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Biotecnologias produtivas e reprodutivas do IZ colaboram na bubalinocultura brasileira

Laboratórios de Biotecnologia e de Análise do Leite reforçam parceria da Secretaria de Agricultura com a ABCB

O Brasil concentra o maior rebanho de bubalinos do Ocidente, com cerca de três milhões de cabeças. Somente no estado de São Paulo soma-se mais de 112 mil. A região do Vale do Ribeira com o maior rebanho de búfalos de São Paulo, conta com as pesquisas desenvolvidas no Instituto de Zootecnia (IZ/Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Atualmente, somado ao apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos (ABCB), o IZ estabeleceu parcerias com a transferência de tecnologias de dois de seus relevantes Laboratórios – o de Biotecnologia e o de Análise de Leite.

O Vale do Ribeira hoje soma 44 mil cabeças de búfalos, com 399 propriedades na área. Em Registro (SP), onde está a Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) do IZ, concentram-se 12.500 cabeças de búfalos. Contudo, há 35 anos, o IZ oferece aos produtores biotecnologias produtivas e reprodutivas.

“Atualmente, a unidade conduz cinco linhas de pesquisas, como produção animal, inseminação artificial em tempo fixo (IATF), produção in vivo (SOV) e in vitro (PIVE) de embriões e transferência de embriões em tempo fixo (TETF), contando com apoio da Fapesp e CNPq”, detalha o pesquisador Nelcio Antonio Tonizza de Carvalho, chefe da Unidade.

O Laboratório de Biotecnologia, do Centro de Pesquisa de Genética e Reprodução Animal do IZ em Nova Odessa (SP), coordenado pelo pesquisador Anibal Eugênio Vercesi Filho, desenvolveu metodologias que certificam os produtos lácteos existentes no mercado quanto à presença integral de leite de búfalas nestes produtos. “Esta certificação permite que a ABCB credite as empresas de produtos lácteos bubalinos com o selo de 100% de pureza [produto certificado pela constituição de 100% leite de búfalas], conferindo segurança ao consumidor com relação à pureza do produto que adquire e leva para o seu lar”.

Já o Laboratório Móvel para Análise de Leite fica no Centro de Pesquisa de Bovinos de Leite do IZ, coordenado pelo pesquisador Luiz Carlos Roma Jr, em parceria com a Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), da região de Itapetininga (SP), tem capacitado produtores de leite de búfalas “in situ” para melhorias na qualidade do leite produzido pelo rebanho, “ponto imprescindível para que os laticínios possam receber matéria prima de qualidade”.

Assistência Técnica e pesquisa

Roma destaca que o projeto de assistência técnica acompanhada e instruída pela análise da qualidade do leite de búfalas iniciou em 2018 e, até hoje, as propriedades recebem mensalmente um relatório de análise do leite com recomendação técnica para manter a produção e qualidade do leite, “dentro das diretrizes da cooperativa e atendendo à resolução da SAA para produção de leite bubalino”.

A parceria do IZ neste projeto está na pesquisa e nas recomendações técnicas, e da CDRS, na assistência técnica ao produtor. “Nestes três anos, monitorados, houve aumento da produção de leite, e também da qualidade do leite”, explica Roma.

Este ano, ainda, o laboratório de qualidade do Leite ampliará a capacidade de atender mais produtores de bovinos, bubalinos e outros, aumentando os resultados de pesquisas e a transferência de tecnologias ao produtor rural. O laboratório de Qualidade do Leite, em Nova Odessa (SP), foi atualizado com os recursos do PDIP/FAPESP.

Nelcio, ainda, expõe que está em estudo a criação do Centro de Referência em Bubalinocultura na unidade do IZ, em Registro, para o desenvolvimento de técnicas e produtos que possam ser aplicados nesta espécie de interesse econômico para a região do Vale do Ribeira, com apoio logístico da Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos (ABCB) e financeiro da SAA.

A difusão das tecnologias em Bubalinocultura pela Secretaria de Agricultura ultrapassou fronteiras, alcançado criadores do exterior, recebendo comitivas de bubalinocultores da Colômbia, Guatemala e México. A unidade de Registro faz parte do roteiro "Búfalo Tour" no Brasil, promovido pela ABCB.

A Unidade do IZ trabalha em parceria com a Associação para atender aos anseios dos bubalinocultores por tecnologias que possibilitem a máxima eficiência produtiva de seus rebanhos e, consequentemente, o maior retorno financeiro com suas atividades.

Parceria SAA e ABCB

Por meio do IZ, a Secretaria de Agricultura mantém um diálogo aberto com a ABCB, sediada no Estado de São Paulo, desde 1960, comemorando em 23/4, 61 anos, e que tem representado e defendido a bubalinocultura brasileira, elevando o conceito da espécie Bubalus bubalis no território nacional, ao incrementar, difundir e controlar os processos de aprimoramento técnico-científico da espécie bubalina e manter em funcionamento os serviços de Controle de Produtividade Geral e de Melhoramento Zootécnico.

Para o presidente da ABCB, Caio Rossato, a Associação e o IZ “fizeram uma parceria de sucesso desde seu primeiro dia, sendo de grande importância para a Bubalinocultura nacional”. “Estamos em parceria em diversas frentes, e o IZ, além de servir de modelo de produção para os bubalinocultores do Vale, desenvolve pesquisas e difunde tecnologias imprescindíveis para o setor, que é uma das principais atividades agropecuárias do Vale do Ribeira”, enfatiza.

“Em menos de seis meses, foram mais de 200 amostras de queijo de búfala analisadas, graças à parceria com os pesquisadores Anibal Vercesi Filho e Rodrigo Giglioti e a equipe do Laboratório de Biotecnologia do IZ”, ressalta Caio.

O presidente da entidade reforça que a história da ABCB com a unidade de pesquisa do IZ em Registro é ainda mais antiga: “Poderia ficar o dia todo falando do relacionamento entre IZ e ABCB.O pesquisador Nelcio é colaborador e parceiro da ABCB há pelo menos 20 anos. Já foi nosso superintendente técnico, é um grande parceiro e ficamos muito gratos a ele por esses anos todos.”

A Unidade do IZ conduziu, de 1989 a 2003, o Programa de Desenvolvimento da Bubalinocultura no Vale do Ribeira, que consistia na cessão de módulos de dez fêmeas e um macho bubalino a pequenos produtores rurais. Em 2004, o “Programa” foi reeditado e renomeado pelo Governo Estadual como “Projeto Paulista de Criação de Búfalos”, com a implantação de novos módulos de criação no Vale do Ribeira.

Segundo Nelcio, a expansão da bubalinocultura no Vale do Ribeira atraiu quatro laticínios especializados em derivados lácteos da espécie e gerou fonte de renda para pequenas e médias propriedades, sendo que atualmente o valor médio pago pelo litro de leite de búfalas é de R$ 2,70.

A unidade de pesquisa do IZ, que está preparada para contribuir com os bubalinocultores, tem hoje todo o rebanho bubalino registrado na ABCB. Os animais têm potencial genético para produção de leite superior a dois mil litros na lactação, o dobro da produção anual individual na região. “Parte deste rebanho já está sendo disponibilizado para venda por meio de leilão, a valor acessível, permitindo ao produtor de leite de búfalas acesso a animais com características leiteiras que possibilitarão aumento na produtividade e, consequentemente, na renda da propriedade”, ressalta Nelcio.

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