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Institutos de Pesquisa da SAA-SP recebem grupo de técnicos da República dos Camarões

 “Eles querem ser os pioneiros da revolução agrícola da República dos Camarões”. É assim que Mattieu Levi, da empresa Bernatur, define a visita que o uma comitiva de 16 camaroneses fez aos Institutos de pesquisa ligados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, mantenedora da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), à qual os institutos estão vinculados. Os produtores rurais da República dos Camarões passaram 10 dias visitando unidades e conhecendo as pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, Instituto Biológico (IB), Instituto de Economia Agrícola (IEA), Instituto de Pesca (IP), Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e Instituto de Zootecnia (IZ).

A proposta de roteiro para a visita dos jovens agricultores camaroneses teve o objetivo de apresentar os principais programas de pesquisa dos Institutos vinculados a APTA para, em uma segunda etapa, poder proporcionar o aprofundamento do conhecimento mediante capacitação e/ou transferências de tecnologias mais direcionadas aos interesses do grupo.

O objetivo do grupo foi aprender conceitos agrícolas e agropecuários usados no Brasil, com o intuito de aplicá-los na República de Camarões, país com condições climáticas parecidas com a brasileira e que 60% da população vive da agricultura. “O povo camaronês sempre teve muito contato com os acadêmicos europeus, mas há uma diferença muito grande entre a agricultura praticada na Europa e a de clima tropical, praticada no Brasil, uma referência mundial de produção de alimentos”, afirma Levi.

Para Adriana Verdi, pesquisadora do IEA e coordenadora substituta da APTA, a visita do grupo é importante do ponto de vista da transferência de tecnologia e também para futuras parcerias. “Para a APTA, esta é uma grande oportunidade de testar pacotes tecnológicos desenvolvidos pelos Institutos em regiões tropicais de outro continente. A recepção do grupo também é importante para contribuirmos com o desenvolvimento de outros países”, afirma.

Os produtores ficaram empolgados com a visita, que contou com transferência de conhecimento e tecnologia em gado de corte e leite, sanidade avícola, conservação de solo e sistema de produção de milho, mandioca, seringueira e peixes. O grupo conheceu ainda os trabalhos de processamento de alimentos, aplicação de agrotóxico, dados estatísticos pesqueiros e econômicos do agronegócio paulista. “O Brasil já passou pelo momento que estamos passando na agropecuária e hoje é uma potência mundial neste setor. Esperamos que este contato não se acabe e que a troca de conhecimento continue entre os dois países”, afirma o criador de aves, Mani Pascal.

De acordo com Levi, os ensinamentos prestados pelos pesquisadores dos Institutos da APTA serão muito importantes para modernizar a agropecuária da República dos Camarões. “Quando estivemos no IAC, aprendemos que hoje em dia não se deve mais arar o solo. Não podemos mexer no solo, mas sim, plantar em cima da palha de outra cultura. Isso é revolucionário para os produtores dos Camarões. Esse ensinamento, por exemplo, vai mudará o modo de produção destes agricultores”, afirma.

Outro ensinamento importante, apontado por Levi, foi o trabalho de estatística pesqueira, desenvolvido pelo Instituto de Pesca. “Só quantificando a produção e a importância econômica da pesca é que poderemos cobrar políticas públicas do governo, como o seguro defeso, que existe no Brasil”, explica. O seguro defeso é um benefício pago aos pescadores artesanais brasileiros, que ficam proibidos de exercer a atividade pesqueira durante o período de defeso de determinadas espécies. O benefício não existe na República dos Camarões.

Texto: Fernanda Domiciano

Assessoria de Imprensa – APTA

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