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IAC participa do II Encontro Técnico de Viticultura e Enologia

A viticultura no Estado de São Paulo atende à indústria e ao mercado para consumo in natura. Para divulgar tecnologias para esse setor, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto Agronômico (IAC-APTA), irá participar do II Encontro Técnico de Viticultura e Enologia, de 29 a 30 de novembro de 2019, em Jundiaí, interior paulista. O IAC irá apresentar ações e pesquisas nessa área e o pesquisador do IAC, José Luiz Hernandes, será o mediador da discussão sobre “Realidade, Possibilidades e Novos Caminhos”.

A diversificação paulista nesse segmento do agro está baseada no programa de melhoramento de videira conduzido pelo IAC desde 1943 e que se mantém ativo, segundo a pesquisadora e diretora do Centro de Frutas do IAC, Mara Fernandes Moura. “Uma nova cultivar de uva branca para vinho deve ser lançada em 2020/21”, adianta. Trata-se da uva branca neutra, com boa produtividade, precoce e com tolerância a podridões, além de excelente qualidade da uva e do vinho.

Nos trabalhos atuais do IAC, Mara ressalta a introdução de cultivares de outros países, como Alemanha e Itália, para o desenvolvimento de cultivares híbridas de uvas para vinho com resistência às principais doenças fúngicas. Dentre estas doenças, em condições tropicais, se destacam a antracnose, o míldio e as podridões, cujos sintomas podem atingir as folhas, ramos e frutos, podendo inviabilizar totalmente a produção caso não sejam utilizadas medidas preventivas.

Atualmente, o IAC possui pesquisas com sistemas de condução de videiras, cultivo protegido, adubação e nutrição de videiras, poda da videira convencional e extemporânea, estudo de combinações copa e porta-enxerto. Essas tecnologias são voltadas à obtenção de melhor produtividade da videira e qualidade do fruto, além de manejo com menor uso de controle químico.

“Trabalhamos também com adaptabilidade e estabilidade de cultivares de uvas para vinho, são uvas híbridas e uvas finas para plantio em diferentes regiões, além do melhoramento da videira com conservação, caracterização e utilização de germoplasma”, explica a pesquisadora.

A coleção mantida pelo Centro de Frutas do IAC reúne cerca de 420 cultivares de uvas para mesa, suco, vinho e porta-enxertos em suas coleções de germoplasma. Esse banco vivo de plantas possibilita aos pesquisadores fazer a escolha de genitores para seleção de cultivares de uvas para vinho, mesa e porta-enxerto. “As pesquisas do IAC têm grande importância para São Paulo e para o Brasil, pois a base do melhoramento da uva do Brasil é do Instituto Agronômico“, afirma Mara.

No final da década de 30, o IAC já possuía três importantes programas de melhoramento em videira, responsáveis pelo desenvolvimento de numerosas variedades de videira. Dentre os materiais, destacam-se os porta-enxertos IAC 313 (Tropical), IAC 572 (Jales) e IAC 766 (Campinas), plantados em praticamente todo o Estado de São Paulo, Sul de Minas Gerais, Norte do Paraná, no Vale do Rio São Francisco e em outros estados emergentes no cultivo de videira, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Esses materiais IAC estão também na Tailândia.

“Até a década de 1960, quando teve início a difusão das cultivares desenvolvidas pelo IAC, a viticultura brasileira dependia totalmente de cultivares importadas”, diz Mara.

Segundo Mara, algumas cultivares do IAC se destacaram, como a IAC 116-31 ‘Rainha’ e a IAC 138-22 ‘Máximo’ e IAC Madalena; usadas para vinho, IAC 871-41 ‘Patrícia’ e IAC 842-4v ‘Piratininga’, como uvas de mesa, e os porta-enxertos IAC 313 ‘Tropical’, IAC 572 ‘Jales’ e IAC 766 ‘Campinas’.

As cultivares Rainha e Máximo se tornaram alternativa comercial nos Estados de São Paulo e Espírito Santo, onde são usadas para a elaboração de vinho branco e tinto, respectivamente.

O porta enxerto IAC 313 foi a base da viticultura no Vale do São Francisco. Com grande vigor e plenamente adaptado ao ambiente tropical, posteriormente foi substituído pelo IAC 572 Jales, difundido em todas as regiões tropicais de produção. “O IAC 313 e o IAC 572 exibem alto vigor, facilitando o enraizamento, afinidade com as copas e ampla capacidade de adaptação às condições de solo das diferentes regiões. Dessa forma, continuam sendo as melhores alternativas para a viticultura tropical brasileira”, diz a pesquisadora do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

Outro porta-enxerto de destaque é o IAC 766 Campinas, que por ser menos vigoroso que os anteriores e sujeito à dormência sob baixas temperaturas, constitui uma alternativa de grande importância para as regiões subtropicais, como o Norte do Paraná.

Serviço
II Encontro Técnico de Viticultura e Enologia
Data: 29 a 30 de novembro de 2019
Local: Adega Beraldo di Cale, Jundiaí
Contato: (11) 97154-8427
E-mail: enoconexao@gmail.com

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