Por Vivian Souza, g1


Cenouras coloridas — Foto: Photo credit: PMillera4 on Visualhunt.com

Um prato colorido é a recomendação dos nutricionistas para a nossa rotina alimentar e é possível dar ainda mais tonalidades às refeições. Diversos alimentos possuem variedades em que seus pigmentos mudam: a banana nem sempre é amarela, pode ser roxa ou rosa; a batata-doce, laranja; a couve-flor, roxa.

E a mudança não é apenas na aparência, há também alteração do sabor – como no caso da banana, que fica menos doce do que as amarelas – e até mesmo dos nutrientes, como a batata-doce laranja, que tem até 10 vezes mais o betacaroteno, fonte de vitamina A.

O g1 mostra 5 alimentos que existem em diversas cores:

Cenoura preta, branca e amarela

Cenoura colorida — Foto: Photo credit: sweetbeetandgreenbean on Visualhunt.com

Apesar de ser mais comum encontrar nos supermercados cenouras laranjas, o cultivo existe em diversas tonalidades.

Como alimento, a cenoura tem cerca de 5 séculos, aponta o pesquisador Agnaldo de Carvalho, responsável pelo melhoramento genético de cenoura na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Hortaliças.

A primeira de todas as cenouras era a branca. O pesquisador a descreve como bem diferente do que encontramos nos supermercados hoje em dia: “Era uma raiz toda retorcida, lenhosa e com o sabor muito ruim”.

No decorrer dos séculos, a cenoura foi se espalhando pelo mundo e ganhando cores diferentes. Na China e na Índia, surgiu a vermelha, e na Europa, a amarela e a roxa. Existem também algumas de tons escuros, classificadas como pretas.

A famosa laranja teria se originado na Holanda, conta o pesquisador da Embrapa. Ela é uma evolução da cenoura amarela: “Provavelmente surgiram tipos um pouco mais alaranjados, e os produtores foram selecionando esses e foram consultando essa cor até surgir o tipo laranja intenso”.

Couve-flor roxa e amarela

Couve-flor roxa e amarela — Foto: Divulgação / Emater-MG

A couve-flor é uma hortaliça importante do ponto de vista nutricional, pois é rica em cálcio e em fósforo e contém teores de vitaminas B9, B12 e C. Além disso, ela tem teores bem baixos de sódio e de calorias, aponta a Embrapa.

A hortaliça surgiu na Ásia Menor e foi levada para a Europa no século 16, sendo trazida ao Brasil apenas no século 19, aponta o Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Ela existe nas colorações branca, creme, amarela, laranja, verde e roxa – essas duas últimas ainda pouco comercializadas. Os benefícios para a saúde e a forma de plantio são os mesmos, independentemente da variedade.

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Mandioca de polpa rosada

Mandiocas de polpa rosada desenvolvidas pela Embrapa. — Foto: Fabiano Bastos / Divulgação Embrapa

Classificadas pela Embrapa como mandiocas de polpa rosada, as duas variedades são ricas em um componente chamado licopeno, um antioxidante que apresenta ação no combate ao envelhecimento precoce e na prevenção do câncer de próstata, explica a instituição.

Os dois tipos de mandioca foram desenvolvidos pela Embrapa Cerrados em um projeto com foco em cultivares específicas para uso culinário, em preparo de forma cozida, frita, chips, mandioca palito, pré-cozida, massas, entre outras.

As mandiocas de polpa rosada levam um tempo de cocção inferior a 30 minutos, aponta o estudo "BRS 400 e BRS 401- novas cultivares de mandioca de mesa com raízes de polpa rosada".

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Arroz vermelho

Arroz vermelho. — Foto: Olympus Imaging Corp / Unsplash

O Brasil é produtor de diferentes tipos de arroz. Além dos mais consumidos, como o agulhinha, integral e parboilizado, há os chamados “arroz pigmentados”, que incluem espécies como o vermelho e o negro, que têm 15% mais proteínas do que o arroz branco polido.

Porém, estes gêneros ainda possuem um consumo pequeno no país, abastecendo somente 1% da população, com 120 mil toneladas ao ano, segundo pesquisa realizada pelo pesquisador em Genética e Melhoramento de Arroz da Embrapa, José Manoel Colombari.

Mais comum no Nordeste, o grão vermelho tem se destacado na culinária gourmet, na elaboração de saladas, bolinhos e como acompanhamento de carnes brancas, como peixe e frango. Consumido em sua forma integral, ele previne doenças degenerativas e tem ação anti-inflamatória e hipoglicêmica.

A primeira cultivar de arroz vermelho desenvolvida no Brasil foi lançada em 2018 pela Embrapa.

Batata-doce laranja

Batata-doce laranja — Foto: Divulgação Embrapa

A batata-doce Beauregard, que é laranja, foi lançada em 1981 pela Louisiana State University, nos Estados Unidos.

Essa cor acontece por causa do alto teor de betacaroteno, que além de dar essa pigmentação também é fonte de vitamina A. Seu volume na raiz pode ser cerca de 10 vezes maior do que na de polpa mais clara, aponta a Embrapa.

Com um ciclo de 120 a 150 dias, o plantio é recomendado nas principais regiões produtoras de batata-doce no Brasil ao longo do ano todo, exceto em locais e períodos em que a temperatura mínima for inferior a 15 ºC.

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Banana roxa

Banana roxa — Foto: Marcelo Brandt / g1

A banana tem origem na Ásia e possui diferentes formas e colorações, afirma Edson Nomura, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). As variedades possuem mais teor de amido do que as bananas mais conhecidas, como a nanica e a prata, e são menos doces.

Uma destas é a banana roxa, que é maior do que a banana nanica e a prata, por exemplo. Ela é roxa no caule e na casca enquanto ainda não está madura. Quando está pronta para consumo, ela fica amarela. Apesar da cor externa, a polpa é branca.

Outra banana diferente é a rosa, mais usada de forma ornamental, em arranjos.

Apesar da diversidade, esses produtos não têm muito valor de mercado, pois como não são conhecidos entre os brasileiros, não há procura e, deste modo, os produtores não investem neles.

Há também uma questão de tradição entre os consumidores, que preferem a banana nanica ou a prata, aponta Nomura.

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