
mentos, promover a sanidade animal e vege-
tal e aprimorar processos.
“As instituições, as empresas e a socie-
dade têm vantagens nesse processo”, expli-
ca. “Com as novas regras, o empreendedor
aporta recursos e terá disponível todo o
aparato oferecido pelo Estado, incluindo a
mão de obra qualificada dos pesquisadores
e servidores, além dos equipamentos, labo-
ratórios e fazendas experimentais”, infor-
ma. Além disso, observa o coordenador,
ele passa a ter direito à propriedade intelec-
tual e à exclusividade no uso da tecnologia
desenvolvida durante o período de validade
do contrato, assim como divide os lucros
obtidos pelo trabalho conjunto com os ins-
titutos e pesquisadores participantes em
cada um dos projetos.
Pioneirismo – Vem do IZ, em Nova
Odessa, um dos primeiros exemplos de par-
ceria propostos no workshop. Em outubro
do ano passado, a HYG Systems, empresa
de Campo Limpo Paulista, assinou contrato
com o Instituto de Zootecnia para o desen-
volvimento conjunto de um carrapaticida
natural formulado com óleos essenciais. A
meta é oferecer, no futuro, fórmula inédita
e sustentável de combate às pragas somente
com o uso de extratos de plantas.
“A ideia é combinar compostos aromá-
ticos para prevenir carrapatos e mosca-dos-
-chifres, mosca-varejeira (a causadora do
berne) e a mosca-dos-estábulos. Outra van-
tagem do repelente é não deixar resíduos
no meio ambiente”, explica Luciana Katiki,
veterinária do IZ. Ela divide a autoria da
pesquisa, iniciada em 2006, com os cientis-
tas Cecília Veríssimo e Leandro Rodrigues.
“Sabíamos, há dez anos, ter encontrado
princípios ativos importantes, mas faltava
um parceiro interessado em transformá-
-los em um produto”, revela. Segundo ela,
o projeto recebeu aporte de R$ 200 mil da
HYG Systems e atualmente o produto está
em fase de adequação e de validação. A
meta atual é concluir os testes com o repe-
lente até o final desse semestre.
Mais negócios – Outro exemplo de
parceria possível vem do próprio IAC.
Desde 2005, o agrônomo Alisson Chiorato
trabalha com o melhoramento genético de
variedades (cultivares) de feijão para o mer-
cado interno e de exportação. Segundo ele,
as sementes produzidas em Campinas aten-
dem agricultores e empacotadores do prin-
cipal alimento dos brasileiros e os cultiva-
res estão presentes atualmente em cerca de
20% de todos os feijoeiros nacionais.
Para quem planta, explica Chiorato, a
meta é ter vegetais robustos, produtivos,
tolerantes à colheita mecanizada e resis-
tentes às pragas existentes no País inteiro
causadas por fungos, como a antracnose e a
murcha-de-fusarium. Para os empacotado-
res, os pontos mais valorizados nas semen-
tes são características como tamanho, cor e
tolerância ao escurecimento.
“Durante o ano, o IAC promove diversos
dias de campo em todo o Brasil para apre-
sentar os cultivares desenvolvidos. Nesses
encontros, ouvimos as necessidades dos com-
pradores e vendemos as sementes. Agora,
com essas novas opções de transferência de
tecnologia e de parceria com o setor produ-
tivo, a meta é avançar ainda mais no melho-
ramento genético e no desenvolvimento da
agricultura nacional”, comenta o agrônomo.
Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
C
SERVIÇO
Marco Legal de Ciência, Tecnologia e
Inovação – goo.gl/34yDt2
Lei Paulista de Inovação – goo.gl/y4BnQv
Resolução nº 12/2016 – goo.gl/aY8cGs
CLEOVELLEDA
CLEOVELLEDA
CLEOVELLEDA
CLEOVELLEDA
IAC
Workshop – Apresentação
das pesquisas desenvolvidas
nas instituições vinculadas
à pasta da Agricultura
IAC – Melhoramento genético de feijão
Luciana – Carrapaticida natural Melo de Castro – Aproveitar diversas leis recentes Chiorato, agrônomo do IAC
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Volume 127 • Número 60 • São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 2017 www.imprensaoficial.com.br
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