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Pele De Peixe: Após Curtimento, Tem Aspecto Peculiar, Inimitável!

Há sempre alguém procurando o Instituto de Pesca, vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, para obter informações sobre o curtimento de pele de peixes. André dos Santos Gouveia, de Pedreira (SP), por exemplo, viu a bolsa de um amigo revestida com couro de tilápia, de cor cinza e bem macia, e se interessou pelo segmento econômico de curtimento desse tipo de couro. Atualmente, o Instituto de Pesca não tem ações nessa área. Mas há alguns particulares e instituições que trabalham com curtimento. É o caso da Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande (MS), através do pesquisador Manuel Antônio Chagas Jacinto. Jacinto menciona, em entrevista disponível na íntegra no endereço: http://www.ipt.br/tecnologia/chat/?ARQ=39, que, normalmente, essa tecnologia é originária de países onde foi desenvolvida. Inicialmente, vieram com multinacionais e, atualmente, já existem indústrias nacionais produzindo insumos químicos para a indústria de curtimento. A questão ambiental é considerada com seriedade, diz o pesquisador, principalmente pela imposição dos órgãos ambientais. Há a idéia de reverter a água efluente do curtume, após tratada, para o processo produtivo, como maneira de implementar os pressupostos estabelecidos pela Agenda 21 de economia e reutilização da água. Segundo Jacinto, existem alguns centros de difusão de tecnologia de curtimento, como o Centro Tecnológico de Couros e Calçados do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (I.P.T.), em Franca, através de cursos periódicos; a Escola de Curtimento do Senai, no Rio Grande do Sul; a Escola de Curtimento do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, em Franca; e, em nível de pós-graduação, a Unesp de Jaboticabal. O curtimento O processo de curtimento de pele de animais aquáticos é o mesmo utilizado para pele de animais terrestres, revela o especialista. O importante é a dinâmica de processamento, que depende da atenção aos fundamentos teóricos do processo. A distribuição dos feixes de fibras de colágeno na pele de mamíferos é diferente daquela da pele de peixes. Portanto, apresentam características físico-mecânicas peculiares e aspectos que conferem vantagem a cada uma delas. O couro de boi tem a vantagem de ter grande área utilizável. Já a pele de peixe, conforme explica a professora doutora Maria Luiza Rodrigues de Souza (mlrsouza@uem.br), do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá, www.uem.br, (PR), tem a vantagem de resultar, após o curtimento, em matéria-prima de aspecto peculiar, inimitável, devido ao desenho formado na sua superfície, principalmente a pele de peixe com escamas. Cada tipo de couro, à sua maneira, sempre resulta em matéria-prima resistente e de qualidade. Nessa Universidade, a área de pesquisa com pele de peixe abre perspectivas para esse novo nicho de mercado. Stella Jacinto, da Biblioteca do Centro Tecnológico da Indústria da Moda / Laboratório de Couros e Calçados do I.P.T., informa que o Centro dispõe de dossiês compostos de artigos técnicos e artigos jornalísticos extraídos de revistas e publicações do setor coureiro (nacionais e internacionais) sobre curtimento de pele de diferentes animais: peixe, rã, jacaré, coelho etc. Stella sugere contatos com o senhor Edson Martins (clcris.martins@terra.com.br e eds.nunes@terra.com.br , de Franca, que também atua na área, com prioridade para pele de tilápias, e poderá auxiliar com informações atualizadas. Ele atende pelos telefones: (16) 3703-0540 e 9127-1131. A pele de peixe é considerada como um couro exótico e inovador, do interesse de vários segmentos econômicos para a fabricação de calçados, cintos, bolsas, roupas, capas de celular, dentre outros. SUTACO A SUTACO (Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades) deverá desenvolver um projeto nessa área, tendo como parceiros o Instituto de Pesca e o I.P.T. Segundo o seu superintendente, Claury Santos Alves da Silva, a idéia é capacitar artesãos natos de comunidades de pescadores que, por falta de outras alternativas profissionais, passam pelas dificuldades peculiares de quem vive da extração de recursos naturais, hoje bastante comprometidos. Claury explica que a criação de um núcleo de produção de couro de animais aquáticos dará destino a um subproduto atualmente não aproveitado, a pele, agregando valor ao pescado. No ramo do artesanato, há necessidade de se desenvolverem novas técnicas, novas matérias-primas e novos produtos para disputar espaço no mercado artesanal, sendo justamente esse o principal propósito da SUTACO, observa o superintendente. Outras informações sobre a SUTACO podem ser obtidas pelos telefones: (11) 3241-7326 e 3241-7327, ou e-mail: mnataide@sp.gov.br

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