bannergov2023 
×

Aviso

There is no category chosen or category doesn't contain any items

Instituto Biológico está credenciado pelo MAPA para fazer diagnósticos da Helicoverpa armigera

O Instituto Biológico (IB-APTA) é a única instituição do Estado de São Paulo credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para fazer análises morfológicas e moleculares para identificação da Helicoverpa armigera – praga identificada no Brasil pela primeira vez em 2012 e que atinge mais de cem espécies no mundo. O Instituto, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), receberá as amostras coletadas por técnicos da Defesa Agropecuária, agrônomos da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), representantes de associações de produtores, cooperativas e sindicatos rurais. As análises serão custeadas pelo MAPA. Em 27 de novembro, a APTA vai realizar o I Seminário de Manejo Estratégico de Pragas Exóticas, em Ribeirão Preto, para fomentar o debate e o treinamento sobre questões de ameaças fitossanitárias, com foco na Helicoverpa armigera.
            O Laboratório de Entomologia Geral do Instituto Biológico, localizado em São Paulo, já é credenciado pelo MAPA, desde 2008, para realizar análise de classificação taxonômica, diagnóstico fitossanitário de insetos, bem como a emissão de laudo oficial de diagnóstico fitossanitário para a importação e exportação de produtos. A unidade tem ainda ISO 9001. “Em junho deste ano, o Ministério também nos credenciou para realizarmos análises da Helicoverpa armigera. Não precisamos fazer nenhuma mudança no laboratório, como reforma e compra de equipamentos, porque já estávamos preparados”, afirma Teresa Jocys, pesquisadora do IB, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
            Até o momento, 16 amostras, entre feijão, algodão, trigo, citros e eucaliptos já foram analisadas pelo IB. As coletas foram feitas nos municípios de Itapeva, Itaí, Paranapanema, Taquarituba e Pratânia. “Nessas amostras não foi identificada a ocorrência da Helicoverpa armigera. Mas isso não quer dizer que a praga não exista nessas regiões e até mesmo nessas ou outras culturas. Significa que no material coletado e enviado para diagnóstico, a Helicoverpa armigera  não foi encontrada e identificada”, afirma Jocys. Outras amostras serão coletadas para serem analisadas pelo Instituto Biológico. Desde o começo deste ano, o IB analisou materiais do Piauí, Goiás, Mato Grosso e Bahia. Em todos esses Estados, foi constatada a ocorrência da praga e já foram tomadas medidas para seu controle.
            Todas as amostras coletadas em lavouras paulistas com a suspeita da ocorrência da Helicoverpa armigera devem ser enviadas para análises no Laboratório do Instituto. Apenas o IB pode emitir laudos oficiais sobre a ocorrência da praga no Estado de São Paulo. Segundo Jocys, só serão aceitos para análises materiais coletados pela Defesa Agropecuária, CATI e representantes dos produtores rurais. “Não vamos receber amostras de produtores rurais. Queremos alertá-los e não alarmá-los. Os técnicos e agrônomos responsáveis pelas coletas farão uma filtragem do que pode ou não ser a praga”, afirma.
            Muito parecida a olho nu com a Helicoverpa zea – lagarta encontrada na cultura do milho – a Helicoverpa armigera é de difícil identificação no campo, daí a necessidade das análises morfológicas que estão sendo feitas no Instituto Biológico.
Entenda o que é a Helicoverpa armigera
Identificada até o momento em Goiás, Bahia, Mato Grosso e no Sul do Brasil, a lagarta Helicoverpa armigera tem causado muitas perdas para as lavouras brasileiras. Estima-se que na Bahia os prejuízos cheguem a R$ 2 bilhões, devido à ocorrência nas culturas da soja e algodão.
De acordo com Jocys, a Helicoverpa é de difícil controle, porque tem alto grau de destruição. “Essa lagarta não tem preferência, é polífaga, ou seja, come várias espécies de plantas”, afirma. No Brasil, já foi identificada nas lavouras de algodão, milho, soja, sorgo, adubos verdes, feijão, pastagem, citros, café e hortaliças. As perdas incluem produtividade e qualidade.
Outro ponto que dificulta o controle à praga é a falta de agrotóxicos registrados. A Presidência da República autorizou o MAPA a declarar situação de emergência fitossanitária ou zoossanitária, caso seja constatada presença de pragas inexistentes no País ou risco de epidemias e surtos de doenças já existentes. Após declarar a emergência, o Ministério poderá autorizar a importação ou até mesmo a produção e comercialização de produtos, emergencial temporária, não aprovados no Brasil.
Além disso, o Ministério terá autonomia para contratar pessoal por tempo indeterminado para prestação de serviços eventuais em ações de defesa agropecuária. A autorização poderá ser de um ano, prorrogável por mais um. Até o momento, apenas o Oeste da Bahia teve a “Emergência Fitossanitária” decretada, em 4 de novembro deste ano.
Em agosto de 2013, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo constituiu um grupo técnico para realizar um estudo que estabeleça as diretrizes de defesa fitossanitária da Helicoverpa armigera. O grupo técnico de São Paulo é composto pelo Instituto Biológico, Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, Defesa Agropecuária e CATI, todos ligados à SAA.
“A Helicoverpa vai exigir mais do que nunca que se estabeleçam ações de manejo integrado, que viabilizem o controle da praga e ampliem a vida útil das tecnologias geradas”, diz o diretor-geral do Instituto Biológico (IB), Antonio Batista Filho. Ele explica que o manejo inadequado quebra as resistências alcançadas e joga por terra o trabalho de pesquisa das empresas de agroquímicos, que investem por cerca de dez anos para chegar a uma molécula eficiente e podem ver seus produtos perderem eficácia após cinco anos de uso, justamente pela aplicação inadequada. Batista explica que a proposta é usar quantidade sempre menor de produtos, com manejo racional e assim estender a eficácia dos compostos, já que fica cada vez mais difícil para as indústrias encontrarem moléculas para o controle fitossanitário. “A Helicoverpa traz uma reflexão sobre a necessidade do manejo integrado de pragas como meio para controlá-la e também para dar vida longa às tecnologias”, afirma.
A ameaça trazida pela Helicoverpa lembra a gravidade ocorrida na década de 20, quando a broca-do-café dizimou a cultura, que representava 70% da economia paulista. Entretanto, a nova lagarta ataca cerca de cem espécies. Na avaliação de Batista Filho, a situação atual requer ações dos comitês organizados para diagnosticar a praga e propor soluções. Já os agricultores devem seguir as recomendações. Para Batista, deve haver um intenso trabalho de educação por meio de encontros, reuniões e workshops. Essas atividades de transferência de informações são fundamentais, pois quando ocorre um problema como esse a tendência é o aumento das doses de produtos. Na Bahia, um evento sobre a Helicoverpa reuniu 1.500 agricultores. O grande público reflete a preocupação do setor. “São anos dedicados a uma cultura, com toda a infraestrutura de maquinários e implementos voltados para aquela atividade, não dá para propor a esses agricultores que simplesmente mudem de cultura como forma de controlar a lagarta”, avalia Batista.
O diretor do Instituto Biológico reforça que simplesmente aplicar mais agrotóxicos não é a solução. Tem que adotar o manejo integrado. “A Helicoverpa é altamente polífaga, alimenta-se de diversas espécies de plantas, cultivadas ou não, e é de difícil identificação pela semelhança com outras lagartas”, diz.
Ele alerta que a identificação correta é de suma importância e está aí mais um obstáculo, pois o Brasil carece de taxonomistas. Nesse cenário, o Biológico tem papel essencial para o País. “Nos últimos anos o IB notificou a presença de pragas quarentenárias que chegaram a portos e aeroportos do Brasil e foram interceptadas pelo Ministério da Agricultura”, afirma. O Instituto Biológico é credenciado pelo MAPA para diagnóstico de pragas quarentenárias como a Helicoverpa. “Temos 64 exames credenciados pelo Ministério, por isso somos considerados o maior centro de diagnósticos fitossanitários do Brasil.”
Instituto Biológico
Centro de referência em diagnóstico nas áreas de sanidade animal e vegetal, o Instituto Biológico gera e difunde conhecimentos científicos e tecnológicos para o negócio agropecuário, no Brasil e no exterior. Suas atividades asseguram a continuidade da geração de riqueza, oportunidades de trabalho nas mais diversas cadeias produtivas, melhoria da qualidade de vida da população e de suas relações com o meio ambiente. O Instituto – que completou 86 anos em outubro – realiza cerca de 500 exames por dia nas áreas de sanidade animal e vegetal.
Dentre os principais trabalhos do Instituto, na área animal, estão os testes de sorologia de aftosa e de viroses e a produção de antígenos para diagnóstico de brucelose e tuberculose em bovinos. O IB também desenvolve técnicas de diagnóstico e controle para as principais enfermidades virais, bacteriológicas, parasitárias e nutricionais.
O IB tem a missão de trabalhar pela sanidade de plantas de importância econômica e de rebanhos. Seus laboratórios modernizados com recursos do Governo fazem não só a identificação rotineira de pragas e doenças, como propõem soluções e fomentam o uso de técnicas alternativas de controle, como ferramenta no manejo integrado de pragas.
I Seminário de Manejo Estratégico de Pragas Exóticas
Em 27 de novembro de 2013, a APTA vai realizar em Ribeirão Preto, o I Seminário de Manejo Estratégico de Pragas Exóticas. O objetivo do seminário é fomentar o debate e o treinamento sobre questões de ameaças fitossanitárias. O foco do evento será a lagarta Helicoverpa armigera.
            Durante o evento, serão apresentadas palestras sobre o caso da Helicoverpa armigera, sua identificação e diversidade, inimigos naturais, o Manejo Integrado de Pragas e o emprego de defensivos agrícolas. Os pesquisadores também apresentarão palestra sobre o registro emergencial de agrotóxico, o manejo da resistência de pragas e agrotóxicos, os princípios da agricultura conservacionista no contexto de ocorrência de pragas, além de uma tecnologia do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, para evitar a importação de pragas exóticas.
Serviço
I Seminário de Manejo Estratégico de Pragas Exóticas
Data: 27 de novembro de 2013
Local: Centro de Cana do Instituto Agronômico
Endereço: Rodovia Prefeito Antonio Duarte Nogueira, km 321, Ribeirão Preto – SP
Texto: Carla Gomes (MTb 28156) – Assessora de Imprensa IAC

Fernanda Domiciano – Assessoria de Imprensa APTA

Notícias por Ano