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Avanço da cana eleva os investimentos das indústrias de base

A indústria de base Caldema, de Sertãozinho (SP), produtora de caldeiras de alta pressão para co-geração de energia a partir do bagaço de cana, vai investir em parceria com o Grupo Balbo R$ 120 milhões em uma usina de açúcar e álcool em Uberaba (MG). O caso da Caldema ilustra mais um caso de diversificação dos negócios estimulados pela expansão do setor no país. Mas os pesados investimentos dessas indústrias de base estão concentrados, de fato, no aumento de capacidade de produção de suas próprias plantas para dar conta dos inúmeros pedidos de novas usinas sucroalcooleiras no Brasil. As indústrias de base com tecnologia voltada para o setor sucroalcooleiro estão concentradas em Sertãozinho e Piracicaba, ambas em São Paulo. Levantamento do Centro de Indústrias de Sertãozinho (Ceise) mostra que os investimentos dessas indústrias somam mais de US$ 1 bilhão. Segundo Mário Garrefa, presidente do Ceise, das cerca de 500 indústrias de Sertãozinho, 180 são voltadas para tecnologia sucroalcooleira. O crescimento do setor, com cerca de 90 projetos de expansão e ampliação de usinas, também elevou a geração de emprego na região de Sertãozinho. O aumento das encomendas por novas plantas dobrou a base sindicalizada nos municípios com indústria de base dedicada ao setor sucroalcooleiro. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Ribeirão Preto e Sertãozinho, o contingente de metalúrgicos passou de 6 mil para 12 mil entre 2004 e 2006 somente em Sertãozinho. A cidade é a líder na geração de empregos no setor industrial em São Paulo, segundo dados do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo ). Neste ano, a diretoria geral de Sertãozinho registrou um crescimento no emprego formal de 24,15%. Nos últimos doze meses, a variação positiva foi de 14,69%. "Está havendo aumento da capacidade instalada em praticamente todas as indústrias", disse Valdir Parão, diretor do sindicato. Uma das mais verticalizadas indústrias de base com ênfase de açúcar e álcool, a Dedini, com sede em Piracicaba e três fábricas em Sertãozinho, está investindo cerca de R$ 100 milhões na ampliação da capacidade de produção de suas plantas. Segundo Sérgio Leme, vice-presidente executivo da Dedini, a empresa aumentou a capacidade de produção de usinagem de 18 mil para 28 mil toneladas por ano. "Esses investimentos são para atender os nossos gargalos de produção e ganhos de produtividade", afirma . A expectativa é de que o faturamento da Dedini cresça 66% este ano, para R$ 1 bilhão, estimulado pelos novos projetos do setor, segundo Leme. Atualmente, as exportações respondem por 15% do faturamento da Dedini. A empresa tem estudos para implantar projetos de usinas na África. Na Caldema, os investimentos em ampliação na indústria somam R$ 2 milhões. Segundo Alexandre Martinelli, diretor de marketing da empresa, esses recursos foram aplicados em novos armazéns e no aumento da capacidade industrial. Com objetivo de diversificar seus negócios, o grupo será sócio em uma usina com o grupo Balbo. Martinelli afirmou que a Caldema terá 30% do negócio. A TGM, de Sertãozinho, também está ampliando sua indústria. A empresa fabrica turbinas a vapor e redutores planetário (tecnologia que aciona as moendas). "Boa parte dos novos projetos de usinas tem de usar os redutores planetários", disse uma fonte da empresa ao Valor. No mercado, há notícias de que a TGM também tem projeto para construção de usina, mas o grupo nega. Segundo Valdir Parão, do sindicato dos metalúrgicos de Sertãozinho, os investimentos das indústrias de base não significam aumento da automação industrial. "Há um limite para isso. Não se mecaniza a calderaria, por exemplo. São equipamentos de grande porte, que não têm como ser integralmente operados por máquinas", disse Parão. O presidente do Ceise, Mario Garrefa, estima que a capacidade ociosa das empresas instaladas na região de Sertãozinho no último ano reduziu-se de 40% para não mais que 10%. "Antes, a entressafra da cana era a safra para a indústria, o momento em que se fazia a encomenda das usinas. Hoje, aumentou o ciclo da moagem. O efeito disso na indústria daqui foram trabalho em três turnos para manter os prazos da entrega, que ficaram concentradas nos primeiros meses do ano", disse. Segundo ele, os equipamentos de boa parte das indústrias está ultrapassado e a produtividade é baixa, com custo operacional alto.

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