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Elevado esforço de pesca e mortalidade de fêmeas imaturas: queda da abundância da lagosta-sapateira

Um estudo para identificar padrões de exploração e características da biologia pesqueira da lagosta-sapateira nos últimos anos, além de aspectos de sua comercialização, foi desenvolvido pelo biólogo Luis Felipe de Almeida Duarte (duarte.mepi@gmail.com) em sua dissertação de mestrado, apresentada no dia 5 de dezembro de 2008 ao Programa de Pós-graduação em Aquicultura e Pesca do Instituto de Pesca (IP-APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.  O trabalho foi orientado pela professora doutora Maria de los Angeles Gasalla, do Instituto Oceanográfico da USP, e pelo pesquisador Evandro Severino Rodrigues, do IP.
Essas lagostas, capturadas pelas frotas de arrasto-duplo-médio, geralmente com alvo no camarão-rosa e com potes e armadilhas pela frota “polveira” (com alvo no polvo), são comuns nos desembarques pesqueiros brasileiros, embora em pequenas quantidades. A biologia pesqueira, a dinâmica de captura e a comercialização desse tipo de lagosta são pouco conhecidas, mas importantes para subsidiar o necessário ordenamento desse tipo de extração.
Entre 2006 e 2007, Felipe acompanhou 28 desembarques da frota-polveira e 71 da frota arrasteira, que atuam no sudeste e sul do Brasil e desembarcam seu produto pesqueiro na Baixada Santista (SP). Ele entrevistou mestres de embarcações, pescadores e comerciantes ligados à cadeia produtiva do pescado, além de utilizar dados do Propesq (vinculado à Unidade Laboratorial de Referência em Controle Estatístico da Produção Pesqueira Marinha do IP) e da FAO (Food and Agriculture Organization). Como esperado, a participação das lagostas-sapateira foi baixa em relação às espécies-alvo das pescarias, observa o biólogo.
Mundialmente, o aumento da pesca dessa espécie pode associar-se à baixa captura de outros grupos de lagostas, principalmente no continente asiático. Já na Baixada Santista, verificou-se a preferência dos estabelecimentos em comercializar as lagostas-sapateira ao invés das lagostas “verdadeiras” (espinhosas), em virtude de sua carne ser mais apreciada e do baixo custo relativo, comenta o estudioso.
Segundo Felipe Duarte, o estudo aponta uma queda da abundância das sapateiras, provavelmente pela alta participação de fêmeas imaturas no produto pesqueiro e também pelo alto esforço de pesca desses crustáceos observado em 2003.
Ordenamento e recomendações 
Em termos de ordenamento da pesca, não há no Brasil nenhuma normatização para a extração desse recurso, nem tampouco conhecimento sobre sua biologia pesqueira que possa fundamentar medidas de proteção, conta o biólogo. Portanto, ele considera fundamental o desenvolvimento de estudos que possam monitorar o tipo de pressão pesqueira à qual a espécie está submetida.
O projeto de Felipe Duarte teve como principal objetivo contribuir com recomendações para a sustentabilidade das capturas, através do gerenciamento adequado das pescarias, bem como gerar conhecimentos científicos para futuros manejos de estoques da família Scyllaridae ao redor do mundo. Para o biólogo, dada a captura indiscriminada de fêmeas imaturas (66,93%) de lagostas-sapateira em ambas as artes de pesca apontadas pelo estudo, levanta-se a necessidade da implantação urgente de medidas que possam salvaguardar e recuperar os estoques desses animais no sudeste e sul do país.
Veja aqui a íntegra da notícia sobre a queda da abundancia da lagosta-sapateira
Centro de Comunicação do Instituto de Pesca
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(13) 3261-5474
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
(11) 5067-0424
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