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Frigoríficos de SP cancelam compras de gado do Mato Grosso do Sul

Desde 24 de outubro do ano passado – período em que o preço da arroba do boi gordo sofreu forte recuperação em MS, aproximando-se da casa dos R$ 60,00 –, o Governo do Estado elevou o preço da pauta fiscal do boi gordo para R$ 69,90 e da vaca gorda para R$ 63,65 nas comercializações com outros Estados. Nas negociações internas a pauta fiscal foi fixada em R$ 61,50 para o boi gordo e em R$ 56,00 para a vaca gorda. No entanto, depois de novembro de 2006, o preço da arroba iniciou um ciclo de desvalorização em MS, sendo que, na última semana, chegou a R$ 50,00 para a arroba do boi gordo e a R$ 45,00, para a arroba da vaca gorda. Mesmo que os preços pagos aos produtores tenham despencado nos últimos três meses, o Governo do Estado manteve a pauta fiscal em valores iguais aos de outubro de 2006, ou seja, a pauta está quase R$ 20,00 acima da cotação da arroba, em desconformidade com os valores praticados no mercado. Com isso, a compra de boi gordo de MS por frigoríficos de outros Estados está inviabilizada devido à alta carga tributária que incide sobre o gado comprado do território sul-mato-grossense. Hoje, a cada arroba de boi gordo comprada de Mato Grosso do Sul, os frigoríficos de outros Estados pagam 12% (alíquota do ICMS) sobre o valor definido pela pauta fiscal. Na prática, o percentual da alíquota de 12%, quando calculado sobre a pauta fiscal supervalorizada, faz com que os preços pagos em impostos sejam muito superiores aos pagos aos produtores pelo gado. O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul, Laucídio Coelho Neto, explica que o preço de venda do boi no Estado é, praticamente, o mesmo que nos Estado vizinhos de Goiás, Paraná e São Paulo, sendo que esse último Estado serve como regulador de preço. Porém, segundo ele, os Estados vizinhos definem a pauta fiscal em consonância com os preços praticados no mercado. Dessa forma, as indústrias pagam o ICMS sobre valores reais das compras. No caso de Mato Grosso do Sul, o impostos supervalorizado a ser pago sobre as compras realizadas pelas indústrias de outros Estados inviabiliza as transações. Laucídio conta que, hoje, os frigoríficos paulistas compram gado preferencialmente de Goiás e do Paraná, para, posteriormente, se for necessário, procurar bovinos em Mato Grosso do Sul. "A pauta fiscal tem sido uma briga do setor há muito tempo e, mesmo assim, continua elevada", disse. Segundo ele, essa postura governamental em relação ao ICMS força os produtores de Mato Grosso do Sul a comercializar o rebanho com frigoríficos locais, o que retira a competitividade de preços do setor. O resultado são preços achatados pagos pelos frigoríficos do Estado, uma vez que os produtores ficam reféns das indústrias de MS. Na região de Chapadão do Sul, desde o dia 22 não se vende gado para SP O proprietário de um escritório de compra e venda de bovinos, instalado no município de Chapadão do Sul, Nilson Freitas Araújo - que há 15 anos trabalha intermediando a compra e venda de bovinos entre produtores e frigoríficos – confirma que as indústrias de São Paulo paralisaram as compras de MS ainda no início da semana passada. "Os frigoríficos não querem comprar boi do Estado. Com a atual pauta fiscal não temos como competir", disse Araújo. Ele relatou que os frigoríficos Minerva e Friboi, de Barretos (SP), Moza-quatro e Indústria Reunidas CMA, de Fernandópolis (SP), e o Tatuibi Alimentos, de Santa Fé do Sul (SP), já suspenderam as compras de gado de MS. "Desde a segunda-feira passada (22/01), não há negociação envolvendo boi de MS para as indústrias de São Paulo", frisou. Ao explicar o impacto negativo da elevada pauta fiscal de MS nas indústrias de outros Estados, Nilson Araújo exemplificou que um frigorífico de São Paulo que comprar um boi gordo de um produtor de MS, pelo preço de R$ 882, terá que recolher impostos sobre o valor de R$ 1.258,20, de acordo com a atual pauta fiscal. Se comprar em outros Estados, como Paraná e Goiás, a indústria recolherá o imposto sobre o valor real pago ao produtor. Bertin A direção do grupo Bertin, de Lins-SP, tratou de desmentir qualquer comentário sobre a intenção de vender a unidade frigorífica de Naviraí, via comunicado feito pela sua assessoria de imprensa. Uma onda de especulação foi gerada na cidade nos últimos 15 dias, após a expressão de preocupação com a manutenção dos empregos, expressa pelos industriários, para familiares e para membros de toda a sociedade local. Nas primeiras semanas do ano, havia o temor de que a unidade de Naviraí fosse fechada e que houvesse a concentração de esforços e atenção do Grupo Bertin somente para a unidade a ser instalada em Campo Grande Para piorar o cenário de horror, em plena época de safra, foram dadas duas férias coletivas, com 15 dias para cada turma de 750 industriários. Mas na última segunda-feira, o Frigorífico Bertin voltou a ter abates com escalas cheias. Comunicado "Em razão das recentes especulações de mercado, o Grupo Bertin esclarece que sua unidade de Naviraí, localizada em Mato Grosso do Sul, permanece com suas atividades normalizadas, não havendo hoje qualquer intenção de venda ou encerramento das operações. As movimentações na empresa são de ordem estrutural, como tem ocorrido em todo o Grupo, visando otimização dos processos, reorganização interna e mudanças que tragam desempenho superior à companhia". Santo Antônio Quanto à Fazenda Santo Antônio (23,2 mil hectares, dos quais 17 mil estão sendo negociados com o Governo federal para a implantação de um assentamento rural, com 1,55 mil lotes, em Itaquiraí), o comunicado da diretoria não teve nenhuma menção, mas também tem sido objeto de preocupação e boataria no cone sul do Estado. Os sem-terra e membros de vários setores da sociedade de Naviraí e de Itaquiraí têm dito que a opção de compra do Governo federal, com o pagamento dos já acertados R$ 134 milhões para área, terminaria no dia 22 de janeiro e líderes dos sem-terra (principalmente os ligados à Fetagri) dizem que o Governo federal teria adiado novamente o pagamento para o início de fevereiro. No caso, o temor é de que o Grupo Bertin negocie com a venda da terra (incluindo os desmembramentos Caburei I, II e II), para um grupo de usineiros. (fonte: Correio do Estado)

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