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Manejo cultural na produção de brássicas previne a hérnia das crucíferas

A hérnia das crucíferas é uma doença radicular que pode reduzir em até 60% a produção de brássicas na olericultura, como rúcula, brócolis e couve flor. Para ajudar os produtores a lidar com o problema, a pesquisadora da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que atua na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Juliana Cristina Sodário Cruz, recomenda algumas técnicas de manejo para amenizar os efeitos da doença no campo.
No Brasil, não há produtos químicos registrados para o controle da hérnia das crucíferas, por isso, as técnicas de manejo cultural ainda é a melhor solução para prevenir a doença. Entre as técnicas especificadas pela pesquisadora estão o uso de cultivares resistentes ou tolerantes à hérnia das crucíferas, a solarização de solos, a rotação de culturas e a elevação do pH do solo.
O secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, reforça a importância das instituições de pesquisa ligadas à Secretaria, em desenvolver e transferir tecnologias aos agricultores, seguindo a orientação do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, de aproximar os produtores das instituições de pesquisa, levando conhecimento para melhorar a produção. “Embora a hérnia das crucíferas seja conhecida há muito tempo pelos horticultores, ainda é necessário o desenvolvimento de técnicas de manejo culturais mais eficientes para serem utilizadas nas condições brasileiras de cultivo, principalmente em áreas contaminadas pelo patógeno”, afirma.
Apesar de a hérnia das crucíferas preferir clima ameno – entre 20 a 25ºC – existem relatos de seu desenvolvimento em brássicas cultivadas em propriedades situadas em regiões com altas temperaturas, segundo a pesquisadora. “Isso mostra a adaptabilidade do patógeno em ambientes adversos. Uma vez presente no solo, as estruturas de resistência de Plasmodiophora brassicae, agente causal da doença, podem sobreviver e serem viáveis por longos períodos. As estruturas são facilmente transportadas por meio do solo, substratos, bandejas, mudas, água contaminada e implementos agrícolas”, afirma a pesquisadora.
A doença tem como sintoma o engrossamento e deformação das raízes e formação de hérnias, consequentes da hiperplasia celular e hipertrofia radicular, que impedem a absorção de água e nutrientes pelas plantas, especialmente em períodos mais quentes do dia, causando murchas e atrasos do desenvolvimento. “Esses sintomas podem ser confundidos com os provocados pelos nematoides, por também proporcionarem deformação no sistema radicular. Para o diagnóstico correto é necessário a realização de análises laboratoriais mais precisas”, explica Juliana. O laboratório de fitopatologia do Polo Regional Centro Oeste da APTA, em Bauru, realiza essas análises.
Juliana recomenda o uso de cultivares resistentes ou tolerantes à hérnia das crucíferas. “Entretanto, como o patógeno apresenta grande adaptação a ambientes diversos, na maioria das vezes, alguns patótipos conseguem quebrar a resistência genética das plantas no campo em período relativamente curto”, afirma. Quando a doença consegue driblar a característica da variedade, a pesquisadora da Secretaria recomenda usar técnicas de manejo como a elevação do pH do solo.  “Nessas condições de cultivo, o patógeno poderá ter dificuldade em se instalar e desenvolver a doença, impedindo que ela se instale, visto que o agente causal da hérnia das crucíferas prefere solos com pH ácidos”, diz
A solarização de solos também pode promover bons resultados, que podem ser potencializados se a técnica for associada com calagem em locais altamente infectados. Juliana explica que alguns agentes de biocontrole podem apresentar boa eficiência no manejo da hérnia das crucíferas, sendo que parte deles possuem formulação comercial de fácil transporte e uso.
A rotação de culturas é outra técnica interessante para o controle da hérnia das crucíferas. O plantio de espinafre e aveia comum, por exemplo, antes do cultivo da couve chinesa, favorece a germinação das estruturas de resistência do agente causal da doença e impedem o aumento da concentração do inoculo no solo. O pré-plantio de algumas plantas medicinais também pode reduzir o inoculo do agente causal, principalmente quando são usadas as culturas da alfavaca, menta e salsa, antes do cultivo de rúcula em rotação de cultura.
Por Fernanda Domiciano
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
19  - 2137-0616/0613

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