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IAC realiza palestra sobre melhoramento genético e aspectos nutricionais dos citros

Os temas melhoramento genético, aspectos nutricionais dos citros e cadastramento no banco de sementes da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) foram abordados durante o 11º Dia do Porta-Enxerto, realizado no dia 16 de março pelo Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O evento reuniu profissionais da iniciativa privada, pesquisadores e estudantes, no Centro de Citricultura "Sylvio Moreira", em Cordeirópolis, interior paulista.
De acordo com o pesquisador do IAC e um dos palestrantes, Rodrigo Rocha Latado, atualmente as laranjas representam, aproximadamente, 90% dos citros plantados no Brasil e há baixa diversidade genética de variedades de copa e de porta-enxerto. "Esta baixa diversidade varietal pode comprometer a fitossanidade da cultura", alerta. As cultivares mais comuns de copa são a Pêra, Valência, Natal e Hamlin. A de porta-enxerto mais usada é o Limão Cravo, que tem como característica principal a maior tolerância às condições de déficit hídrico, principalmente no norte do Estado de São Paulo, e a precocidade de início de produção. Porém, ele destacou que o limão Cravo é suscetível a doenças como Gomose e Morte Súbita dos Citros.
Para contribuir com a mudança desse cenário, o IAC trabalha no desenvolvimento de novas cultivares de citros, tanto de copa como de porta-enxertos, e as transfere para os citricultores. De junho de 2015 a junho de 2016, o Instituto transferiu 129.774 borbulhas. Em 2016, foram produzidos 193 quilos de sementes.
Em sua apresentação, o pesquisador explicou sobre as pesquisas realizadas atualmente no Centro de Citricultura envolvendo a produção de plantas de porta-enxertos poliploides, que podem levar à produção de plantas no campo com porte baixo. A poliploidia é um fenômeno comum na natureza e é um grande mecanismo de adaptação e especiação das espécies.
"O objetivo é produzir plantas poliploides das principais variedades de porta-enxertos comerciais para, em sequência, avaliá-las como porta-enxertos de citros indutores de plantas anãs ou semi-anãs", disse o pesquisador. Os resultados preliminares dessas pesquisas foram apresentados no 11º Dia do Porta-Enxerto e demonstraram que a técnica é viável economicamente.
O engenheiro agrônomo e consultor em citricultura Rubens Rossetti participou da programação e afirmou que os eventos do Centro de Citricultura "Sylvio Moreira" colaboram com a reciclagem de muitos profissionais da área. Outro participante do encontro, o engenheiro agrônomo Rodrigo Consoni, destacou as inovações divulgadas. "As inovações de porta-enxertos, que são ferramentas para o aumento de produtividade, trazem melhorias na qualidade e resistência a doenças" disse.
Desordem
Outro aspecto discutido foi a desordem nutricional da planta causada por cobre nos pomares citrícolas. O pós-doutorando do IAC, Franz Walter Rieger Hippler, demonstrou que o cobre vem ganhando destaque, uma vez que a ocorrência de sintomas visuais da deficiência deste micronutriente tem sido verificada em pomares recém-plantados e jovens, estabelecidos em solos com baixos teores de cobre ou com aplicações de doses mais elevadas de fertilizantes nitrogenados. "Em pomares mais velhos, a toxicidade do elemento pode ocorrer em condições onde há o uso contínuo de fungicidas cúpricos no programa de manejo fitossanitário das plantas", explicou.
A nova lei de controle de Cancro Cítrico no Estado de em São Paulo também foi comentada no evento. A legislação recomenda a adoção de tratamento preventivo com produtos à base de cobre, além de plantio de mudas sadias e variedades resistentes, uso de quebra-ventos, controle do minador dos citros e destruição de frutos contaminados. Hippler, porém, ressaltou a importância da aplicação sustentável desses produtos cúpricos, uma vez que o acúmulo do metal tende a ocorrer tanto no solo quanto na planta. Nesse cenário, ele destacou as respostas dos dois porta-enxertos mais utilizados nos pomares paulistas, sendo o limão Cravo como o mais sensível e o citrumelo Swingle o menos sensível às desordens nutricionais causadas por cobre.
O pós-doutorando apresentou resultados de um levantamento dos teores de cobre em amostras de solo e folha de propriedades do cinturão citrícola de São Paulo e do Sul de Minas Gerais, de 2016. Os resultados mostraram uma grande quantidade de amostras com concentração de cobre elevadas nas regiões Centro e Sul paulistas, o que estaria relacionado ao aumento na incidência do Cancro Cítrico e Pinta Preta nessas regiões. "Vale lembrar que o cobre, além de ser considerado um elemento essencial para o crescimento das plantas, é também um metal pesado e assim, numa condição de excesso, pode ser danoso tanto para a planta quanto para o ambiente", afirmou Hippler.
O secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, lembrou que incentivar a transferência de conhecimento sobre cultivares e tecnologias desenvolvidas pelo IAC são diretrizes estabelecidas pelo governador Geraldo Alckmin. "O Centro de Citricultura é um grande gerador e disseminador de tecnologias e informações, que contribuem ricamente com o setor citrícola", disse.
Assessoria de Imprensa – IAC
19 2137-0613/0616

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