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Brasil apresenta menor custo de produção de bovinos

Outra grande empresa do setor, o Marfrig, aguarda desde abril a autorização para entrar na bolsa, e há comentários no mercado de que o frigorífico Bertin pretende fazer o mesmo. O Friboi, desde que demonstrou interesse de ter ações negociadas na bolsa, afirmou que os recursos levantados seriam destinados à expansão de suas unidades, assim como seus concorrentes Minerva e Marfrig, este último o quarto maior em abates do mundo, seguido por Bertin. "Pretendemos utilizar a maior parte dos recursos obtidos com a oferta primária... para expansão da capacidade operacional... e aquisições de empresas e/ou unidades de abate...", afirmou à CVM o comunicado do Minerva, que está entre as quatro principais empresas do setor no Brasil. Essa sede por expansão, segundo analistas, está relacionada à vantagem competitiva de produção no Brasil - também citada pelas empresas que pretendem abrir capital -, que fez do país no ano passado o maior exportador mundial não apenas em volumes mas também em receitas, apesar de a carne brasileira não ser consumida em importantes mercados. Alguns importadores, aqueles que pagam mais pela carne in natura, como por exemplo Japão e EUA, consideram que o Brasil ainda tem problemas sanitários. Mas por enquanto a competitividade está preponderando sobre os problemas, com os custos baixos decorrentes de uma mão-de-obra farta e barata, de terras disponíveis de baixo valor e de um clima favorável para criação extensiva. "Todos esses fatores se sustentam... e conferem uma grande vantagem comparativa do produto brasileiro no mercado exterior", disse o diretor da consultoria FNP, José Vicente Ferraz, por telefone. Segundo ele, o custo de criação de bovinos brasileiro é no mínimo entre 30 e 40 por cento mais baixo do que o gasto registrado no segundo país mais competitivo. Entretanto, o país ainda precisa resolver questões sanitárias, que na opinião do analista pioraram desde a febre aftosa registrada no fim de 2005, em Mato Grosso do Sul. "O maior problema é a questão sanitária, um problema sério que se reflete na imagem. Precisamos fazer um trabalho de longo prazo da carne brasileira, que é vista de forma depreciada, como uma carne inferior, o que não corresponde à realidade", acrescentou Ferraz, lamentando a "visão patética" de governantes que reduzem gastos públicos em defesa sanitária. A mesma opinião é dividida pelo analista da Tendências Consultoria Econômica, Amaryllis Romano, que apesar de ter comemorado a notícia sobre o Friboi, afirmou que muitos mercados ainda continuarão comprando apenas a carne produzida localmente, ou seja, a norte-americana, no caso da Swift. Ferraz ainda vê com ceticismo a suposta vantagem do Brasil no setor com a compra da empresa dos EUA pelo Friboi. "Diria que é potencialmente ainda, não é uma realidade, e exige que haja sucesso... ontem foi dado um passo no sentido de internacionalizar...", disse. "Se conseguir sucesso, eu concordo que será mais um trunfo, essa capilaridade que será criada, as condições de distribuição, as marcas internacionais reconhecidas vão ajudar a inclusive resolver o problema de imagem", declarou. Com a profissionalização do setor, que se reflete nos pedidos de abertura de capital, e mesmo com a maior exposição brasileira com a aquisição da Swift pelo Friboi, Ferraz avaliou que o setor no Brasil pode receber novos investimentos e até ser alvo de aquisições. "Logicamente nenhuma empresa no mundo globalizado pode estar fora do país que tem essa importância, se você está fora do país, você não é importante". O analista observou que, "com a profissionalização que está acontecendo... aí elas (empresas) ficam compráveis, aí é uma questão de força financeira". Lembrando no entanto que o Brasil tem se mostrado mais caçador no setor de carnes - a Perdigão comprou recentemente uma empresa na Holanda -, Ferraz não vê problemas se o inverso ocorrer. "O importante não é quem detém o capital, o importante é que tenha atividade aqui que gere empregos, renda". (fonte: Reuters)

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