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Instituto de Zootecnia expõe na Agrishow sistema de produção de ovinos que pode aumentar em seis vezes a renda do produtor

Um sistema de produção de ovelhas e cordeiros que reduz em 40% o tempo de abate, triplica o número de animais por hectare e aumenta em seis vezes a renda do produtor será exposto pelo Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), na Agrishow 2014, que será realizada de 28 de abril a 2 de maio, em Ribeirão Preto. Além do chamado Sistema IZ de produção, amplamente utilizado em São Paulo e em todas as regiões brasileiras de criação de ovinos, os pesquisadores vão mostrar aos visitantes o capim Aruana, usado para a pecuária em geral, mas que tem se destacado na produção de ovinos. O capim Aruana é amplamente utilizado em produções paulistas e brasileiras, por ser mais nutritivo do que a braquiária e se adaptar ao pastejo drástico, realizado pelos ovinos.
Tradicionalmente, os ovinos são criados em sistema de produção de pastagem, com 10 a 12 ovelhas por hectare e os cordeiros são abatidos com 160 dias. No Sistema IZ são colocadas 35 matrizes por hectare e o abate ocorre aos 95 dias. “No sistema tradicional, o criador consegue rentabilidade bruta de R$ 1.800,00 por hectare no ano, enquanto no desenvolvido pelo IZ, é possível conseguir R$ 6.804,00”, afirma Ricardo Lopes Dias da Costa, pesquisador do IZ, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Além de antecipar os lucros e diminuir os custos com ração, com o abate em menor tempo o produtor consegue disponibilizar ao mercado carne com maior qualidade. “Nessa idade, a carne está com coloração rosada viva, o que eleva o índice de maciez e sabor. Ela ainda tem moderado nível de gordura, o suficiente para garantir a cobertura da carcaça e adequada marmorização”, explica o pesquisador.
Outra vantagem na adoção da tecnologia desenvolvida pela pesquisa paulista é a redução de 240 dias na idade da primeira cobertura das fêmeas. No sistema tradicional, a primeira cobertura ocorre ao 540º dia. No Sistema IZ, ao 300º. “Em dois anos, a produção do Sistema IZ é mais de 10 vezes o número de cordeiros em relação ao sistema tradicional. O aumento no número de crias se dá também pela redução em, pelo menos, quatro meses no intervalo de partos”, afirma Costa.
No Sistema IZ os animais têm ainda melhor qualidade de vida do que no tradicional, o que é demonstrado pela diminuição de cerca de 50% no índice de mortalidade dos cordeiros durante o período de produção.
Capim Aruana é ideal para o pastejo de ovinos
Entre os diferenciais do Sistema IZ está à alimentação dos animais, principalmente pelo pastejo drástico realizado pelos ovinos. O capim Aruana, também desenvolvido pelo IZ, em 1989, pode ser utilizado na criação de qualquer animal, porém, é ideal nos ovinos, por se adaptar ao modo de alimentação destes animais. O capim é ainda mais nutritivo do que a braquiária.
“O capim Aruana, graças ao alto valor nutritivo, à elevada produtividade, ao porte médio e à excelente aceitabilidade, evidenciou-se como forrageira multiuso, tornando-se a melhor pastagem para ovinos e caprinos e também uma alternativa ideal para outros animais como bovinos, equinos e bubalinos”, afirma Gerson Pequeno de Brito, diretor-presidente da empresa Sementes Rancharia, que produz, em média, 70 mil quilos de sementes por ano do Aruana.
Cadeia de produção de ovinos
O mercado de carne de ovinos é crescente, apesar de não estar totalmente estabelecido quanto aos canais de comercialização e à determinação das características desejáveis pelos produtores. O Estado de São Paulo produz carne de cordeiro de ótima qualidade, sendo o nono Estado em número de cabeças de ovinos no Brasil e é o maior mercado consumidor do País.
O principal destino dos ovinos criados no Estado é a produção de carne, consumida em restaurantes e churrascarias. É possível também aproveitar a lã dos animais para a produção de acessórios, como sapatos e bolsas, além da fabricação de instrumentos musicais. As vísceras dos animais também podem ser usadas para a produção de linguiças e na culinária francesa e espanhola.

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