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Nova variedade de amendoim IAC com alto teor de ácido oleico foi apresentada na Agrishow 2013

Não são apenas os produtores rurais que se beneficiam das pesquisas do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Os interesses da indústria e dos consumidores também são levados em conta nos estudos de melhoramento genético. Exemplo claro é a nova variedade de amendoim IAC OL 3, que foi apresentada pela primeira vez ao público na Agrishow 2013, em Ribeirão Preto. O novo material, desenvolvido pelo Instituto, produz grãos que contêm alto teor de ácido oleico, que prolonga a vida de prateleira do produto e contribui para a redução da taxa de triglicérides, aumentando o bom colesterol dos consumidores. Para os produtores, as vantagens são produtividade superior a 10% a dos outros materiais no mercado e ciclo determinado entre 125 e 130 dias, que beneficia a rotação de cultura do amendoim com a cana-de-açúcar. 
Os grãos do amendoim IAC OL 3 são classificados no mercado de confeitaria como tipo runner e cerca de 10% deles são de calibre maior do que o de outras variedades.Os grãos da nova variedade desenvolvida pelo IAC são considerados “alto oleicos” porque apresentam 70% a 80% deste ácido. Nos materiais tradicionais, esse valor é de 40% a 50%. De acordo com o pesquisador do IAC, Ignácio José de Godoy, essa característica dobra o tempo de prateleira do produto, o que é ideal para a indústria de confeitos. “Os amendoins tradicionais se conservam por cerca de seis meses sem rancificar e perder o sabor. A nova variedade do IAC consegue se manter por 12 meses sem perda de qualidade”, afirma o pesquisador do IAC.
O ácido oleico é monoinsaturado e os alimentos ricos com esse ácido graxo contribuem para reduzir a taxa de triglicérides e aumentar as taxas do bom colesterol. Cerca de 80% da produção nacional de amendoim é destinada à indústria de confeitos, sendo que 54% permanece no Brasil e 27% é exportada.
Outra vantagem do novo material é a duração do ciclo da cultura, definido entre 125 e 130 dias. Essa característica é uma vantagem em variedades de porte rasteiro. “Cerca de 80% das lavouras de amendoim em São Paulo são plantadas nos intervalos de renovação da cana-de-açúcar. Esses intervalos devem ser curtos, de no máximo 130 dias, para não atrapalhar o próximo plantio da cana. Nas variedades IAC 503 e IAC 505 – também alto oleicas – o ciclo excede esse período”, explica Godoy.
De acordo com o pesquisador, o amendoim é autossuficiente em nitrogênio, enriquecendo o solo com esse elemento e outros nutrientes, por meio da palhada, beneficiando a cultura da cana-de-açúcar. “Além disso, o amendoim é tolerante a nematoides, ajudando a diminuir a incidência nas áreas com a cultura”, afirma.
O amendoim IAC OL 3 tem produtividade média de 4.500 kg/ha, mas com potencial produtivo para 7 mil kg/ha, do produto em casca. Essa quantidade é 10% superior à do IAC 886, variedade bastante conhecida pelos produtores paulistas.
O porte rasteiro do material permite que a colheita mecânica seja feita com rapidez e qualidade, com o perfeito enleiramento das plantas na linha e sem a necessidade de mão de obra para a operação. “Cerca de 70% do amendoim no Brasil é colhido mecanicamente. Em São Paulo, podemos afirmar que 100% desses grãos são colhidos dessa forma. Por isso, a importância em desenvolver materiais adequados para esta operação”, explica o pesquisador do IAC.
O tamanho médio dos grãos da variedade IAC OL 3 é maior do que o da variedade IAC 886, de padrão comercial conhecido como runner. “As variedades consideradas runner têm predominância de grãos com calibre de 40/50 grãos/onça. O IAC OL 3 produz grãos desse calibre e também mais de 10% de grãos com calibre maior que 38/42 grãos/onça”, afirma Godoy. A coloração dos grãos é rósea, igual à de outros materiais de tipo runner. A variedade é suscetível a doenças na parte área, como a cercosporiose e a ferrugem. Dessa forma, os produtores devem fazer o controle químico das doenças para obtenção de altos rendimentos.
Produção de amendoim
A produção brasileira de amendoim é de aproximadamente 300 mil toneladas. São Paulo é o maior produtor do País, com produção de cerca de 240 mil toneladas, o que corresponde a 80% do total. Grande parte desse volume, em torno de 80%, é destinado ao mercado de confeitos, o que representa 180 mil toneladas. O restante, cerca de 25 mil toneladas (11%), é destinado ao mercado de óleo comestível e outros 7%, ou 15 mil toneladas, para produção de sementes. São Paulo destina cerca de 60 mil toneladas de amendoim a mais de 20 países. “Essa produção tem como principais metas o bom desempenho da cultura na etapa agrícola e as boas práticas do processamento, gerando um produto de alta qualidade para o consumo como alimento. O desenvolvimento de variedades é uma das principais ferramentas tecnológicas para atingir essas metas”, explica Godoy.
Texto: Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – IAC

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