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Lula: abundância de captura pela pesca artesanal vem caindo na Ilha de São Sebastião

A abundância de lula capturada pela pesca artesanal nos últimos anos vem decrescendo na Ilha de São Sebastião, segundo Felippe Aldert Postuma, aluno do Curso de Pós-graduação do Instituto de Pesca (IP-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A correlação positiva encontrada entre as capturas de lula e as variáveis ambientais sugere que a população se concentra temporal e espacialmente em águas mais quentes, possivelmente levando vantagens para as estratégias de sobrevivência (por exemplo, rápido crescimento em volume de biomassa, aumento da fecundidade etc.).
“Nosso trabalho sugere que as informações prestadas pelos pescadores artesanais nos desembarques da pesca da lula são de grande relevância para o conhecimento do cenário propício a essa pesca e para a dinâmica populacional da espécie”, explica Felippe, entusiasmado com o projeto de pesquisa.
Felippe participou na cidade de Vigo (Espanha), de 7 a 11 de setembro de 2009, do Simpósio CIAC (Cephalopod International Advisory Council), que este ano abordou o tema “Os efeitos do ambiente na variabilidade em populações de cefalópodes”. Para a viagem, ele recebeu o apoio da Diretoria de Pesca da Secretaria do Meio Ambiente de São Sebastião (SP) e da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
O evento reuniu 250 pesquisadores de diversas partes do mundo, totalizando 101 apresentações orais e 91 em forma de painel. Teve como patrocinador o ICES (International Council for the Exploration of the Sea). Uma edição especial para os trabalhos apresentados foi reservada na revista “ICES Journal of Marine Science”.
Felippe, em sua Pós-graduação, é orientado pela Profa. Dra. Maria de los Angeles Gasalla, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP), que já foi pesquisadora do Instituto de Pesca. Gasalla apresentou três trabalhos no evento e participou de dois workshops com especialistas sobre os temas: “Os avanços recentes na idade - o crescimento e as estimativas de produção em cefalópodes” e “Cefalópodes - relações tróficas”.
Segundo Felippe, a diversidade de temas abordados no CIAC deu a muitos especialistas oportunidade de intercâmbio sobre diversas áreas da biologia, ecologia e pesca de cefalópodes, bem como oportunidade aos colegas dos cinco continentes, incluindo a América do Sul, de apresentar internacionalmente seus trabalhos. A boa notícia, em primeira mão, é que o Brasil será sede do próximo CIAC, em 2012.
Ostra: disciplina na exploração
Os litorais sul do estado de São Paulo e norte do Paraná abrigam o Complexo Estuarino-lagunar de Cananéia, Iguape e Paranaguá, reconhecido nacional e internacionalmente como o terceiro ecossistema mais produtivo do Atlântico-sul. Um dos principais recursos pesqueiros da região é a ostra-de-mangue Crassostrea sp. Essa atividade extrativista envolve grande parte da população da região.
Entre fevereiro de 1999 e dezembro de 2006, os pesquisadores Jocemar Tomasino Mendonça e Ingrid Cabral Machado acompanharam o desembarque de ostras trazidas pelos extrativistas profissionais, fornecendo subsídios técnicos para a implementação de normas de manejo e a consequente manutenção da sustentabilidade da atividade. Ambos os pesquisadores pertencem ao Instituto de Pesca (IP-APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
A produção, em dúzia, foi obtida através de entrevistas semanais e/ou mensais. A captura por unidade de esforço (CPUE) anual, em dúzia por dia, foi estimada pela produção total do ano dividida pelo esforço total no ano. A CPUE anual foi obtida pela média das CPUEs mensais.
Entre 1999 e 2001, houve queda significativa nos valores de produção e CPUE, coincidindo com níveis elevados de esforço pesqueiro sobre o recurso. A partir de 2002, os índices de abundância apresentaram estabilização, ocorrendo também diminuição do esforço pesqueiro seguida de estabilização.
A ostra é um recurso de livre acesso, não existindo regulamentação que limite o esforço pesqueiro ou organize o ingresso de pescadores na atividade. O ingresso é controlado pela condição de mercado do produto, havendo o risco de aumento do esforço de pesca acima do sustentável, o que demanda medidas que controlem o número de pescadores na atividade. Tais medidas, para serem efetivas, devem ser construídas em conjunto com o setor pesqueiro, a partir do subsídio de informações técnicas.
Um processo de aprendizado dinâmico tornará mais eficientes medidas de manejo, resultando na sustentabilidade do recurso. Tal fato implica a gestão da ostra de forma integrada, a partir de seus componentes ecológicos, sociais, econômicos e culturais. Outras informações podem ser obtidas com os pesquisadores pelos e-mails: jmendonca@pesca.sp.gov.br e imachado@pesca.sp.gov.br

LInk: Instituto de Pesca

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