Por Globo Rural


Pesquisadores encontram solução biológica para acabar com o ácaro rajado nas lavouras

Pesquisadores encontram solução biológica para acabar com o ácaro rajado nas lavouras

O ácaro rajado é uma praga comum e que traz muita dor de cabeça para o agricultor. Para enfrentar o problemas, pesquisadores estão criando um controle biológico com predadores dele. A técnica tem ajudado produtores de morango e flores do interior de São Paulo.

Ácaros são pequenos em tamanho, mas grandes em quantidade, e existem milhares de espécies no mundo, sendo que algumas delas vivem no campo. A olho nu, é difícil notar a presença deles, mas os estragos são visíveis.

“Mais de mil espécies de plantas são atacadas por esse ácaro, e , em algo em torno de umas 150 culturas, ele causa prejuízos significativos. No Brasil, ele causa danos severos em algodão, feijão, ornamentais, rosa, crisântemo e pêssego”, explica Mário Sato, agrônomo do Instituto Biológico de São Paulo.

Antigamente, só existia um jeito de acabar com uma infestação de ácaro rajado, o controle químico com agrotóxicos, mas, de uns anos para cá, os produtores contam com um novo aliado, os ácaros predadores, que funcionam como controle biológico.

A oferta de produtos biológicos vem crescendo no país. Há 10 anos, o país tinha apenas 21 defensivos disponíveis e, atualmente, são 265.

Como funciona

Dentro de estufas, biofábricas criam e multiplicam as espécies registradas. Elas comercializam frascos com até 25 mil predadores. O frasco com 5 mil ácaros é vendida por cerca de R$ 300.

A alternativa ajudou a produção de flores da família da bióloga Angelita de Macena. Ela, a irmã e o cunhado cultivam 4 hectares de gérberas em Holambra, interior de São Paulo, conhecida como cidade das flores.

Eles enfrentaram muitos problemas com o ácaro rajado. Há 5 anos, Angelita conseguiu zerar a população da praga após liberar mais de 13 mil predadores nas áreas infestadas.

“Com três meses começamos a ver resultado. Deu um certo medo porque você não enxerga de início o ácaro. Tem que treinar o olhar para a planta. Quando comecei a conhecer, comecei a enxergar o resultado”, explica.

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