Brasil e Europa negociam regionalização para Suinocultura
Data da postagem: 30 Novembro 2006
O Brasil e a União Européia (UE) decidiram negociar a aplicação de regionalização sanitária recíproca para as carnes suínas. O objetivo é permitir as exportações do setor para OS dois mercados. A demanda de reciprocidade partiu DA UE, que tem interesse em exportar para o Brasil produtos de carne suína de seus novos países-membros. Do lado brasileiro, a idéia é obter a aprovação para a o produto nacional pela UE, o que contribuirá para o acesso a outros mercados.
"Estamos otimistas", declarou o presidente DA Associação Brasileira dos Exportadores de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto. Ele espera a Ida de uma missão veterinária européia no ano que vem para examinar as condições sanitárias DA produção de suínos nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O princípio DA regionalização estabelece, no caso DA existência de determinada doença no território de um país exportador, que será levada em conta a localização geográfica do foco, permitindo-se a compra de produtos, por exemplo, de animais criados em outras regiões do país livres DA doença.
A União Européia e a Rússia reconhecem a regionalização, que é, porém, rejeitada pelos Estados Unidos, Canadá e Japão. Mas a aplicação DA regionalização não é automática. O reconhecimento das condições regionais é na prática vinculado a acordos sanitários específicos entre OS países.
Em reunião em Bruxelas sobre a segurança sanitária dos alimentos no comércio bilateral, a UE propôs a regionalização no setor de suínos, para derrubar barreiras nos dois lados: o Brasil não pode exportar à UE por causa DA aftosa. E a UE, por causa DA peste suína clássica em boa parte DA Europa.
Atualmente, Portugal e Espanha exportam produtos como presunto Pata Negra para o Brasil. Mas outros exportadores europeus não podem entrar no mercado brasileiro. Por sua vez, a produção de Santa Catarina é hoje considerada livre de aftosa, mas a regionalização não vem sendo aplicada pelos europeus nesse caso.
Camargo Neto diz que a situação hoje é inteiramente diferente do que foi constatado em 2002 por uma missão técnica européia, que acabou recomendando a manutenção DA interdição DA carne suína brasileira no mercado europeu.
A reabertura das exportações, porém, não será no curto prazo. Depois DA negociação sobre a regionalização, virá discussão sobre o controle de resíduos e contaminantes (medicamentos e drogas) no Brasil. Além disso, haverá cotas para exportação de carnes suína ao bloco. De toda forma, o acesso ao mercado europeu ajudará OS produtores a reduzirem sua dependência do mercado russo, para onde vão 65% das exportações brasileiras de carne suína.
Um dos países europeus que quer exportar produtos industrializados de suínos para o Brasil é a Polônia, que recentemente teve interditada suas vendas de produtos de origem animal e vegetal para a Rússia por razões sanitárias.
O governo DA Rússia está preocupado também com a segurança DA carne originária DA Romênia e DA Bulgária, que deverão se integrar à UE no ano que vem por isso ameaça embargar as compras de carne do bloco. A decisão russa fez a Polônia vetar o início de novas negociações de parceria UE-Rússia. (fonte: Suinocultura Industrial)