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Lucro do campo deverá ser maior que o esperado

Os agricultores brasileiros só têm a comemorar nesta safra: será a maior produção da história e com rentabilidade alta. Desde a intenção de plantio, o lucro das lavouras mais que dobrou em todas as regiões. Segundo levantamento exclusivo da AgraFNP, em agosto do ano passado, quando o produtor estava decidindo que cultura plantar, a soja era a lavoura mais rentável e o Paraná o local de maior lucro: 13,21%. Hoje, quando o agroempresário está colhendo sua produção, o milho é o produto mais rentável, com o Paraná seguindo na liderança: 34,43%. Naquela época, a rentabilidade estava negativa para o cereal e chegava a 0,55% para a soja no Centro-Oeste. Atualmente, os índices são de 16,56% e 22,9%, respectivamente. Para o algodão, a diferença foi de 9,27% de rentabilidade em agosto para 14,18% em março, em Mato Grosso. "Os números mostram a capacidade de recuperação dentro de uma mesma safra. A diferença de rentabilidade é fruto da valorização no preço internacional", diz Fábio Turquino Barros, analista da AgraFNP. Ele explica que tanto o milho quanto a soja tiveram alta no mercado internacional em decorrência da chamada "febre do etanol" nos Estados Unidos - o aumento da demanda para a produção do biocombustível. Entre agosto e março, as cotações da soja aumentaram 40% e as do milho 60% na bolsa de Chicago (CBOT). Barros diz que a safra atual deixa para trás "os anos marginais" do setor, que registrou perdas nas últimas duas colheitas em virtude do câmbio e também dos preços internacionais das commodities. Segundo o analista, a partir de outubro, quando a atual safra começou a ser plantada, já havia uma perspectiva de mudança no cenário. Por isso, de acordo com Barros, está conseguindo esta rentabilidade aquele produtor que comercializou mais tardiamente, como é o caso do paranaense. Os dados da consultoria mostram que o movimento de fixação de preços de soja começou em dezembro e que pelo menos 30% da colheita mato-grossense e 20% da paranaense foi contratada a partir daquele momento. As estimativas da AgraFNP são de que 83% das safras de soja de Mato Grosso e 35% do Paraná tenham sido comercializadas. Para o milho, cuja rentabilidade hoje é a maior entre as três principais culturas do País, a comercialização é de 30% da colheita no Paraná e até 50% em Goiás. "Os produtores paranaenses estão segurando, na expectativa de preços mais altos", avalia Barros. O analista explica que a diferença de rentabilidade entre o Sul e o Centro-Oeste é decorrente da logística, que diminui o preço praticado em Mato Grosso e Goiás - estados onde foram analisadas as culturas de soja e milho, respectivamente. "Vai ser um bom ano, de resgate da rentabilidade, que o setor pode quitar parte das dívidas e acelerar o processo de modernização para se preparar para os próximos anos", avalia Fábio Silveira, da RC Consultores. Ele acrescenta que o lucro aumenta porque os preços subiram mais que os custos de produção. Neila Baldi Fonte: Gazeta Mercantil

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