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Instituto de Economia Agrícola comemora 77 anos de fundação

Pioneiro na sistematização dos estudos sobre economia agrícola no País, o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), completou 77 anos de fundação com evento comemorativo no último dia 7. A instituição de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo foi criada em 1942, com o nome de Divisão de Economia Rural. Suas atribuições têm sido as de executar programas e projetos de pesquisas e assessoramento, além de elaborar informações e estatísticas relativas ao setor.

Para o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que participou das comemorações na sede da Secretaria, a história econômica da agricultura paulista e brasileira foi gerada no IEA. “O IEA é o chapéu pensador da economia agrícola. Daqui, saíram orientações da política agrícola de São Paulo e também do Brasil. O Instituto teve papel fundamental no desenvolvimento do agro e, inclusive, sem que fosse feito de forma direta, o zoneamento pensado economicamente”, afirmou.

Para Rodrigues, o IEA assume um novo papel igualmente importante para o futuro do setor. “O Instituto tem o papel ainda mais relevante de estudar esse processo de desenvolvimento urbano rural, num país desigual, tendo em vista transformá-lo no campeão mundial da segurança alimentar”, afirmou.

O secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira, afirmou que os institutos de pesquisa da Secretaria são o farol da inovação no agro. “O Estado precisa ter uma visão mais de consultor e orientador e menos de executor. O IEA é o grande pensador, o grande consultor das políticas públicas, para que possamos fazer, em termos de técnicas e práticas aplicadas, ações que atendam a essa desigualdade social, a esse ‘gap’ que existe na produção e possamos levar mais tecnologias para os produtores em todas as cadeias” afirmou.

Para o secretário, esse conhecimento será muito importante neste momento em que o Estado inova ao repensar o abastecimento e toda a cadeia produtiva, em questões como a discussão de preços, e como se dará a relação de contrato entre pequeno e médio produtor e comerciante. “Esses estudos precisam ser feitos. Esse é o grande desafio que vejo para o IEA”, afirmou.

“Poucos conseguem chegar nessa marca, mas se chegamos até aqui é porque muito fizemos. O IEA ao longo de 77 anos, sempre teve relevância no agro estadual e nacional”, destacou a diretora do IEA, Priscilla Fagundes.

História

Nos anos de 1939 e 1940, o engenheiro agrônomo Ruy Miller Paiva, que então atuava no Instituto Agronômico (IAC), foi para os Estados Unidos para se aperfeiçoar na área de tecnologia de fibras. Deparou-se, então, com a economia agrícola e ao retornar para São Paulo, trouxe as ideias e o conhecimento que resultou na criação da Comissão de Estudos Rurais. Esta foi precursora do Departamento de Produção Vegetal da Secretaria, que em 42 daria origem ao IEA, que primeiro sistematizou os estudos sobre economia agrícola no Brasil.
Com o tempo, o campo de trabalho passou a abranger cenários que incluem a globalização, a diferenciação e organização como princípios de inserção e permanência nos mercados para a produção familiar, os impactos da biotecnologia e da interdependência do setor agrícola com novos ramos industriais, agricultura periurbana, gestão da água e preservação ambiental.

Em parceria com a Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), o IEA levanta informações e séries estatísticas de preço, produção, produtividade e salários, que são importantes fontes na gestão pública e privada.

Os levantamentos estatísticos serviram de modelo para outras instituições no Brasil. Já os preços agrícolas são referência para atacadistas, varejistas e produtores.

As linhas de pesquisa priorizam o atendimento às demandas sociais oriundas dos canais institucionais, mas sempre levam em conta a percepção e a sensibilidade de seus pesquisadores para as necessidades de médio e longo prazo da agricultura e da sociedade.
O IEA foi pioneiro no levantamento dos preços agrícolas diários, dos preços de terra, na elaboração da metodologia e do cálculo sobre custos de produção, e na análise dos impactos da nanotecnologia na cadeia de produção da soja.

O Instituto formulou programas de grande relevância na Secretaria, como o Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas do Estado de São Paulo.

Também realizou parcerias com instituições na metodologia e elaboração de previsão e estimativas de safras em outros Estados, bem como para difundir a filosofia de mercado futuro e novos mecanismos de comercialização agrícola.

Participou da construção e aprimoramento do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap); desenvolveu metodologia de análise da balança comercial; participou ainda nas discussões e elaboração do Protocolo Agroambiental com o setor sucroalcooleiro, sendo responsável pela sua gestão dentro da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Atualmente, o IEA continua desempenhando um papel fundamental e de relevância para agro, atuando alinhado ao Programa “Cidadania no Campo 2030”, estratégico para trazer desenvolvimento sustentável à população do campo.

Hoje, cerca de 350 mil propriedades rurais paulistas não têm endereço e 200 mil quilômetros de estradas rurais não estão mapeados. Isso limita o acesso da população rural a infraestrutura básica de eletricidade, conectividade, saneamento, segurança pública, entre outros serviços essenciais.

Prêmio Ruy Miller Paiva

O IEA comemora os 77 anos com a entrega do Prêmio Ruy Miller Paiva, em homenagem ao fundador da septuagenária instituição da Secretaria. O prêmio foi criado pelo Decreto nº 62.915, de 9 de novembro de 2017.

É concedido pelo IEA, anualmente, aos autores de artigos científicos e técnico-científicos, nas áreas de socioeconomia agrícola e de desenvolvimento rural, e eventualmente a personalidades que se destacarem em atividades agrícolas, econômicas e sociais em reconhecimento de sua contribuição ao agronegócio.

Nesta edição, os ganhadores foram: Raquel Sachs e Joaquim Ferreira Filho, com o artigo intitulado “A inovação biológica e a produtividade da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo”, publicado na Revista Economia Agrícola; e Pedro Soares e Humberto Spolador, pelo artigo intitulado “Eficiência técnica da produção de soja nas unidades produtivas de São Paulo”, publicado na Revista Informações Econômicas.

O ganhador da Medalha Ruy Miller Paiva, na categoria de “Personalidade do agronegócio”, foi o engenheiro agrônomo Rodolfo Hoffmann. Graduado em Agronomia, mestre em Ciências Sociais Rurais, doutorado em Economia Agrária Livre Docente e Professor Titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da Universidade de São Paulo (USP), Hoffmann foi professor associado do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) de 1996 a 2012.

Hoffman exerce atividades de docência e pesquisa voluntárias na ESALQ-USP. Seu principal tema de pesquisa é a análise da distribuição da renda no Brasil, atuando nos seguintes temas: Distribuição da Renda no Brasil, Econometria, Distribuição da Posse da Terra, Modernização da Agricultura e Segurança Alimentar.

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