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Brasil debate-se contra aftosa para manter liderança em carne

O problema, no entanto, não impediu o Brasil de assumir em 2006 o posto de maior exportador de carne bovina em receita (já era o maior em volume), com 3,99 bilhões de dólares em vendas, ou 2,58 milhões de toneladas (equivalente carcaça). As empresas exportadoras, apesar dos embargos internacionais, embarcaram produto de Estados que não enfrentavam proibições. "No Mato Grosso do Sul, as ações (para uma solução) passam pela conscientização da comunidade local, pelo envolvimento de governo e produtores", disse a jornalistas o presidente do CNPC, Sebastião Guedes, acrescentando, ao ser perguntado, que o Estado só deverá recuperar o status de livre da doença em 18 meses. Segundo Guedes, no próximo mês, a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) deverá oficializar a "área de exclusão" internacional na região fronteiriça próxima ao foco, que deverá englobar áreas no Brasil, Paraguai e Argentina. Isso significa que os animais têm de ser abatidos na mesma região, e a carne terá de ser desossada no local, para evitar a disseminação do vírus. O Mato Grosso do Sul já começou uma ação nesse sentido, desde que o Ministério da Agricultura instituiu uma "zona tampão" na área, em fevereiro. Foram abatidos em frigoríficos desde então 24,8 mil bovinos, segundo a Secretaria de Produção do Estado. A carne obtida foi desossada e maturada, para consumo interno em território sul-mato-grossense. Os quase 25 mil animais recentemente abatidos se somam aos mais de 35 mil bovinos sacrificados e enterrados em valas cavadas nas fazendas no Estado, desde que surgiu a doença, numa primeira tentativa de se acabar com a aftosa na área. A doença não causa problemas ao ser humano, mas pode reduzir drasticamente a produtividade de um rebanho e é usada como barreira sanitária pelo mercado internacional. "O processo de zona de exclusão é um laxante que temos que tomar para limpar a situação, é um purgante, e aí vamos cuidar da sanidade do rebanho", acrescentou Guedes. Segundo ele, o processo seguinte seria combater a aftosa na região amazônica e no Nordeste, áreas que estão fora do circuito exportador. "Aí, em três ou quatro anos, desaparece a aftosa clínica (quando o animal apresenta sintomas). Dois anos depois poderíamos parar com a vacinação, porque a circulação viral diminuiria." Essa condição é considerada ideal para que a OIE reconheça um maior número de regiões do país como livre da doença sem vacinação, o que permitiria ao Brasil ganhar importantes mercados de carne in natura, como os Estados Unidos e o Japão. Um primeiro passo nessa direção será dado em maio, quando uma assembléia da OIE deverá ratificar uma decisão de sua comissão técnica, favorável ao reconhecimento de Santa Catarina como livre da doença sem vacinação. Essas e outras questões envolvendo barreiras sanitárias, sanidade, sustentabilidade da produção e bem-estar dos animais serão debatidas em São Paulo, entre 25 e 27 de abril, no Congresso Internacional da Carne, promovido pela Organização Permanente Internacional da Carne (Opic). (fonte: Reuters)

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