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Pesquisa verifica contaminação em pescado

Trabalho coordenado pelo ITAL resultou em diagnóstico do setor e orientação aos produtores. O ITAL coordenou, entre 1998 e 2003, o projeto “Avaliação da Piscicultura Paulista”, que verificou em 40 regiões do Estado a incidência de contaminantes em pescados de pisciculturas e pesque-pagues. A iniciativa da pesquisa partiu da própria demanda dos piscicultores, que procuravam auxílio do Instituto de Pesca demonstrando desconhecimento de procedimentos para tratar da saúde dos peixes. Assim, eram utilizados produtos inadequados e que poderiam levar à contaminação do pescado. A partir desta percepção foi feito um projeto para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), no âmbito de Políticas Públicas, que previa duas fases: o diagnóstico, para verificar se realmente existia um problema, e uma pesquisa maior para detectar sua gravidade e fazer um diagnóstico mais preciso. A intenção era, a partir deste levantamento, elaborar proposta de métodos de cultivo e manejo adequados, transferir para a Coordenadoria de Defesa Animal (CDA) – instituição parceira na pesquisa - a tecnologia adequada de cultivo e manejo para viabilizar a implementação e fiscalização do projeto e, por fim, a elaboração de uma proposta de legislação para regulamentar a atividade. Segundo a coordenadora do projeto no ITAL e pesquisadora do Centro de Química, Dilza Maria Bassi Mantovani, a orientação foi o objetivo central do projeto. “Um dos objetivos era a gente fazer um diagnóstico e também levar alguma coisa de cooperação para os produtores”, conta. Dilza diz que foram coletadas amostras em quatro locais em cada uma das 40 regiões do Estado. Recolhidas amostras da água e de espécies de pescado, eram realizadas análises microbiológicas, em que foi verificada a ocorrência de coliformes fecais e salmonela. Posteriormente, o peixe era filetado e eram realizadas análises químicas verificando a presença de contaminantes inorgânicos (arsênio, cádmio, crômio, cobre, mercúrio, manganês, níquel e chumbo) e de resíduos de pesticidas. Segundo Dilza, os resultados da pesquisa não apontaram um quadro alarmante. Mas ela ressalta que a manutenção de um monitoramento é importante para que o quadro não se agrave. “A gente não sentiu nada drástico durante esse monitoramento realizado. Mas acho que é uma coisa que vai ter que ser feita periodicamente”, defende. Um dos problemas detectados foi a falta de conhecimento dos piscicultores de pequeno e médio porte sobre os procedimentos corretos a serem adotados, o que resultava na utilização de drogas proibidas e de medicamentos sem critérios técnicos. Para melhorar este cenário, foi feito e distribuído aos piscicultores um manual de procedimentos. Além disso, a CDA (na época, Agência de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo - ADAESP) assinou um termo em que se compromete a regulamentar a cadeia produtiva da piscicultura paulista. Quanto aos consumidores do pescado, cabe variar a alimentação para evitar possíveis contaminações. Vale destacar que o preparo do peixe pode eliminar a contaminação microbiológica. Mas, a contaminação química, uma vez que acontece, não tem mais como ser revertida, o que ressalta ainda mais a importância do projeto e da manutenção do monitoramento destes pescados.

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