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Pesquisadora do IEA analisa o Custo de Produção e a Rentabilidade da Cultura da Seringueira

O Brasil, que já foi o maior produtor mundial de borracha natural, hoje importa quase dois terços do que consome. Responsável por 56% da produção nacional, o Estado de São Paulo encerrou a safra 2016/17 de seringueira, da qual a borracha se origina, com produção de mais de 200 mil toneladas de coágulo, volume 11% superior ao alcançado na safra anterior (2015/16), informa o Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, a partir de dados coletados em junho de 2017, por meio de um levantamento realizado em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), também vinculada à Pasta.
“Na última safra encerrada em junho de 2017 observou-se que houve um aumento significativo da produção. Esse resultado pode ser atribuído tanto ao aumento de pés em produção como à melhora dos preços ocorrida em meados de 2017, influenciando os produtores a realizar melhor manejo na cultura aliado ao clima propício o que resultou em melhor produtividade”, explicam Marli Dias Mascarenhas Oliveira, pesquisadora do IEA e Yuzen Kunisawa Carvalho, engenheiro florestal, autores do artigo.
O levantamento indica que a exploração da seringueira está situada, principalmente, na região norte/noroeste do Estado, sendo o Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de São José do Rio Preto o maior polo produtor, com 28,9% da produção paulista, seguido pelos EDRs de General Salgado (17,9%) e Barretos (9,9%). Os EDRs que tiveram as altas mais expressivas foram General Salgado, Presidente Prudente e Jales.
Em relação aos preços recebidos, observa-se melhora em relação à safra anterior, principalmente pelo fato de ter ocorrido chuvas excessivas nos países produtores da Ásia no início de 2017, influenciando na oferta do produto, além da elevação da cotação do dólar no mesmo período. A cultura da seringueira ocupa o 19º lugar da economia agropecuária do Estado de São Paulo (0,77%). O preço médio mensal recebido pelos produtores paulistas durante a safra 2016/17 teve média de R$ 2,94/kg de coágulo. As diferenças entre a oferta e a demanda de borracha natural colocam o Brasil em situação de vulnerabilidade. Uma das formas de mitigar os riscos inerentes a produção é a gestão profissional do seringal.
Visando contribuir com o planejamento do início da safra da seringueira, que ocorre em setembro, os autores apresentam estimativas de custo de produção de implantação, formação e produção de seringueira e uma análise de resultados econômicos em função desses custos de produção, preços recebidos pelos produtores e diferentes níveis de produtividade.
Custo de Produção e a Rentabilidade da Cultura
A atividade da seringueira tem ciclo longo: as fases de implantação e formação consomem os primeiros seis anos; no sétimo, 50% das plantas encontram-se aptas para a sangria; a partir do décimo ano considera-se que o seringal tenha atingido todo seu potencial com 100% das árvores em sangria.
O custo de implantação, ou seja, o primeiro ano da cultura é o de maior valor, pois são consideradas as operações como o preparo do solo, plantio, replantio, molhação e outras operações de instalação da cultura. Para este, o custo operacional total (COT) apresenta valor de R$ 17.483,29, por hectare. Nos anos subsequentes (2º ao 6º ano), o custo de produção apresenta valores menores por apresentar operações de manejo sem sofrer o impacto, principalmente, dos custos com operações de máquinas os maiores ocorridos quando de sua implantação. A partir do 7º ano dá-se o início da sangria e os custos de produção sofrem um aumento, principalmente, pelo impacto da aquisição dos materiais para a sangria e do uso da mão de obra do sangrador. A partir do 10º ano o seringal entra em plena produção com 100% das árvores em sangria tendendo a estabilização da produção.
O item de maior participação percentual no COT é o da mão de obra, que soma 41,4% (comum, sangria tratorista e fiscal), seguido dos custos dos encargos sociais (16,6%). Outros fatores importantes são: defensivos (8,4%) e operação de máquinas (6%). Além destes, há de se levar em conta outros gastos envolvidos na produção que dependem da renda líquida para serem remunerados: o capital e a terra, o pró-labore do empresário e ainda outras despesas da propriedade.
De acordo com os autores, “o produtor precisa se concentrar no controle dos custos com a gestão eficiente dos fatores de produção e na busca de alternativas para aumento da produtividade, uma vez que os mesmos não possuem poder de controle dos preços recebidos pois estes são fixados pelo mercado”.
Para ler o artigo na íntegra e consultar as tabelas, clique aqui.
Por: Nara Guimarães
Atenciosamente,
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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