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Feijão: quinta geração do carioca incorpora novos benefícios a produtor e consumidor

O feijão carioca já está em sua quinta geração no Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e passou a contar com vários genes de resistência à antracnose a partir de sua terceira geração. A revelação é do pesquisador Sérgio Augusto Morais Carbonell, do Centro de Grãos e Fibras do IAC. “A quarta geração de novas cultivares do feijoeiro, resistentes à antracnose e outras doenças, também apresenta elevado teor de proteína, baixo tempo de cozimento, alto rendimento de panela, entre outras catacterísticas tecnológicas de importância para a indústria alimentícia e os consumidores.”
A cultivar IAC-Alvorada, por exemplo, lançada pelo IAC em 2008, virou padrão de qualidade para o tipo comercial carioca, devido ao seu maior tamanho de grão, cor clara, resistência ao escurecimento, baixo tempo de cozimento e elevado teor de proteína.   
Após o lançamento e a difusão do feijão carioca no início das décadas de 1970 e 1980, inúmeros programas de melhoramento genético de feijoeiro passaram a utilizar a cultivar carioca como um dos genitores, diz Carbonell. Assim, estes programas disponibilizaram aos produtores e ao mercado consumidor ao longo destes vinte a trinta anos algumas dezenas de novas cultivares de feijão carioca, que substituíram o genoma inicial e causaram profundas mudanças na cadeia produtiva do feijão. Os efeitos foram significativos tanto na área de produção quanto nos demais segmentos desta cadeia alimentícia.
Novas cultivares
Os programas de melhoramento buscam obter variedades, que apresentem elevada produtividade de grãos, aliada a resistência às pragas e doenças, precocidade, resistência a fatores abióticos e com produção de sementes de tamanho, forma, cor e brilho aceitáveis no mercado, de maneira a oferecer novas cultivares para o agronegócio de feijão.  Além disso, os grãos de feijão devem possuir características culinárias desejáveis, como tempo de cozimento reduzido, boa palatabilidade, textura macia do tegumento e capacidade de produzir caldo claro e denso após o cozimento.
Carbonell considera que a redução do tempo de cozimento é fator de grande importância. “Com o processo de urbanização ocorrido nas ultimas décadas em nosso país, o crescimento do papel da mulher no mercado de trabalho e a redução da disponibilidade de tempo para o preparo da alimentação da família acarretaram mudanças no hábito alimentar de parte da população, que passou a buscar produtos com alta conveniência e do tipo fast food, sendo estes fatores que contribuíram para a redução do consumo de feijão.”
No entanto, o desafio para o melhoramento genético está no desenvolvimento de cultivares com valores nutricionais diferenciados, principalmente quanto aos teores de proteínas, vitaminas, minerais, redução das substâncias antinutricionais, diz Carbonell. Outro desafio são os atributos tecnológicos, como aspecto físico de dureza, tempo de cozimento, cor, tamanho, aparência do grão, coloração do caldo, sabor e outros fatores que possam afetar as características do alimento.
O programa de melhoramento genético do feijoeiro do IAC tem como meta justamente desenvolver novas cultivares que possuam características superiores às das variedades atualmente utilizadas no mercado, conta o pesquisador. “Dessa forma, vem buscando desenvolver e selecionar cultivares/linhagens que possuam alta produtividade, resistência às principais doenças, tolerância à seca, boas características tecnológica dos grãos, principalmente em relação ao tempo de cozimento, elevado teor de minerais (principalmente ferro, cálcio e zinco), além da identificação de linhagens com alto teor de proteína e fibra alimentar.”
Os atributos tecnológicos estão intimamente ligados com o consumidor e a indústria empacotadora que é responsável por um produto de qualidade na prateleira do supermercado, explica Carbonell. A idéia é repassar ao consumidor um produto com aspecto desejável e com as características mencionadas, como produtividade, resistência a doenças e qualidade tecnológica, atendendo a exigências das áreas técnicas do poder público.
A avaliação do tempo de cozimento, por exemplo, é fator determinante para a aceitação de uma cultivar pelos consumidores, pois a disponibilidade de tempo para o preparo das refeições é muitas vezes restrita, observa Carbonell. “Além disso, o cozimento é indispensável para o consumo dos grãos de feijão, devido à inativação de fatores antinutricionais e por conferir maciez e textura adequada à preferência dos consumidores.”
O pesquisador do IAC lembra que o consumidor brasileiro está mais exigente quanto à preferência pelo tipo de grão in natura ofertado, principalmente quanto a cor, tamanho, forma, tempo de cozimento, caldo espesso, bom sabor e textura, grãos moderadamente rachados, casca delgada e boa estabilidade de cor. “Além disso, a demanda aponta para feijão novo (recém colhido), com aspecto mais claro e graúdo.”
Fonte de proteína, minerais e fibras
O Brasil é o maior produtor mundial do feijão comum (Phaseolus vulgaris), como também é o maior consumidor (16 kg/hab./ano), com insignificante excedente exportável, afirma o pesquisador do IAC. “Como alimento, o feijão é uma importante leguminosa na nutrição humana, pois é uma das principais fontes de proteína vegetal para o consumo humano em todo o mundo, chegando, em alguns países, até mesmo a ser a única fonte disponível de proteína para as populações pobres.”
Além do alto valor protéico, Carbonell diz que o feijão ainda oferece vitaminas, minerais e fibras e apresenta elevado valor energético. “Essas características conferem qualidade nutricional ao feijão. Por isso o consumo deve ser incentivado. Uma porção de 170 g de feijão cozido equivale a 10% das necessidades diárias de cálcio e de zinco; 20% para potássio e cobre; 20% a 25% para fósforo, magnésio e manganês; e 29% e 55% das necessidades de ferro para mulheres e homens, respectivamente.”
Em função da sua composição, o feijão proporciona vários benefícios à saúde, prossegue o pesquisador. “É indicado na prevenção e no tratamento de várias doenças, tais como distúrbios cardíacos, diabetes, obesidade e câncer. Os feijões são alimentos que preenchem as principais recomendações dietéticas para a boa saúde: aumento do consumo de fibras, amido e outros carboidratos complexos e diminuição no consumo de lipídios e sódio. Assim, as principais instituições internacionais de apoio e promoção à saúde indicam a ingestão diária de uma ou mais porções de feijão.”
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
(11) 5067-0424
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