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Novos investimentos devem triplicar produção de antígenos usados no diagnóstico de brucelose e tuberculose em animais

O investimento de R$ 3,5 milhões na compra de equipamentos para o Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, deve triplicar a produção de imunobiológicos pelo Brasil até 2021 e abrir caminho para nova área de pesquisa na produção em grande escala. O IB é a única instituição brasileira autorizada a produzir os insumos que atendem o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT). Os imunobiológicos são utilizados para o diagnóstico de tuberculose e brucelose em animais. Sem esses antígenos, o País não pode vender nem comprar animais no exterior, além de prejudicar o trânsito interestadual e impactar diretamente na saúde da população. Pesquisas utilizando os novos equipamentos permitirão ainda dobrar o prazo de validade dos produtos e produzir frascos com doses menores, para atender a demanda dos pequenos produtores rurais. O Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, esteve no IB em 18 de dezembro para conhecer as aquisições.

Segundo o médico veterinário do IB, Ricardo Spacagna Jordão, o Instituto adquiriu três equipamentos para o Laboratório de Produção de Imunobiológicos, localizado em São Paulo: uma envasadora automatizada de frascos, um fermentador Single Use, que é único na América Latina e tem capacidade para produção de 300 litros – 30 vezes maior do que o usado hoje pelo Instituto –, e um sistema automatizado de ultrafiltração. Os dois primeiros equipamentos já foram instalados e as pesquisas iniciadas. O sistema de filtração deve entrar em funcionamento em março de 2020. O recurso para a compra dos equipamentos foi disponibilizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), por meio do Plano de Desenvolvimento Institucional em Pesquisa (PDIP - Processo n. 2017/50334-3).

“Esses equipamentos vieram apoiar a pesquisa aplicada para otimização de processos e novos produtos no Instituto Biológico. Nossa produção de imunobiológicos anual é de 4,5 milhões de doses, aproximadamente. Esperamos em 2020 aumentar em 38% a produção e em 2021 triplicar. Nos últimos quatro anos a produção já aumentou 2,5 vezes, sendo que para os próximos a expectativa é de aumentar esta taxa de crescimento. Com isso, poderemos atender a demanda nacional de imunobiológicos, que é de 12 milhões de doses por ano”, explica Jordão.

A melhoria da infraestrutura laboratorial também permitirá aumentar de um para dois anos o prazo de validade dos produtos, uma demanda antiga dos clientes. Outro ganho para os pecuaristas será a quantidade de doses dos produtos ofertados. Atualmente, um frasco de Tuberculina, usado para o diagnóstico de tuberculose, possui 50 doses, para brucelose AAT, 160 doses, e Prova Lenta, também usado para diagnóstico de tuberculose, 60 doses. Além dos tamanhos tradicionais, o IB passará a também ofertar frascos com 20, 64 e 24 doses, respectivamente.

“Isso é muito importante para o pequeno produtor. Se o pecuarista, por exemplo, tem dez animais na sua fazenda, não precisará comprar um frasco de 50 doses. Como trabalhamos com produto biológico não é possível guardar, ou seja, 40 doses teriam que ser descartadas. A redução nos frascos traz ganhos econômicos para o produtor, aumenta a qualidade e reduz o desperdício, que hoje é estimado em 30% por conta do tamanho dos frascos”, afirma o médico veterinário do IB. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) já autorizou o IB a produzir imunobiológicos em frascos menores.

Além do aumento da capacidade de produção e a melhoria dos produtos, o IB planeja expandir suas pesquisas na área e ampliar seu portfólio de produtos para o setor produtivo. “Os ganhos são em cascata. Maior produção significa mais recursos financeiros para a compra de equipamentos e desenvolvimento de novos produtos. Este é o início para melhorar o atendimento ao pecuarista, novas parcerias tecnológicas e aumentar o nosso portfólio”, afirma.

O Laboratório de Produção de Imunobiológicos do IB possui licença de funcionamento expedida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que garante a qualidade dos produtos produzidos pelo Instituto de pesquisa paulista. O IB comercializa os kits com imunobiológicos para 24 Estados brasileiros, além do Distrito Federal. A venda é feita para médicos veterinários habilitados, por meio de casas agropecuárias que compram estes produtos do IB.

“O Instituto Biológico está equipado com o que há de mais moderno no mundo nessa área. Estamos à frente nas pesquisas e esses equipamentos vão nos ajudar a ampliar os estudos e a produzir novos produtos para promover a sanidade no rebanho brasileiro”, afirma Ana Eugênia de Carvalho Campos, diretora-geral do IB.

O Secretário de Agricultura e Abastecimento conheceu as instalações do Laboratório e os equipamentos em visita ao Instituto Biológico em 18 de dezembro. “O IB tem expertise no desenvolvimento de pesquisas em sanidade animal. Precisamos que haja cada vez mais um trabalho integrado com a Defesa Agropecuária, para que esses resultados sejam levados para o produtor”, diz.

O que são imunobiológicos?

Os imunobiológicos são antígenos – microoganismos mortos, proteínas produzida por bactérias etc – usados para diagnosticar doenças, entre elas a tuberculose e a brucelose em diversas espécies, principalmente nos de produção, como os bovinos. O IB disponibiliza aos pecuaristas brasileiros kits para análise. Caso os animais apresentem resultado positivo na pesquisa de anticorpos, precisarão ser eutanasiados e a propriedade pode até mesmo ser interditada. “Caso a carne ou leite infectados sejam consumidos, as pessoas podem se contaminar com essas doenças, daí a importância de se fazer o controle sanitário”, afirma Jordão.

Os custos para manter a sanidade de um rebanho são bem menores do que as perdas que essas doenças podem causar. “O trabalho do IB tem grande influência no controle e erradicação da tuberculose e da brucelose, beneficiando a pecuária nacional e contribuindo para torná-la competitiva”, explica o médico veterinário do IB. Alguns países, como a Rússia, não importam carne de países com risco dessas doenças.
O Brasil busca a erradicação da brucelose e tuberculose. Segundo Jordão, estudos indicam que São Paulo possui 2,3% de animais positivos para brucelose e 1,3% para tuberculose. Os Estados Unidos calcularam que os benefícios da erradicação da tuberculose bovina poderiam chegar a 300 milhões de dólares. A brucelose bovina reduz em até 25% na produção de leite e de carne. Estima-se prejuízo anual de US$ 600 milhões na América Latina.

O diagnóstico da tuberculose e brucelose nos animais utilizando os imunobiológicos somente pode ser feita por médicos veterinários habilitados. No caso da brucelose, o diagnóstico é feito in vitro. O profissional habilitado utiliza uma gota do soro do animal e mistura com uma gota do imunobiológico para identificar se há formação de aglutinação, que são grumos da ligação antígeno-anticorpo. Se sim, o animal tem, ou já teve, brucelose. “O teste de tuberculose é feito in vivo, ou seja, o imunobiológico é injetado na pele, no pescoço do animal. O médico veterinário mede a prega formada (reação positiva na pele da tábua do pescoço do animal) e identifica se há reação ou não”, explica Jordão.

Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa - APTA
19 2137-8933

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