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Pesquisador do IAC recebe prêmio Josué de Castro

O pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, José Alberto Caram de Souza Dias, recebeu o prêmio Josué de Castro, na categoria pesquisa científica, em 16 de outubro de 2015, na Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A homenagem ocorreu devido a pesquisa “Tecnologia do broto/batata-semente: aumento na disponibilidade de semente de batatinha (Solanun tuberosum) de alta sanidade, livre de vírus e outras doenças, reduzindo custos de produção e aumentando a segurança sanitária alimentar via promoção da agricultura familiar-assentados e a produção-distribuição da batatinha na alimentação”. A pesquisa foi realiza em conjunto com os pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Valdir Josué Ramos  e Eduardo Yuji Watanabe, que também foram agraciados.
O Prêmio tem o objetivo identificar e difundir iniciativas voltadas à formulação de soluções concretas para o combate à fome e a promoção da segurança alimentar e nutricional. O Governo do Estado de São Paulo, por meio do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea) são os responsáveis pelo evento.
Caram destaca a gratificação pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido há 30 anos. “Recebo este prêmio como reconhecimento de uma carreira dedicada à experimentação científica, avaliações junto aos produtores, adaptações com vistas à transferência da tecnologia gerada para o agronegócio, tanto ao de maior como de menor estrutura físico-financeiro, o que permite a aplicação direta da tecnologia, também, na agricultura familiar e na de assentados”, afirma o pesquisador do IAC.
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, Arnaldo Jardim, parabenizou os pesquisadores ligados à Pasta e destacou a importância da pesquisa. “Trabalhos como esse são essenciais para levar as tecnologias paulistas para todos os produtores. A pesquisa está alinhada às recomendações do governador Geraldo Alckmin”, afirma.
Entenda a tecnologia do broto de batata-semente
Um telado antipulgões ou campo certificado e alguns dos brotos destacados da própria batata (tubérculo/ batata semente) é tudo que o bataticultor precisa para produzir batata-semente mais barata e de forma sustentável.
Dentre as vantagens da produção de batata-semente, a partir do broto, está a redução do risco de introdução de pragas do solo que, segundo Caram, podem estar na epiderme ou na polpa dos tubérculos da batata-semente. “Se comparado à plântula, originada de técnicas de cultura de tecidos in vitro, os brotos têm maior fidelidade genética e menor custo de obtenção. Quanto à sanidade, sendo os brotos destacados de tubérculos livres de vírus, estes estarão igualmente sadios”, explica Caram.
O pesquisador do IAC explica que a vantagem é a simplicidade de como se obtém esse material de propagação para produzir as batata-semente em grande escala. Ele destaca que a técnica de cultura de tecido e a do broto são técnicas que se complementam e tornam mais eficiente, mais produtivo o sistema de obtenção de batata-semente básica, livres de vírus e outras pragas.
A tecnologia também possibilita aproveitar centenas de toneladas de brotos destacados de lotes de batata-semente básica, que são descartados pelos bataticultores anualmente. A tecnologia garante redução de custos de frete internacional, pois o broto pesa de oito a 12 vezes menos que os tubérculos.
Para a produção certificada de batata-semente a partir do broto o produtor precisa de um telado anti-afídeos para o plantio e câmara fria para o armazenamento dos brotos e minitubérculos gerados. O custo de um telado de 300 a 600 m2 pode variar de R$ 15 mil  a R$ 40 mil. O investimento pode parecer grande, mas o retorno é promissor. O custo da produção de minitubérculos/batata-semente, após a aquisição do telado, é menor. O produtor pode vender mais barato e ainda assim ter lucro satisfatório. “Ao invés de descartar o broto, o bataticultor pode utilizá-lo para a produção de um lote de tubérculo/batata-semente certificado, de alta sanidade e a baixo custo, pois não gastou com a compra do material de propagação”, defende o pesquisador do IAC.
A produção de material de propagação a partir do broto da batata também pode ser considerada sustentável. Segundo o pesquisador, de um único produto, ou seja, um tubérculo/batata-semente de 35 a 60 centímetros de diâmetro, é possível destacar até quatro brotos. O resultado é o aumento da taxa de multiplicação em até 100%, pois cada um desses brotos plantados produz, em média, três novos mini tubérculos. Aumenta-se a produção de batata-semente sem aumentar a área de cultivo, uma vez que os brotos são subprodutos naturais, e sem afetar a produtividade dos tubérculos, que rebrotam. “Faz-se uso de recursos da própria atividade de produção, favorecendo o ambiente e o agronegócio, que tem tido grande demanda na forma de agricultura sustentável”, afirma o pesquisador.
Por Mônica Galdino (MTb 47045)
Assessoria de Imprensa – IAC

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