Exportações do agronegócio brasileiro aumentaram 99% em 5 anos
Data da postagem: 11 Janeiro 2007
O complexo sucroalcooleiro teve o melhor desempenho, com incremento de 243% nas vendas externas. As carnes ficaram em segundo lugar, com expansão de 170%. Em terceiro, aparece o café, com crescimento de 143%; em quarto, cereais e preparações, com 123%; e em quinto, frutas, com 91%.
Tivemos esse desempenho extremamente positivo apesar das adversidades enfrentadas nas últimas duas safras, como a seca, a valorização do real frente ao dólar, os problemas sanitários e a queda das cotações internacionais dos grãos no mercado mundial, diz o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto. Ele atribui o crescimento à competência dos produtores brasileiros, à maior agressividade nas ações promocionais no mercado externo e à tecnologia desenvolvida no País. Nossos agricultores são competitivos demais e, ao mesmo tempo, somos detentores da mais avançada tecnologia de agricultura tropical do mundo.
A expectativa de Guedes é de que neste ano as exportações do agronegócio pelo menos repitam o desempenho de 2006. Na sua avaliação, o setor sucroalcooleiro deve se destacar outra vez, tendo em vista o atual cenário favorável ao açúcar e álcool combustível no mercado mundial. Em 2006, as vendas externas de açúcar somaram US$ 6,2 bilhões - incremento de 57,4% em relação a 2005, quando totalizaram US$ 3,9 bilhões. Os embarques de álcool alcançaram US$ 1,6 bilhão, contra US$ 765,5 milhões do período anterior. O volume exportado de álcool cresceu 31% e os preços foram 60% superiores em 2006. Em 2002, lembra, o setor exportava US$ 2,3 bilhões.
Somos o maior produtor e exportador mundial de açúcar e álcool, observa o ministro da Agricultura. Hoje, acrescenta, esse é um dos setores que mais atraem investimentos para o agronegócio nacional. Em 2006, foram instaladas 12 novas destilarias no País e outras 16 devem entrar em funcionamento neste ano. As novas agroindústrias se concentram na região Centro-Sul, principalmente em São Paulo. Isso representa mais emprego e renda para o setor sucroalcooleiro. O Brasil tem 360 unidades produtoras de açúcar e álcool, que tem uma renda anual de R$ 40 bilhões e empregam diretamente cerca de um milhão de trabalhadores.
Carnes - Guedes ressalta ainda o crescimento das exportações de carnes entre 2002 e 2006. No ano passado, o valor exportado cresceu 5,5%, alcançando US$ 8,6 bilhões, contra US$ 8,2 bilhões do período anterior. As vendas de carne bovina in natura aumentaram 29,6%, passando de US$ 2,4 bilhões para US$ 3,1 bilhões. Os embarques de frango in natura e industrializado totalizaram US$ 3,2 bilhões e os de carne suína in natura, US$ 990 milhões. O setor teve esse resultado apesar da ocorrência de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e Paraná, que prejudicou não só os embarques de carne de gado, mas também os de suíno.
O aumento da participação das carnes brasileiras no comércio internacional, assinala o ministro, é um dos melhores indicadores da competitividade do agronegócio do País. Até o início da década passada, tínhamos saldos negativos na balança comercial do setor. Em 1990, por exemplo, o déficit foi de US$ 117 milhões. Esse quadro começou a ser revertido em 1991 e tivemos um grande impulso a partir de 2002, quando as vendas externas alcançaram US$ 3,2 bilhões. Graças a esse desempenho, somos hoje o maior exportador mundial de carne bovina e de frango. Atualmente, o Brasil exporta carnes para 147 mercados de todos os continentes. A qualidade do produto nacional e a intensificação dos programas de sanidade foram decisivos para essa evolução.
O café e os cereais também apresentaram desempenhos expressivos no comércio mundial entre 2002 e 2006, enfatiza o ministro da Agricultura. As exportações da cafeicultura, acrescenta ele, saltaram de US$ 1,4 bilhão para US$ 3,4 bilhões. No ano passado, o valor exportado do produto teve um acréscimo de 14,8% em relação 2005, quando a receita foi de US$ 2,9 bilhões. Os embarques de cereais, sobretudo milho, igualmente aumentaram, saindo de US$ 300 milhões em 2002 para US$ 722 milhões no ano passado.
Frutas A fruticultura foi outro setor que expandiu as exportações nesse período. Os embarques de frutas, incluindo nozes e castanhas, passaram de US$ 400 milhões em 2002 para US$ 702 milhões em 2006. O crescimento dessa cadeia produtiva no mercado mundial foi impulsionado pelo programa de Produção Integrada de Frutas (PIF), coordenado pelo ministério. Com o PIF, reduzimos os índices de aplicação de substâncias agroquímicas nos pomares, oferecendo aos consumidores frutas mais saudáveis e seguras, além de contribuirmos para preservação ambiental e para a saúde do trabalhador, comenta Guedes.
Mas não são apenas esses cinco setores que estão ampliando suas exportações. A partir de 2004, deixamos de ser importador líquido de produtos lácteos, registrando um superávit de US$ 29,4 milhões, assinala Guedes. No ano passado, os embarques de lácteos cresceram 11,9% em comparação a 2005. Apesar do aumento das vendas externas dessas cadeias produtivas, o carro-chefe do agronegócio brasileiro no mercado global continua sendo o complexo soja, com valor exportado de US$ 9,3 bilhões no ano passado. (fonte: MAPA - Imprensa)