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Fruta-do-conde, atemoia, cherimoia: quem é quem?

Será que é fruta-do-conde ou cherimoia? Ou será que é atemoia? Existem mais de duas mil espécies de frutas da família das Anonáceas, um grupo de frutíferas de importância econômica no Brasil e em diversas regiões do mundo. Composta principalmente por plantas tropicais, algumas das Anonáceas são nativas do Brasil e muitas delas são usadas na indústria farmacêutica e alimentar, na fruticultura comercial e em reflorestamentos.

“As Anonáceas com importância como fruta já podem ser encontradas distribuídas em todo Brasil em plantios comerciais e fundo de quintal, sendo uma característica os gomos ou carpelos que formam a casca. Ainda carecem de estudos científicos dado ao potencial e importância na industrialização”, afirma José Antonio Alberto da Silva, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Leia também: Você sabia? Atemoia só está disponível comercialmente pelo trabalho da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP

Segundo Silva, a atemoia é uma fruta classificada como climatérica, ou seja, continua o processo de amadurecimento e amolecimento da polpa após colhida. Os frutos são comercializados duros e normalmente entre dois e cinco dias em casa já estão macios e prontos para serem consumidos. Frutos com melhor qualidade são embalados individualmente com proteção evitando lesões e o escurecimento da casca.
Para não mais se confundir na hora de comprar essas frutas deliciosas nas feiras e supermercados e para conhecer algumas outras plantas dessa família consumidas em outras regiões do Brasil e partes do mundo, o pesquisador da APTA conta algumas características de cada uma delas. Confira:

Fruta-do-conde (Annona squamosa): Também chamada de pinha ou ata é uma das espécies mais conhecidas, cultivada comercialmente ou em fundo de quintal em todo o Brasil. Apreciada pelo sabor, apresenta muitas sementes com a polpa aderida. Essa característica restringe a exportação, pois os consumidores estrangeiros preferem consumir a polpa com colher sem as sementes. Existe também a fruta-do-conde de casca vermelha e até sem sementes, porém esta última apresenta frutos pequenos e muito moles quando maduros, dificultando a comercialização.

Cherimola ou Cherimoia (Annona cherimola): é uma das Anonácea de clima temperado, com excelente qualidade e valor comercial, sendo cultivada nos Andes, Europa, Califórnia e regiões brasileiras de clima ameno. Possui sabor doce e sementes soltas da polpa.

Atemoia: O resultado do cruzamento entre a fruta-do-conde e a cherimoia deu um casamento perfeito, originando a atemoia. Seu cultivo comercial vem crescendo, porém trata-se de uma cultura exigente em irrigação, adubação, podas e pós-colheita, sem esquecer que por ser resultante de um cruzamento, as mudas só devem ser produzidas por métodos vegetativos, ou seja, enxertia e estaquia por exemplo. Comparada com a fruta-do-conde, as frutas são maiores, mais doces e com menor número de sementes, que se soltam da polpa facilmente e, por estes motivos, tem crescente e garantido mercado no Brasil e exterior. Existem diversas variedades de atemoia no mercado, que se diferem quanto ao aspecto da casca, textura da polpa, sabor, doçura e época de produção.

Fruta-da-condessa (Annona reticulata): Também conhecida como conde, é normalmente encontrada em fundo de quintal. Casca com coloração amarela avermelhada, fruta doce e saborosa, plantada comercialmente em pequena escala, pois a polpa tem textura arenosa.

Graviola (Annona muricata ): Comum na Venezuela, Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil. Os frutos chegam a pesar mais de oito quilos. A polpa congelada é comercializada no mercado interno e exportada, sendo o suco de excelente sabor. Tem bom potencial de plantio e mercado certo em São Paulo. Estudos discutem o efeito das folhas no tratamento do câncer.

Falsa Graviola (Annona montana): conhecida como falsa gravioleira, confunde e difere da graviola por possuir frutos arredondados, lisos, casca e polpa amarelada, com aroma forte e visguento quando transformado em suco. Sem valor no mercado como fruta, mas importante para indústria como estabilizante natural, no melhoramento genético e como porta enxerto pelo porte baixo.

Pindaíva (Duguetia lanceolata): Árvore nativa da Mata Atlântica, de crescimento lento, madeira de lei, utilizada em reflorestamento e paisagismo. Seus frutos tem carpelos vermelhos e atrativos, pouca polpa, mas, doces e comestível.

Marolo (Annona coriacea): Anonácea nativa do cerrado brasileiro, produz frutos grandes e bastante perfumados, utilizados na culinária para fabricação de licores, doces e sucos.

Araticum (Rollinia sp): Existem várias espécies de araticuns, distribuídos no Brasil. Os frutos não apresentam boas características comerciais, mas a maioria são doces e com potencial farmacêutico, utilizados no melhoramento genético e como porta-enxerto para outras Anonáceas comerciais.

Ylang-Ylang (Cananga odorata): Árvore exuberante de origem asiática, fruto não comestível, floresce praticamente o ano todo, exalando um perfume bastante agradável, sendo um dos componentes do famoso perfume Channel nº 5.


Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
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