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Café: floradas irregulares causam apreensão para técnicos e produtores em 2009

A cafeicultura da Região Sudeste e do Paraná, de forma generalizada, está com floração atípica este ano, à semelhança do que ocorreu em 2008, caracterizada por inúmeras floradas de baixa intensidade, distribuídas em períodos excessivamente longos, de agosto até novembro. É o que mostra o artigo “Floradas irregulares causam apreensão para técnicos e cafeicultores em 2009”, dos pesquisadores Joel Irineu Fahl, Maria Luiza Carvalho Carelli e Marcelo Bento Paes de Camargo, do Instituto Agronômico (IAC-APTA) vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Esse padrão de distribuição das floradas, sem uma definição clara de uma ou duas floradas principais, poderá acarretar dificuldades na colheita pela heterogeneidade do grau de maturação dos frutos, dizem os especialistas do IAC. “Consequentemente, poderá depreciar a qualidade da bebida pela presença excessiva de grãos verdes em diversos estádios de desenvolvimento.”
Segundo os pesquisadores, “o comportamento atípico da floração do cafeeiro nesses dois últimos anos agrícolas, ao que tudo indica, está relacionado às condições climáticas, principalmente com a distribuição das chuvas de fevereiro a agosto, quando ocorreram os períodos de indução, desenvolvimento, maturação e repouso das gemas florais. As condições de temperatura, apesar do padrão um pouco diferente do normal, não estariam relacionadas às variações atípicas da floração e frutificação do cafeeiro em 2009”.
O balanço hídrico de 2009 mostra, ao contrário da distribuição normal das chuvas, a ocorrência de vários períodos de chuvas, alternados por períodos secos, observam os técnicos do IAC. Isto origina vários pequenos “modais” durante o período de fotoperíodo indutivo das gemas florais (fevereiro a outubro). “Dentro desse período indutivo, quando após um período de pouca (ou mesmo ausência de) chuva ocorre um período chuvoso, estabelece-se um modal. Na face ascendente do modal, o cafeeiro predominantemente prioriza a atividade vegetativa, enquanto no período correspondente à face descendente passa a priorizar a atividade reprodutiva.”
Assim, os vários pequenos modais indicam, portanto, a ocorrência de vários ciclos de indução floral durante o período de fevereiro a junho, afirmam os pesquisadores. “Se, posteriormente, ocorresse um período seco com temperaturas amenas, estabelecendo um período com déficit hídrico, característico das regiões produtoras, essa anormalidade seria praticamente corrigida. Nesta situação, as gemas florais, originadas dos vários ciclos indutivos, teriam condições para completar seu desenvolvimento, tornando-se maduras. Logo após, entrariam em um período de repouso, atingindo adequado nível de uniformidade.”
Segundo os pesquisadores do IAC, o retorno do período chuvoso, em 2009, tornou as condições de chuva e de temperatura adequadas à floração. “Certamente, deveriam ocorrer floradas normais, de maior intensidade e concentradas em um menor período.”
O balanço hídrico de 2009 permite constatar que, neste ano, houve um inverno chuvoso sem a ocorrência de um período definido de deficiência hídrica, que atuaria uniformizando a maturação das gemas florais dos diversos ciclos indutivos, dizem os pesquisadores. “Deste modo, as chuvas, com intensidades superiores a 10 mm, que ocorreram a partir de agosto, proporcionaram pequenas floradas de intensidades variáveis que, provavelmente, se estenderão até dezembro.”
Esse longo período de pequenas floradas, sem a definição de duas ou três principais, resulta em frutificação irregular, com frutos nos mais diferentes estádios de desenvolvimento, relatam os especialistas. “Além disso, a competição desigual pelos carboidratos disponíveis e os efeitos dos hormônios produzidos pelos frutos em fases mais adiantadas de desenvolvimento sobre os menos desenvolvidos deverão resultar em queda de frutinhos superior à que normalmente ocorre e consequente redução da produção, em relação à esperada. Em adição ao decréscimo na produção, o efeito negativo do clima sobre a floração e frutificação, da grande maioria dos cafezais, resultará em depreciação da qualidade da produção, em vista da heterogeneidade na maturação dos frutos.”
As culturas novas, bem tratadas e vigorosas, floresceram com as primeiras chuvas de agosto, com boa intensidade e uniformidade na frutificação. Outra situação observada neste ano agrícola refere-se às culturas podadas e bem conduzidas, as quais terão floração tardia com perspectiva de boa intensidade e uniformidade, concluem os pesquisadores do IAC. 
Link: íntegra do artigo “Floradas irregulares causam apreensão para técnicos e cafeicultores em 2009”
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
(11) 5067-0424
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