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Laboratório da Secretaria garante a São Paulo R$ 1,5 bilhão por ano em exportação de carne de frango

O vírus da Influenza Aviária é invisível a olho nu, mas pode causar estrago econômico e social gigante na cadeia avícola, como atualmente ocorre nos Estados Unidos. Para impedir a entrada dele e monitorar as granjas paulistas, que são zonas livres da doença, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do instituto Biológico (IB), tem um time de técnicos na cidade de Descalvado que dedica seus dias a certificar que o território paulista continue com a sanidade exigida pelo mercado externo – responsável por comprar anualmente R$ 1,52 bilhão em carne de frango.
O Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio Avícola (Captaa) do IB é o responsável pela garantia dessa sanidade, primordial porque, como líder do ranking mundial de exportação de carne de frango há 10 anos, o Brasil não pode correr o risco de registrar casos de Influenza Aviária. O espaço realiza ainda diagnóstico de laringotraqueíte, reovírus, salmonela, pneumovírus, bronquite infecciosa e doença de Newcastle.
O País vende, aproximadamente, 40% da carne de frango consumida pelo mercado mundial, seguido pelos Estados Unidos (28%), União Europeia (9%), Tailândia (4%) e China (4%). Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em 2014, foram embarcados pelo Estado de São Paulo 590 mil toneladas de carne de frango, um decréscimo de 0,65% em relação ao ano anterior, com embarques de 593,9 mil toneladas.
A contribuição paulista no período 2013-14 foi da ordem de US$ 400 milhões por ano, equivalente a R$ 1,52 bilhão anual na cotação atual da moeda norte-americana. Com a epidemia de Influenza nos Estados Unidos, que forçou o sacrifício de pelo menos 45 milhões de aves até agora, a demanda cresce – e a avicultura paulista ganha mercado, mas precisa estar preparada e sadia.
“O que difere o Brasil do mundo é a sanidade em nossa produção, é quem manda nas exportações, por isso é importante contar com a sensibilidade do governador Geraldo Alckmin em investir em pesquisa e diagnóstico”, apontou o médico veterinário Guilherme de Castro, diretor técnico do Captaa. Guilherme destacou ainda que são estes exames realizados em Descalvado os responsáveis por garantir as exportações do Estado, além de legitimar a cadeia produtiva e garantir a confiança dos compradores.
De olho
No Laboratório de Saúde das Aves, especialistas do governo paulista realizam os testes que garantem a ausência do vírus H5N1 nas granjas do Estado por meio de amostras de sangue levadas até lá pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria. Ela é a única que pode solicitar esse tipo de teste e a encarregada de notificar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em casos positivos.
A CDA é a responsável também por orientar os avicultores sobre como impedir a entrada do vírus em seus planteis, realizando uma série de seminários em cidades como Boituva, Registro, Bastos, Votuporanga, Orlândia e Campinas para destacar os cuidados que devem ser tomados. São ações como maior atenção à limpeza de calçados antes de entrar na granja, principalmente para pessoas que estavam viajando para os Estados Unidos.
“Confiamos no produtor, mas temos que fiscalizar. Todos devem se acautelar porque uma pessoa relapsa pode comprometer toda a cadeia de produção. O governador Geraldo Alckmin nos orientou a fazer a lição de casa, estamos equipando nossos laboratórios para fazerem o diagnóstico da doença, realizando pesquisas sobre a Influenza e reforçando nossas medidas de defesa sanitária”, pontuou o secretário Arnaldo Jardim.
O diagnóstico do Laboratório de Saúde das Aves é oficial para o Mapa porque é acreditado (foi o primeiro brasileiro na área de aves) com a ABNT NBR ISO/IEC 17025 pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Isso significa que estão sendo atendidas todas as normas técnicas exigidas mundialmente pela International Organization of Standardization (ISO) em conjunto com a International Electrotechnical Commission (IEC). Um laboratório acreditado pelo 17025 é considerado competente e seu resultado é aceito como verdadeiro.
Por um fio
Se o vírus é microscópico e pode causar um prejuízo gigantesco, é uma fina e pequena linha branca quem diz se ele chegou ou não aos planteis paulistas. Na área de Sorologia do Laboratório de Saúde das Aves, primeiro é preciso sorar a amostra de sangue, ou seja, separar as hemácias, restando apenas um líquido amarelado (foto). Com a técnica Imunodifusão em Agar Gel (IDGA), 50 mL deste soro são colocados no agar – aquele recipiente redondo e raso com pequenas cavidades.
É nestas cavidades que a bióloga Cintia Vila distribui intercaladamente três tipos diferentes de material: o soro a ser testado, o anticorpo e o antígeno. O agar com os materiais é colocado por 24 horas em câmara úmida com temperatura entre 22 e 26 graus Celsius para que ocorra a reação, que é um “caminhar” de uma substância em direção à outra, formando uma fina linha branca. A linha é esperada na conexão entre as cavidades onde está o anticorpo e o antígeno.
De modo algum, para o bem da avicultura paulista e brasileira, a cavidade onde está o soro do sangue do frango pode reagir e se ligar ao anticorpo e ao antígeno. Uma linha branca de menos de dois centímetros acarretaria prejuízos econômicos e sociais bilionários, como já vem ocorrendo nos Estados Unidos.
“É uma responsabilidade muito grande fazer essa análise bem feita. Estamos lidando com o sustento de famílias, é preciso fazer com o máximo de atenção”, apontou Cintia. A mesma técnica é utilizada para realizar também o diagnóstico de laringotraqueíte, a única diferença é que são usados 25mL de soro, em vez dos 50mL para a Influenza Aviária.
Este importante conhecimento já está sendo passado adiante para que a sanidade avícola continue contando com essa prova tão criteriosa, que será feita por pessoas como Leonardo Franceschini, acadêmico do último ano de Medicina Veterinária da Universidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo) em Descalvado. Há três meses acompanhando o cotidiano do Laboratório, Leonardo já se decidiu pela patologia de aves como área de atuação.
Ele se considera no lugar certo para unir teoria de sala de aula e prática de sala de diagnósticos. “Na faculdade eu não tive, por exemplo, experiência com necrópsia, aqui eu tive, também já acompanhei coleta e os diagnósticos”, contou, orgulhoso por estar “ganhando experiência em um laboratório de referência”.
Veja fotos do Laboratório clicando aqui.

Por Hélio Filho
Mais informações
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
(11) 5067-0069

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