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Brasil deve liderar exportação mundial de soja

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em seu primeiro relatório de oferta e demanda globais de grãos para a safra 2007/08, estimou que o Brasil voltará a liderar as exportações de soja em grão na temporada, com embarques de 29,69 milhões de toneladas, 18,8% mais que em 2006/07. Com isso, o país voltará a ultrapassar os Estados Unidos, que devem exportar 29,39 milhões de toneladas em 2007/08, mesmo volume realizado na safra passada. A previsão anterior do USDA era de que o Brasil só ultrapassaria os EUA no ciclo 2008/09. A participação do Brasil no comércio internacional de soja crescerá de 35,7% para 39,3%, enquanto a participação dos EUA recuará de 41,9% para 38,9%. "Ainda não há qualquer indicação de como será a produtividade americana. Por enquanto, haverá uma dose de especulação muito grande por conta do clima, mas a notícia mais relevante talvez seja a volta da liderança brasileira", afirmou Renato Sayeg, analista da Tetras Corretora. No relatório, o USDA manteve inalteradas as projeções para o mercado americano. Em termos globais, o órgão previu uma produção de 225,32 milhões de toneladas, 4,3% menor que a passada, com produção na Argentina de 47 milhões de toneladas e, no Brasil, de 61 milhões - ambas consideradas dentro do esperado por analistas ouvidos pelo Valor. As exportações globais foram estimadas em 75,53 milhões de toneladas, 7,8% mais que em 2006/07, puxada pela importações da China, que aumentam de 30 milhões para 34,5 milhões de toneladas. Flávia Moura, analista da Fimat Futures, ressaltou a redução dos estoques finais, de 63,6 milhões em 2006/07 para 54 milhões no próximo ciclo. Com a redução, a relação entre estoque e consumo fica em 23,9%, contra 27% da safra passada, que havia sido recorde. O percentual também foi considerado confortável por analistas. O relatório neutro não provocou mudanças nos preços dos contratos de soja negociados em Chicago, que subiram ontem com compras de especuladores, estimulados pelas notícias de que a seca no Meio-Oeste dos EUA já afeta as lavouras. O contrato para agosto subiu 9 centavos de dólar, para US$ 8,38 por bushel. Relatório do USDA divulgado no fim da tarde, no entanto, apontou que 71% das lavouras registram condições de boas a excelentes, 1 ponto percentual acima da avaliação anterior. Para o milho, o USDA elevou em 1,48 milhão de toneladas a projeção de estoque inicial da safra global 2007/08, para 94,68 milhões. A safra americana foi mantida em 316,5 milhões de toneladas, bem como as projeções de oferta e demanda feitas para outros países em maio. A projeção de estoque final também foi elevada, de 90,25 milhões para 91,8 milhões de toneladas. Dessa forma, a relação estoque/consumo global aumentou de 11,7% para 11,9%. Na safra anterior, esse índice era de 13%. Para Leonardo Sologuren, da Céleres, o nível de estoque global permanece muito baixo. "O mercado esperava que o relatório fosse mais baixista, porque os EUA conseguiram cultivar os 36,6 milhões de hectares. Só isso foi suficiente para estimular a alta dos preços", disse. Ontem, o contrato para setembro negociado na bolsa de Chicago subiu 14,75 centavos de dólar, para US$ 4,05 por bushel. A maior mudança ocorreu no trigo. O USDA reduziu em 1,4% a projeção de safra global feita em maio, para 610,15 milhões de toneladas, por conta de quebras de safra na Rússia e na Ucrânia devido a problemas climáticos. O estoque global final foi reduzido em 1 milhão de toneladas, para 112,03 milhões. O relatório influenciou as cotações na bolsa de Chicago. Ontem, os contratos para setembro subiram 29,25 centavos de dólar, para US$ 5,7175 por bushel. Cibelle Bouças Fonte: Valor Econômico

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