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APTA identifica materiais de goiaba que podem ser usados no cultivo orgânico

Pesquisa conduzida pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, identificou materiais de goiaba resistentes a pragas e doenças que podem ser utilizados em sistema orgânico de produção. A goiaba é uma das fruteiras que mais recebe aplicação de agroquímicos. O trabalho ficou na terceira colocação do Prêmio Josué de Castro de Combate à Fome e a Desnutrição, na categoria “Melhor pesquisa científica”, oferecido pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea).
O objetivo do trabalho do Polo Regional de Pindorama da Apta em conjunto com o Polo Regional de Bauru e o Instituto Agronômico (IAC-Apta) foi identificar no banco de germoplasma materiais de goiaba com resistência a pragas e doenças, especialmente à mosca-das-frutas, principal praga da cultura. A ideia foi selecionar aqueles materiais menos suscetíveis e com aptidão comercial que podem ser usados no melhoramento genético da cultura e em cultivo orgânico. O banco de germoplasma do Instituto Agronômico (IAC), mantido no Polo Regional de Pindorama da Apta, possui 84 acessos.
Segundo a pesquisadora da Apta Juliana Altafin Galli, responsável pelo trabalho, o desenvolvimento de um sistema orgânico de produção de goiaba é um grande desafio, pois a goiabeira é uma das espécies de frutíferas que mais recebe aplicação de agroquímico. Além disso, não há produtos registrados para a cultura no Brasil. “Com o aumento da procura por produtos orgânicos, a pesquisa científica busca solucionar problemas existentes no processo de produção. É com imensa satisfação que recebermos este prêmio, como reconhecimento e valorização do nosso esforço”, comemora. O projeto, iniciado em 2012, foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e os primeiros resultados foram obtidos em três anos.
Dentre os resultados observados para resistência a pragas, os pesquisadores destacam os acessos de goiaba “L4P14”, “L7P28” e “L8P32B”, que apresentaram alguma resistência ao ataque do psilídeo Triozoida sp. Os acessos “Saito”, “L4P16”, “Monte Alto Comum 1” e “L5P19” são promissores na agricultura orgânica por apresentarem boa produção e sofrerem poucos danos ao ataque do besouro amarelo Costalimaita ferrugínea.
Na infestação por mosca-das-frutas, principal praga da cultura, o acesso “IAC – 4 – Cica” merece destaque na avaliação dos cientistas por não apresentar nenhum fruto infestado, sem diferir do acesso Taquaritinga comum, ambos com polpas vermelhas. Os acessos “Torrão de Ouro”, “Supreme BA”, “L2P4” e “Supreme” também tiveram poucos frutos atacados pela mosca.
“No quesito resistência a doenças, a antracnose e a pinta preta são as doenças pós-colheita mais frequentes na cultura da goiabeira, e os acessos “Vermelha Redonda (Shimoda)”, “L5P21”, “L3P12”, “EEF – 3”, “IAC – 4 – Unesp” e “Monte Alto – Comum 1” destacaram-se dos demais por apresentarem as menores incidências em pelo menos duas doenças, a antracnose e a pinta preta”, explica Juliana.
As características dos frutos para consumo in natura também foram avaliadas pelos pesquisadores. De acordo com o estudo, os acessos “Kioshi 1” e “Taquaritinga Comum” merecem destaque, pois possuem frutos firmes e com mais de 100g, o que é considerado um bom tamanho, características importantes para o transporte e comercialização. “Além disso, apresentam bom teor de ácido ascórbico e de sólidos solúveis e baixa acidez, cerca de 0,5% de ácido cítrico, conferindo doçura aos frutos, têm formato piriforme, casca rugosa e coloração da casca e polpa desejadas pelos consumidores. Outro acesso que merece destaque é o “EEF-3 Unesp” por seu alto teor de ácido ascórbico (269,69 mg 100g-1), podendo ser utilizado em programas de melhoramento genético”, diz.
Agora, os pesquisadores desenvolvem um novo estudo que busca a caracterização molecular das plantas do banco de germoplasma a fim de acelerar o trabalho de melhoramento genético da fruta. O projeto também é financiado pela Fapesp.  
“Pesquisas como essa são fundamentais para o produtor rural e também para o consumidor, uma recomendação do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Prêmio Josué de Castro de Combate à Fome e a Desnutrição
O Prêmio Josué de Castro de Combate à Fome e a Desnutrição tem o objetivo de agraciar iniciativas voltadas à formulação de soluções concretas para o combate à fome e à promoção da segurança alimentar e nutricional.
Universidades e instituições públicas e privadas, além de órgãos públicos municipais ou estadual, podem participar em duas categorias: melhor pesquisa científica e melhor programa ou projeto de política pública.
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA

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