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Cafeicultor atrasa colheita para reduzir o custo da lavoura

São Paulo, 18 de Abril de 2007 - Produtores de café de Minas Gerais decidiram postergar em cerca de mês a colheita da safra 2007/08 para reduzir os custos. A intensificação da colheita, que deveria ocorrer no fim deste mês, só deverá acontecer no final de maio. A intenção, segundo técnicos da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), é economizar entre 20% e 30% nas despesas com mão-de-obra e garantir a qualidade do fruto. "Vamos atrasar a colheita para reduzir os gastos, pois as safras com carga baixa prejudicam o cafeicultor’’, disse o engenheiro-agronômo da Cooxupé, Mário Ferraz de Araújo. Segundo ele, em épocas de bianualidade baixa os frutos levam mais tempo para amadurecer e se colhidos verdes perdem a qualidade. Além disso, o volume fica menor para compor uma saca de 60 quilos, aumentando os gastos com a mão-de-obra. Para se ter uma idéia, se colhidos maduros, são necessários entre 420 e 500 litros de frutos para formar uma saca de café beneficiado, número que sobe para 600 litros quando verdes. A safra com carga baixa também faz aumentar a renda do trabalhador que colhe o café, pois devido à menor produção os colhedores levam mais tempo para fazer o serviço. "Existem lavouras que nem precisam ser colhidas, pois a carga é tão baixa que não compensa pagar a mão-de-obra para a colheita’’, diz o técnico da Cooxupé. Por conta deste fator, a renda da mão-de-obra até o fim da colheita deve crescer em torno de 50%, de R$ 5 por alqueire na safra anterior para R$ 10. Além disso, não há disposição dos cafeicultores para desovarem a mercadoria por conta do baixo dinamismo das cotações. Segundo Araújo, os preços pagos ao produtor mineiro caíram 18,6% desde dezembro, de cerca de R$ 300 a saca para os atuais R$ 244, teoricamente contrariando os fundamentos do mercado, uma vez que o Brasil - que responde por 30% da produção mundial- terá uma colheita menor e os estoques mundiais estão baixos. Para o diretor do Escritório Carvalhaes, Nelson Carvalhaes, a queda das cotações ocorre porque o mercado "entendeu’’ que a oferta atual é suficiente para garantir o abastecimentos dos próximos dois anos, salvo algum problema climático. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 7)(Viviane Monteiro) Fonte(s): Gazeta Mercantil

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