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Dia Nacional de Conservação do Solo: Secretaria de Agricultura de SP atua com medidas de proteção e melhorias

O Dia Nacional de Conservação do Solo, comemorado neste dia 15 de abril, foi instituído no Brasil em 1989, para aprofundar os debates sobre a importância do solo como um dos fatores básicos da produção agropecuária e a necessidade de uso e manejo sustentáveis. A erosão do solo é uma grande problema que pode levar à perda do solo e da sua capacidade produtiva. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo atua no sentido de monitorar e prevenir a erosão e melhorar as condições do solo, para garantir a continuidade de seu uso. Confira algumas das iniciativas da Pasta:

A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), órgão de pesquisa da Secretaria, por meio da APTA Regional de Piracicaba e em conjunto com o Instituto Agronômico (IAC-APTA), desenvolve projeto de longa duração para avaliação dos efeitos da adubação nitrogenada no solo e nas plantas de cana-de-açúcar. O experimento foi montado em 2008 desde então vêm gerando resultados importantes para os pesquisadores da área e para o setor sucroenergético.

De acordo com o pesquisador da APTA Regional de Piracicaba, André Cesar Vitti, que integra o Programa Cana IAC, o estudo avalia o efeito da aplicação de nitrogênio nas canas socas todos os anos e no mesmo local, em quatro diferentes doses: 0, 60, 120 e 180 kg por hectare de nitrogênio.

“O trabalho mostrou que a adubação nitrogenada converte rendimento a cana-de-açúcar, seja ele no ano em que o fertilizante foi aplicado, ou então nos anos seguintes, de forma residual. Verificamos que nesse segundo ciclo de reforma, em que o plantio foi feito em 2013, ao longo de sete cortes consecutivos, as produtividades médias foram de 68, 85, 92 e 96 toneladas por hectare de colmos, respectivamente, em função das doses de nitrogênio aplicadas a cada ano. Com isso, houve incremento de 41% quando aplicado 180 kg de nitrogênio por hectare em comparação a quando nada foi aplicado”, explica o pesquisador.

Quando houve aplicação de 120 kg de nitrogênio por hectare, houve incremento de produtividade de 35%, quando comparado com a não aplicação do produto. Na aplicação de 60kg de nitrogênio, houve incremento de 25% de produtividade.

“Esses estudos a longo prazo ajudam nas tomadas de decisões em relação ao manejo a ser estabelecido nas melhorias no sistema solo-planta-atmosfera. As unidades regionais de pesquisa da APTA são importantes locais para desenvolver esses tipos de estudos. Em 2021, realizaremos a análise do oitavo corte do segundo ciclo”, explica o pesquisador.

Consórcio de gramínea e leguminosa favorece a atividade biológica do solo
O Instituto de Zootecnia (IZ) tem trabalhado para o desenvolvimento de pesquisas para a conservação de solo, por meio de pesquisas em Sistemas Integrados de Produção Agropecuária, mantendo a sustentabilidade da produção.

O Centro de Pesquisa de Nutrição Animal e Pastagens do IZ, por exemplo, investiga os efeitos do consorcio de gramínea (Brachiaria brizantha) e leguminosa (Macrotyloma axillare; NO 279) na planta (caracterização da produção e componentes), no animal (desempenho, qualidade do produto e ecossistema ruminal) e no ambiente (fluxo de emissão de gases do efeito estufa, acúmulo de carbono, vulnerabilidade e análises do ciclo de vida) incorporando todos os componentes do sistema de produção animal.

A pesquisadora Luciana Gerdes enfatiza que o uso de leguminosas favorece a atividade biológica do solo em pastos consorciados, contribuindo para a velocidade de ciclagem de nutrientes e a redução de perdas pela incorporação dos resíduos. Além de atuar para o aumento dos estoques de carbono e aumento do teor de nitrogênio no sistema solo/planta. “As leguminosas também apresentam quantidades significativas de compostos secundários e são de grande interesse na pesquisa em nutrição de ruminantes.”

A utilização dos Sistemas reduz a perda de solo já que durante todas as estações do ano há cobertura constante do solo, seja pelas culturas ou pela pastagem, protegendo a sua superfície. “Dessa forma os sistemas integrados têm sido utilizados dentro da rotação e sucessão de culturas-pastagem como parte do manejo conservacionista, devido à ciclagem e uso eficiente de nutrientes”, relatou a pesquisadora Karina Batista.

Live sobre o tema
Em homenagem ao Dia Nacional de Conservação do Solo, o Instituto Agronômico (IAC) irá realizar o evento online Roda de Conversa sobre Conservação do Solo, em 15 de abril de 2021, às 14h, no Youtube da Secretaria (youtube.com.br/agriculturasp).

A pesquisadora do IAC, Isabella Clerici De Maria, afirma que é importante compartilhar os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo pela pesquisa, pela extensão rural e pelos agricultores para a conservação dos solos e o controle da erosão. Entre os estudos, Isabella destaca a quantificação da erosão feita nos experimentos com diferentes culturas e sistemas de manejo. Essas atividades são fundamentais para avaliar as ações eficientes para reduzir ou eliminar perdas de solos. “Esses experimentos são relevantes para obtenção de parâmetros e calibração de modelos que permitem avaliar diferentes cenários de manejo do solo, de gestão de uso e ocupação do solo e de novas técnicas de controlar a erosão”, diz a pesquisadora do IAC, da APTA).

Isabella também destaca a dissertação de mestrado produzida na Pós-Graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do IAC. Em sua pesquisa, o mestrando Wander Araújo Martins usou um modelo hidrológico para avaliar a produção de sedimentos em uma bacia hidrográfica. O pesquisador concluiu que a recuperação de parte da vegetação das Áreas de Proteção Permanentes (APPs), conforme a legislação, não é suficiente para a redução da quantidade de sedimentos que chegam aos cursos de água. Isso indica que são necessárias as práticas de conservação do solo ao longo de toda a bacia para a proteção dos recursos hídricos.

Mesmo com as atuais restrições impostas pela pandemia, os pesquisadores mantêm o compromisso de difundir e transferir conhecimentos por meio de encontros virtuais, uma vez que as trocas de experiências, demonstrações de técnicas, comparação de resultados, dias de campo e áreas de demonstração. Minicursos presenciais não são possíveis neste momento.

Uso e conservação do solo

A fiscalização do uso, conservação e preservação do solo agrícola visa o constante monitoramento das áreas agrícolas do Estado de São Paulo com o objetivo de minimizar os processos erosivos existentes principalmente para as classes dos solos mais suscetíveis, que estão presentes em regiões importantes da agricultura estadual, citando-se principalmente os Argissolos. Os objetivos da aplicação da Lei do uso e conservação do solo são a conservação do solo, a manutenção e melhoramento de sua capacidade produtiva, além da conservação das águas em todas as suas formas.

Amparada na Lei Estadual nº. 6.171, de 4 de julho de 1988 que foi regulamentada pelo Decreto Estadual nº. 41.719, de 16 de abril de 1997, é um instrumento que tem gerado bons resultados, conscientizando os responsáveis pelo agronegócio paulista sobre a importância da produção sustentável.

Seguindo na mesma linha das Leis Ambientais, dá oportunidade de correção ao dano causado ao meio ambiente antes de punir o causador do dano. “Esse trabalho está colaborando para que ocorram mudanças na maneira de se cultivar o solo, transformando muitos solos degradados em solos recuperados e protegidos, inserindo o Estado de São Paulo em uma agricultura moderna e sustentável”, disse o assistente agropecuário da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, Daniel Malheiro do Nascimento, que atua junto ao Grupo de Defesa Sanitária Vegetal.

Além dos produtores, a fiscalização também abrange órgãos públicos, como prefeituras e concessionárias de rodovias e ferrovias, para que conduzam ou adequem a condução de águas pluviais nas estradas, caminhos e áreas urbanas, de modo que não traga prejuízo ao solo agrícola das propriedades ao seu redor, além da manutenção de barragens e prados escoadouros.

Essa é uma das contribuições da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo para a preservação do planeta.

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