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IP pesquisa pesca artesanal no Alto, Médio e Baixo Tietê

A maioria dos pescadores artesanais do reservatório Billings, entrevistados em pesquisa do Instituto de Pesca (IP-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, mostra interesse em prosseguir na atividade, por ser sua profissão de origem, embora buscando fontes complementares de renda familiar. Porém eles estão cientes da degradação do ambiente aquático, observada em algumas regiões do reservatório Billings, segundo as pesquisadoras Paula Maria Gênova de Castro, Lídia Sumile Maruyama, Patrícia de Paiva e Luciana Carvalho Bezerra de Menezes (do IP) e Maria Eugênia Porto Alves da Silva (mestre em Aquicultura e Pesca pelo IP, cuja dissertação, de 2008, versou sobre pescarias no reservatório Billings).
De acordo com o estudo, há também interesse, por parte de alguns pescadores, em práticas de aquicultura para incrementar a produção pesqueira. Outros pescadores preferem continuar com a atividade extrativista na Billings na esperança de dias melhores da atividade pesqueira da região. Há ainda aqueles que se deslocam, periodicamente, para outros reservatórios em busca de maior produtividade, dizem as pesquisadoras do IP.
Ainda segundo a pesquisa, iniciada em 2005, observou-se ausência do poder público nas questões relacionadas à saúde pública da comunidade, bem como a necessidade urgente de se investigar a qualidade do pescado consumido pela maioria dos pescadores e seus familiares, alguns muito antigos na região. “É aconselhável a continuação dos levantamentos de dados de desembarque (produção e esforço de pesca), com a participação efetiva da comunidade pesqueira local, além de estudos de biologia pesqueira e qualidade do pescado e da água, a fim de avaliar o efeito da pesca e da poluição nas populações de peixes e no pescador.”
Por fim, a equipe de pesquisa recomenda a realização urgente de estudo integrado (pescador, meio ambiente e pescado) buscando melhor subsídio ao ordenamento e manejo da atividade pesqueira na região da represa Billings, de forma mais realista e participativa. A idéia é envolver todos os praticantes da pesca e órgãos que atuam no reservatório, incluindo o Comitê de Bacias Hidrográficas do Alto Tietê, a EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia S/A), concessionária de serviço público de geração de energia, a SABESP e a CETESB, dentre outros.
Médio e Baixo Tietê
Há cerca de 3.000 pescadores profissionais cadastrados na Colônia de Pescadores de Barra Bonita (Z-20). Cerca da metade deles atuam ao longo do Médio rio Tietê (Barra Bonita, Bariri e Ibitinga), com maior concentração no reservatório de Barra Bonita e adjacências.
Os pescadores monitorados em levantamento do IP, dependendo da espécie objeto de suas capturas, empregam um ou vários apetrechos de pesca, com diferentes malhagens, e diferentes estratégias de pesca, definidas como a combinação de apetrechos, com determinado tamanho de malha, tipo de ambiente explorado e modo de utilização. O principal apetrecho é a rede de espera, instalada na água no final da tarde e retirada no início da manhã.
De acordo com a pesquisadora Paula Maria Gênova de Castro, o equilíbrio da fauna de peixes em um ambiente aquático depende de diversos fatores, a começar de um ambiente saudável, com boa qualidade de água, nutrientes adequados, preservação do entorno, manutenção de lagoas marginais etc. Se essas condições forem mantidas, há boa oportunidade de sustentação da adequada biomassa de peixes e da realização de boas pescarias na região.
Os estoques de peixes têm se ressentido, ao longo dos anos, em razão dos barramentos dos rios, desmatamentos nas encostas, poluição agroindustrial e doméstica, assoreamento, introdução de espécies alóctones (de outras bacias) e também o excesso de pesca em determinadas regiões, Assim, há certa diminuição em volume desembarcado, notadamente da tilápia, principal espécie capturada pelos pescadores em Barra Bonita e Bariri.
Para superar a escassez de peixes, os pescadores empregam duas estratégias principais: a intensificação da pesca, com o aumento do esforço para manter o mesmo rendimento, e a diversificação pesqueira, utilizando novas técnicas ou buscando outras atividades econômicas complementares, como a agricultura, a construção civil e o comércio.
Por outro lado, Paula Gênova revela que, no Baixo Tietê (reservatórios de Promissão, Nova Avanhandava e Três irmãos), a pesca é mais diversificada em termos de proporções de captura. Ou seja, não está direcionada a apenas uma espécie, mas a várias, dentre as quais as principais são o mandi (Pimelodus maculatus), a pescada-do-Piauí, ou corvina de água doce (Plagioscium squamosissimus), o campineiro (Schizodon nasutus) e o porquinho (Geophagus surinamensis).
Ela desenvolve projeto de pesquisa na região, que foi objeto de dissertação de Lídia Maruyama (junto ao Programa de Pós-graduação em Aquicultura e Pesca do IP),
A nova realidade da pesca na região é avaliada através de outra pesquisa (em andamento), coordenada pelo pesquisador Gianmarco Silva David com a participação de Paula Gênova. O título do trabalho é “Artes de pesca artesanal nos reservatórios de Barra Bonita e Bariri (médio rio Tietê): tecnologia familiar e sustentabilidade socioambiental”.
Além dos problemas ambientais, há outros enfrentados por essa comunidade ribeirinha: escassez de uma política voltada ao pescador artesanal de pequena escala, de forma mais realista e responsável; falta de infraestrutrura mínima de desembarque e limpeza e processamento do pescado. Ao longo de seu estudo, Paula identificou 47 principais pontos ou concentrações de desembarque nas porções média e baixa do rio Tietê e poucos locais com estrutura adequada.
Há falta de entrepostos, fábricas de gelo e organização do setor. Há ainda conflitos entre pescadores profissionais e esportivos e a Polícia Ambiental; escassez de verba destinada à pesquisa pesqueira para o levantamento sistemático da produção pesqueira desembarcada nos principais rios e represas paulistas (captura e esforço de pesca). A pesquisadora esclarece que o acompanhamento da atividade pesqueira constitui-se no melhor método de amostragem das populações naturais de peixes. Fornece informações valiosas sobre o estado de explotação dos estoques para subsidiar medidas de manejo, bem como estudos ambientais, biológicos e socioeconômicos da atividade, por exemplo.
Íntegra das notícias:
 - Gestão da pesca artesanal no Reservatório Billings (Alto Tietê, SP) é objeto de pesquisa
-Estudos científicos analisam pesca artesanal no médio e baixo Tietê 
Centro de Comunicação do Instituto de Pesca
Antônio Carlos Simões
(13) 3261-5474
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
(11) 5067-0424
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