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    13 benefícios do café para a saúde e quanto consumir diariamente

    Dose moderada diária da bebida pode melhorar o metabolismo, prevenir doenças e estimular a mente

    Xícaras de café
    Xícaras de café Foto: Luisa Gonzalez/Reuters

    Da CNN

    Lucas Rocha, da CNN, em São Paulo

    Não é de hoje que os benefícios do café são pesquisados por cientistas. Além de sua importância econômica, a bebida se popularizou ao longo dos anos, conquistando muitos adeptos das doses diárias na rotina.

    Por isso, o grão tornou-se fonte de estudos para compreender possíveis impactos positivos para a saúde, assim como investigar a existência de efeitos prejudiciais para o organismo.

    Aos adoradores da bebida, conhecer esses fatores é uma forma de incluir a cafeína na rotina de forma saudável e entender como aproveitar os benefícios comprovados do grão.

    Entenda para que serve o café quando o assunto é qualidade de vida e descubra quais contribuições a bebida pode trazer para a saúde.

    Veja 13 benefícios do café para a saúde

    Alvo de inúmeros estudos científicos ao longo dos anos, o café pode trazer diversos benefícios para a saúde.

    Um artigo de revisão publicado no periódico New England Journal of Medicine resume evidências sobre os diversos efeitos fisiológicos da cafeína e do café para o organismo.

    Segundo a pesquisa, o consumo moderado pode reduzir o risco de doenças crônicas, incluindo diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer.

    Conheça os principais benefícios do café apontados pela ciência.

    1. O café pode ajudar no emagrecimento

    Benefícios dos cafés
    Benefícios dos cafés / Imagem: Pexels/Annushka Ahuja

    Alguns componentes do café, principalmente a cafeína, a teobromina, o ácido clorogênico e a teofilina ativam o sistema nervoso autônomo, o que provoca aumento na produção de adrenalina pelas glândulas suprarrenais.

    A adrenalina, por sua vez, aumenta a quebra de células de gordura e libera o que os ácidos graxos livres, que é a gordura estocada. O corpo utiliza então esses ácidos graxos livres como fonte de energia.

    Um estudo publicado na revista Scientific Reports, em 2019, mostrou que uma xícara de café pode ajudar a perder peso ao estimular a gordura marrom, que queima calorias para gerar calor corporal.

    2. Melhora o desempenho físico

    O café aumenta a performance na realização de exercícios físicos, segundo estudo publicado no International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism.

    Pesquisas realizadas com a participação de atletas mostraram que a ingestão de 3 miligramas de cafeína (por quilo de peso) uma hora antes de uma atividade ajuda bastante na performance.

    A ação no sistema nervoso central estimula a produção de endorfinas, trazendo mais prazer e sensação de bem-estar.

    3. Alívio do estresse

    O estresse crônico aumenta a produção de cortisol e altera circuitos de uma região do cérebro chamada hipocampo. Com isso, há uma piora no humor e na memória e um aumento da suscetibilidade à depressão.

    Compostos presentes no café, como a cafeína e o ácido clorogênico, melhoram o humor e contribuem para uma diminuição do nível de estresse, além de trazer benefícios para a memória e o raciocínio.

    4. Faz bem para o cérebro

    A cafeína é uma substância que bloqueia importantes receptores de adenosina no cérebro. Em outras palavras, o consumo do café tem uma correlação inversa com a depressão e a diminuição de memória.

    A atividade da cafeína acaba melhorando a plasticidade das sinapses, conexões dos neurônios no cérebro, o que confere uma ação de neuroproteção.

    Essa foi a conclusão de estudos publicados em colaboração por pesquisadores do Brasil, Estados Unidos e Portugal, no periódico científico Proceedings of National Academy Sciences (PNAS).

    O estudo mostrou que os benefícios do café ao cérebro acontecem com o consumo de doses moderadas, entre 100 e 400 miligramas de cafeína por dia (de 1 a 5 xícaras).

    Nesse contexto, existe uma diminuição do risco de demência e de declínio cognitivo, além da possibilidade de melhora para quadros já existentes – os estudos mostraram que o café ajuda na prevenção do Alzheimer e melhora sintomas de pacientes com Parkinson.

    5. Auxilia na digestão

    Substâncias presentes no café, como os polifenóis e a cafeína aumentam o movimento do tubo digestivo, do sistema gastrointestinal. Esse mecanismo facilita a digestão.

    O consumo do café também aumenta a produção de um hormônio chamado gastrina – que ativa o cólon, parte do intestino grosso – quatro minutos depois de ser consumido, o que melhora o funcionamento do intestino em algumas pessoas.

    6. Reduz dores de cabeça

    Estudos da Universidade do Porto, de Portugal, mostram que a cafeína contribui para o alívio das dores de cabeça.

    A substância pode ser encontrada inclusive na formulação dos medicamentos frequentemente utilizados no combate às dores de cabeça.

    7. Efeito anti-inflamatório

    Benefícios de tomar café
    Benefícios de tomar café / Imagem: Pexels/Picas Joe

    O ácido clorogênico, componente da bebida, é um potente antioxidante com efeito anti-inflamatório, por isso a ação de combate a inflamação também está entre os benefícios do café.

    Os antioxidantes presentes na composição do grão combatem o excesso da produção dos radicais livres, que levam à inflamação e ao envelhecimento.

    Um estudo da Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, publicado na revista Nature Medicine, mostrou que a cafeína pode ajudar a conter processos inflamatórios relacionados à idade.

    8. Previne o câncer

    Estudos revelam que o café ajuda a prevenir determinados tipos de câncer, como os que afetam a mama, a próstata, os ovários e o cólon.

    A quantidade relevante de antioxidantes, como o ácido clorogênico, além da cafeína, dos tocoferóis (vitamina E) e dos compostos fenólicos, protege as células dos danos provocados pelos radicais livres.

    Além disso, as substâncias diminuem a inflamação do organismo, os danos ao DNA e, portanto, a incidência de câncer.

    9. Ajuda a melhorar sintomas respiratórios

    Estudos da Universidade do Porto, destacados anteriormente, mostraram que pessoas que consomem café têm 30% menos chance, em média, de desenvolver sintomas como a asma, quando comparados a indivíduos que não consomem a bebida.

    Os resultados consideram um consumo moderado da bebida, de 50 a 300ml por dia – quantidade que representa cerca de 3 a 5 xícaras.

    Além disso, a cafeína tem efeito broncodilatador (auxilia na respiração), o que revela outros benefícios do café, como a redução da fadiga dos músculos respiratórios e melhora da função pulmonar em até duas horas após o consumo.

    Outros estudos também sugerem a redução de sintomas e de manifestações clínicas da asma, benefícios de tomar café a longo prazo.

    10. Efeito epigenético

    O advento da medicina personalizada, que permite a realização do sequenciamento do genoma dos pacientes, tornou possível investigar os efeitos do consumo do café na expressão de vários genes.

    Entre eles, a ativação daqueles que podem melhorar a digestão, prevenir a inflamação e proteger contra substâncias químicas nocivas.

    11. Reduz as chances de problemas cardiovasculares

    Algumas substâncias presentes no café, como a cafeína, estão relacionadas a benefícios para a saúde cardiovascular.

    De acordo com estudo publicado pela Revista de Nutrição do Brasil, as propriedades antioxidantes da cafeína são capazes de conferir uma proteção ao sistema cardiovascular.

    Estudos compartilhados pela CNN também indicam uma redução de 10% a 15% nas chances de adquirir doenças cardiovasculares para quem consome de duas a três xícaras da bebida por dia.

    Além da cafeína, os polifenóis presentes no grão também são fontes antioxidantes, que contribuem para essa ação protetiva.

    12. Ajuda na memória e foco

    A ação de neuroproteção também garante outros benefícios do café relacionados à saúde do cérebro: uma melhora no foco e na memória.

    Isso é o que revela uma pesquisa publicada pelo periódico Nature Neuroscience. De acordo com as descobertas do estudo, a cafeína pode melhorar a memória de longo prazo em humanos.

    Esse é o resultado de testes, que revelaram uma melhora no desempenho dos participantes em atividades comportamentais 24 horas após o consumo da bebida.

    13. Contribui para a longevidade

    Café faz bem à saúde
    Café faz bem à saúde / Imagem: Pexels/Marcus Aurelius

    O café pode contribuir para uma vida mais saudável em pessoas com diabetes, reduzindo o risco de mortes precoce em adultos com a doença.

    De acordo com estudo sobre a relação entre o café e diabetes, publicado na revista científica BMJ e compartilhado pela CNN, o consumo da bebida pode reduzir em 25% as chances de morte prematura.

    Outro estudo, realizado por Peter Kistler, chefe de pesquisa de eletrofisiologia clínica do Baker Heart and Diabetes Institute e de eletrofisiologia do Alfred, Hospital em Melbourne, mostrou que o café moído pode reduzir o risco de morte em 27%.

    Quais são as propriedades do café?

    Além da cafeína e dos antioxidantes, o café também é rico em nutrientes, como vitaminas do complexo B, potássio e manganês.

    Na bebida, é possível encontrar outros componentes, como:

    • fósforo;
    • cafestol;
    • kahweol;
    • ácidos clorogênicos.

    A composição química ajuda a entender mais sobre as propriedades de cada substância e, com isso, a analisar o café e seus benefícios para a saúde.

    É saudável tomar café todos os dias?

    Segundo o artigo publicado no periódico científico PNAS, apresentado anteriormente, não há indícios de que o consumo diário moderado de café seja prejudicial para pessoas saudáveis.

    “Não faz mal à saúde se tomado de forma moderada. O adulto sem problemas de saúde pode consumir até quatro xícaras de café coado por dia”, reforçou o cardiologista Roberto Kalil, em entrevista à CNN, no quadro Sinais Vitais.

    Contudo, segundo o especialista, é preciso ficar atento à quantidade de bebida ingerida, pois o excesso pode desencadear efeitos indesejados. Kalil destacou alguns deles durante sua entrevista à CNN:

    • insônia;
    • dor de estômago;
    • sensação de irritabilidade;
    • batimentos cardíacos irregulares.

    Confira a entrevista completa realizada no quadro Sinais Vitais:

    Qual a quantidade de café recomendada?

    Em geral, a dose diária de cafeína recomendada para que a bebida tenha efeitos positivos no organismo é de até 400 miligramas, quantidade equivalente a cerca de cinco xícaras pequenas.

    No entanto, isso pode variar de uma pessoa para outra. O consumo de cafeína durante a gravidez, por exemplo, deve ser reduzido, uma vez que a bebida pode trazer alguns impactos negativos para os bebês.

    O café pode causar malefícios?

    Os benefícios e malefícios do café são estudados por cientistas há muitos anos para entender se a bebida pode ou não ser prejudicial à saúde.

    Como destacado anteriormente, não há indícios de efeitos colaterais para indivíduos saudáveis e que consomem a bebida de forma moderada.

    A quantidade considerada pela pesquisa como “moderada” varia de 3 a 5 xícaras diárias. Entretanto, alguns grupos podem ser mais sensíveis ao consumo da bebida.

    De acordo com o estudo da Revista de Nutrição do Brasil, apesar dos benefícios do café, a bebida apresenta substâncias com efeito antagônico – ou seja, capazes de trazer tanto uma influência positiva quanto negativa para o organismo.

    Enquanto a ação antioxidante previne doenças e tem ação anti-inflamatória, por exemplo, outros componentes podem aumentar a pressão arterial e elevar o colesterol.

    Nesse contexto, indivíduos que sofrem com alguma doença cardiovascular, como hipertensão, ou apresentam histórico de colesterol alto, podem sentir alguns malefícios da bebida para a saúde.

    O que define a qualidade do café?

    Para que serve o café
    Para que serve o café / Imagem: Unsplash/Mike Kenneally

    Até chegar à mesa do consumidor, o café passa por várias etapas, que incluem o plantio, a colheita e o processamento, que pode ser feito com diferentes técnicas.

    Os grãos podem ser moídos, torrados ou até mesmo fermentados, e essas diferenças também impactam nos benefícios do café consumido no dia a dia.

    A qualidade do café depende principalmente da relação entre as características genéticas da planta e os fatores relacionados ao ambiente, como local de cultivo, temperatura, nutrição da planta e irrigação.

    O condicionamento genético permite à planta expressar características de sabores e aromas diferenciados.

    O fator tecnológico, que diz respeito ao processamento pós-colheita, tem impacto decisivo na qualidade do café, podendo alterar o sabor, seja pela forma de secagem, seja pela forma de processamento – como café descascado, natural ou fermentado, por exemplo.

    Como armazenar o seu café?

    O café é um produto sensível à luz e ao oxigênio. Para garantir as suas boas condições, é preciso ter atenção ao armazenamento em casa.

    Para durar mais tempo, preservar as características de origem e aproveitar os benefícios do café, o produto deve ser guardado em uma embalagem ou recipiente escuro, que não receba luz, e hermeticamente fechado, por conta do oxigênio.

    Ele deve ser armazenado longe de outros alimentos, pois absorve cheiro de outros materiais, como temperos, por exemplo.

    Já a durabilidade pode variar de acordo com o tipo de produto. O café em grão torrado tem um período maior de aproveitamento em comparação ao café moído.

    É importante respeitar o prazo de validade do produto – a partir de 4 a 6 meses ele começa a perder as características iniciais do momento em que foi embalado.

    Consumo de café no Brasil

    O café é item comum na mesa dos brasileiros, como revelam os relatórios de consumo no país, divulgados pela Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC). Em 2022, o volume de sacas consumidas ultrapassou os 21 milhões.

    Segundo a Associação, o número equivale a 41,8% da safra do ano e mantém o Brasil como segundo maior consumidor de café no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos – que apresenta uma diferença de 4,7 milhões de sacas.

    Os dados indicam o potencial econômico e a importância do café como alimento para os brasileiros.

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