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IZ inaugura dois laboratórios em Sertãozinho, interior paulista

O Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, inaugurou dois novos laboratórios, em seu Centro Avançado de Pesquisa em Bovinos de Corte, localizado em Sertãozinho, interior paulista. Trata-se do Laboratório de Reprodução e Saúde Animal e do Laboratório de Genômica Animal, além da reforma do Centro de Transferência de Tecnologia. O investimento nos espaços foi de R$ 1 milhão, aproximadamente, com recursos via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2010) e Tesouro do Estado. As obras foram entregues em 10 de março de 2018, durante a realização do evento Pecuária de Sucesso, que reuniu 250 pessoas.
Segundo a pesquisadora e diretora do Centro Avançado de Pesquisa em Bovinos de Corte, Joslaine Noely dos S. Gonçalves Cyrillo, o objetivo é ampliar as pesquisas do IZ em reprodução animal, qualidade de sêmen e produção de embriões e iniciar os trabalhos na área de genômica pelo Instituto. “No Laboratório de Reprodução e Saúde Animal temos um tronco para que os animais entrem e as coletas de embriões sejam feitas. O espaço recebeu equipamentos de última geração que auxiliarão nos trabalhos científicos realizados pelo IZ”, explicou.
O Laboratório de Genômica permitirá que o IZ inicie uma nova linha de trabalho, por ter a capacidade de extração e acondicionamento de amostras de DNA dos animais. “A avaliação genômica será um complemento à avaliação genética que o Instituto de Zootecnia realiza há décadas”, afirmou.
Atualmente, o IZ realiza a avalição genética por meio das Diferenças Esperadas nas Progênies (DEP), que com um modelo matemático, consegue conhecer as variações dos rebanhos e chegar ao valor genético de determinado animal. “A avaliação genômica será um complemento a essa informação que já existe. Vamos fazer uma avaliação mais profunda para encontrar regiões nos genomas que são correspondentes a características de interesse econômico para a pecuária”, explicou Joslaine.
O Centro de Transferência e Tecnologia do IZ também passou por melhorias com a reforma das sete salas dos pesquisadores e de uma para vídeo conferência, além do anfiteatro com capacidade para 200 pessoas. O recurso de R$ 1 milhão, aproximadamente, foi disponibilizado via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2010) e Tesouro do Estado. “O edital exclusivo para os Institutos de Pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que o IZ foi contemplado, prevê também a compra de equipamentos para esses laboratórios, além da vinda de novos pesquisadores”, afirma Joslaine.
Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, as inaugurações marcam o início de um novo período do Centro Avançado de Bovinos de Corte do IZ. “Desta fazenda saíram as principais linhagens de desenvolvimento da raça Nelore, Guzerá e Gir, um espaço que prestou os mais altos e relevantes serviços para a pecuária brasileira. Infelizmente, vivemos um período em que esta fazenda ficou um pouco de lado. Essas reformas inauguram uma nova fase deste centro de excelência, retomando sua vitalidade para continuar a exercer um papel muito relevante para a pecuária de corte do Brasil, que é o maior exportador de proteína animal do mundo”, disse.
A diretora-geral do IZ, Renata Branco Arnandes, afirmou que o Instituto de Zootecnia vive de fato uma nova etapa, mais próxima ao setor de produção. “Estamos trabalhando para o pecuarista e para a pecuária nacional. Nossa meta é fazer do IZ o maior centro de excelência em pesquisas com pecuária de corte do Brasil”, afirmou.
Orlando Melo de Castro, coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) explicou que esta aproximação com o setor de produção foi possível graças às novas legislações estaduais e federais que permitiram o estabelecimento dos chamados Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT), no âmbito da Agência, para a gestão da propriedade intelectual. “Hoje, o orçamento da APTA é composto de 23,4% de recursos privados, valor que tem crescido a cada ano. Nossa meta é chegar ao final de 2018 com 25% de participação privada em nosso orçamento. Com essa aproximação, ganha as instituições de pesquisa, nossos pesquisadores, as empresas e toda a sociedade”, explicou.
O superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) também participou da solenidade e anunciou a realização pelo Ministério do Plano da Pecuária, que visa avaliar a nortear as ações do País para a pecuária nos próximos 30 anos. “O IZ tem muito a contribuir nestas discussões. São Paulo está na vanguarda da pesquisa e seus institutos contribuíram e contribuem para o sucesso do agronegócio do Brasil”, afirmou.
O evento também contou com a presença do prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez e o vice-prefeito Nilton César Teixeira, o prefeito de Pontal, André Carneiro e o prefeito de Pitangueiras, Marco Soriano.
Homenagem
Durante a cerimônia, Arnaldo Jardim foi homenageado por suas contribuições a frente da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. “Sem dúvida, o senhor foi um dos secretários que mais fez pela pesquisa agropecuária paulista”, disse Renata.
Pecuária de Sucesso
Especialistas, iniciativa privada e instituições de pesquisa e ensino apresentaram no Workshop Pecuária de Sucesso as oportunidades e desafios no desenvolvimento da pecuária brasileira para 2018, focando a sustentabilidade e eficiência na produção. Também foi enfatizada a preocupação com os recursos humanos das fazendas, o investimento e reconhecimento de profissionais, que são responsáveis pela produção pecuária de alta qualidade. 
A diretora-geral do IZ, Renata Branco Arnandes, abriu o evento enfatizando os 112 anos do IZ em prol da pecuária sustentável, afirmou que a realização do workshop teve o objetivo de fortalecer o marco da aproximação com os produtores, assim como ocorreu no evento Agropolo – Bioeconomia da Pecuária de Baixo Carbono, no ano passado. “O grande foco está em poder discutir e identificar os gargalos da cadeia pecuária brasileira, enviando, à Fapesp as demandas de pesquisas, que proporcionarão a pecuária chegar em 2050 com sustentabilidade e eficiência”, disse.
O workshop contou com a palestra de Mauricio Palma Nogueira, da Agroconsult, Sarah Figueiredo Martins Bonilha, pesquisadora do IZ, Wiliam Marchió, da Associação Rede ILPF, Flavio Dutra de Resende, pesquisador da APTA Regional e Sebastião Garcia Neto, da Senepol 3G.
A primeira palestra “Trajetória e Tendências para a Pecuária Brasileira”, ministrada por Mauricio Palma Nogueira, da Agroconsult, destacou a oportunidade de poder difundir o tema com produtores. Falou do histórico e das tendências da pecuária, destacando, para 2018, um preço de mercado otimista. “A previsão é de um aumento de consumo de três a quatro quilos de carne, a mais, per capita, com expectativa de aumento de produção de até 10%, além da abertura do mercado de exportação.”
Segundo Maurício, quanto mais carne for vendida, mais sustentável ficará a pecuária, além disso, ocorrerá a difusão correta da informação sobre produção, bem-estar e sustentabilidade, que agregam valor econômico, ambiental e social à pecuária. “A sociedade precisa saber disso, pois o risco de sustentabilidade é social e não ambiental, como se imaginava até pouco tempo atrás, e a tendência é aumentar com a desinformação”, enfatizou Maurício.
Na palestra “Utilização de touros melhoradores e o impacto na eficiência de produção” a pesquisadora do IZ, Sarah Figueiredo Martins Bonilha, destacou que o Brasil tem espaço para crescer em termos de peso de carcaça e produção de touros provados para incremento de carcaça. “Faltam cerca de 150 mil touros Nelores, geneticamente provados, por ano no Brasil”, disse.
Com o melhoramento genético, os animais consomem menos alimentos, ocasionando menor impacto ambiental, tornando-se mais sustentáveis. “Após 35 anos de seleção animal para peso, o IZ já avaliou 1301 animais Nelores, selecionando animais mais eficientes no consumo alimentar e em bons ganhadores de peso”, ressaltou Sarah.
Estudos do IZ, com Nelores selecionados para peso do grupo Controle e o Seleção, revelaram excelência na eficiência alimentar. “O peso final na PGP (Prova de Ganho de Peso) foi de 313 kg para o Seleção e 257 kg para o Controle, uma diferença de 56 kg”, destacou Sarah.
Com o melhoramento genético há um impacto na eficiência de produção como carcaças mais pesadas resultam em maior quantidade de carne, animais selecionados para crescimento atingem o peso de abate em menos tempo, as exigências de mantença são diluídas em animais mais pesados e animais que consomem menos alimentos para um bom desempenho são mais e econômicos e sustentáveis.
Sarah ressaltou que a seleção criteriosa e persistente de bovinos de corte é o caminho para a pecuária de sucesso, além de ser possível obter ganho genético constante utilizando touros superiores. “Esse ganho genético provoca mudanças desejáveis na quantidade do produto final, como peso da carcaça e peso do traseiro, e na qualidade da carne, pelo abate de animais mais jovens”, finalizou.
William Marchió, diretor da Rede ILPF, que abordou o tema “Profissionalizando a Pecuária com a ILPF”, destacou que o produtor sempre tem que buscar ganhar dinheiro, pois “o produtor no ‘vermelho’ nunca vai cuidar do verde”. Segundo ele, se o produtor ganhar dinheiro, terá condições de distribuir riquezas, além de conseguir implementar outras áreas de sua atividade. Ele também enfatizou que workshops como do IZ “são de extrema importância para que o produtor possa nos ouvir mais e saber que caminho seguir”.
"Com o sistema ILPF o produtor terá maior rentabilidade e o próprio Sistema tem apelos de sustentabilidade – econômica, social, ambiental –, cumprindo com o dever social, fazendo com que o produtor consiga ter longevidade na atividade produtiva de sua fazenda”, ressaltou Marchió.
O palestrante Flavio Dutra de Resende, da APTA Regional, que falou sobre as “Estratégias nutricionais na recria e terminação de bovinos de corte a pasto” ressaltou que a suplementação é uma obrigação e não uma opção. “O produtor tem que saber quanto de suplemento deverá utilizar no período da seca, pois quanto mais ração, mais peso o animal ganhará”.
“O criador também tem que saber que o melhor horário para o animal pastejar é no horário da manhã e o cocho deverá ser oferecido em outro horário, para não desperdiçar a pastagem, pois o investimento será o mesmo, assim, o máximo de desempenho tem que vir do capim”, destacou Resende.
O pesquisador da APTA também enfatizou que a gestão de pessoas é fundamental para que a alimentação dos animais seja melhor administrada pelos funcionários.
Já Sebastião Garcia Neto, proprietário da Senepol 3G, falou sobre o Senepol no Brasil, suas vantagens e resultados. Segundo ele, a raça tem resultados muito promissores. Neto destacou os testes de desempenho, cruzamento industrial, as vantagens da produção do Senepol quanto ao índice de prenhes, maior precocidade, menor custo de manutenção, maior rentabilidade, produção padronizada, desmana mais pesada. “A monta natural do Senepol chega a alcançar cerca de 80% de prenhes”, afirmou.
“Fiquei sabendo do evento pelas redes sociais e conhecendo o nível dos palestrantes, achei importante nossa participação. Gostei muito da palestra da Sarah, pesquisadora do IZ, que mostrou a importância da genética e os ganhos em quilos que ela proporciona, um assunto pouco discutido nos eventos de pecuária”, afirmou Marina Dal Coleto, diretora do programa @+Lucrativa da Minerva Foods
O Workshop recebeu o apoio da Sociedade Rural Brasileira, GPB e Intercorte/ Terraviva Eventos e o patrocínio da Senepol 3G, representados pelos parceiros Neto Garcia e Vilma Garcia. O evento foi finalizado com almoço de confraternização, com o churrasco oferecido pela Senepol 3G.
Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
(19) 2137-8933
Lisley Silvério
Assessoria de Imprensa – IZ
(19) 3476-0841

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