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Pesquisas monitoram qualidade do caqui

Trabalhos realizados no ITAL verificam a presença de microorganismos e procuram maneiras de melhorar a qualidade e a segurança da fruta Pesquisas realizadas no ITAL enfocaram a segurança alimentar e a qualidade de um produto agrícola com elevada importância sócio-econômica para o País: o CAQUI, cujo maior produtor é São Paulo. As pesquisas fazem parte de um projeto maior, desenvolvido desde 2003 com o apoio da FAPESP – Políticas Públicas, que reúne uma grande equipe, contando também com pesquisadores do IAC, UNICAMP, ESALQ, IEA e CEAGESP. Os trabalhos partiram das recomendações da Produção Integrada de Frutas (PIF), um Programa de Avaliação da Conformidade voluntário desenvolvido pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que visa garantir a qualidade da fruta que chega ao consumidor, racionalizando o uso de agroquímicos, preconizando a responsabilidade social e a preservação do meio ambiente. Deste modo, os grandes focos das pesquisas, desenvolvidas entre 2005 e 2006, foram detectar a presença de microorganismos na fruta e, por meio da obtenção de dados, auxiliar na ampliação da adoção de Boas Práticas Agrícolas e de Higiene. Nesse sentido, a pesquisadora do Grupo de Engenharia e Pós-Colheita, Eliane Benato, orientou o aluno de Engenharia Agrícola / UNICAMP, bolsista de PIBIC/CNPq, Henrique Sih Matsuo, em pesquisa que testou diferentes sanificantes e métodos físicos para controle de microorganismos em caqui e no ambiente de manuseio e armazenamento. “A pesquisa envolve tanto a qualidade da fruta quanto a segurança do alimento e trabalha com medidas preventivas nos segmentos da cadeia produtiva para diminuir a incidência de doenças pós-colheita”, explica Eliane. Os processos foram pensados, deste modo, visando às possibilidades de aplicação para o produtor e atacadistas. Eliane e Matsuo, além de outros pesquisadores que colaboraram com a pesquisa, enfatizaram a higienização de utensílios e dos locais de armazenamento e os próprios frutos. Cuidados fitossanitários com o caqui depois de colhido, mostraram-se especialmente importantes pelo fato de, hoje, os cuidados com a fruta serem realizados apenas na pré-colheita. Eliane afirma que, aumentar os cuidados com os galpões de embalagem e câmaras é essencial. “É primordial que o caqui chegue a um ambiente com higiene adequada e seja manuseado corretamente”, alerta. Foram, deste modo, testados sanificantes com diferentes ingredientes e identificados os mais eficientes em reduzir bolores, leveduras, aeróbios mesófilos nas caixas de colheita e a contaminação microbiana em câmaras frigoríficas. Já para controlar as doenças no próprio caqui, o método de submetê-los a altas concentrações de CO2, mostrou-se eficiente tanto para tirar a adstringência – sensação de amarrar a boca – do caqui ‘Rama Forte’, quanto no controle das doenças. O processo de destanização do caqui por altas concentrações de CO2, foi testado em escala comercial pela equipe do GEPC/ITAL, com ótimos resultados tanto nas aplicações em câmaras frigoríficas, em paletes ou em sistemas de embalagens. Tais resultados deverão contribuir com os produtores de diferentes padrões comerciais e tecnológicos, podendo incrementar as exportações dessa fruta. Ainda com relação à contaminação dos frutos, outra pesquisa, realizada pela pesquisadora Fernanda P. P. M. de Castro, coletou um total de 1150 frutas, 575 da variedade ‘Fuyu’ e 575 da variedade ‘Rama Forte’, em estabelecimento de venda em atacado e no varejo. Através de um sistema chamado Bax, foi verificada a incidência de Listeria monocytogenes, em 0,2% das amostras e de Salmonella ssp. em 0,8%. Também foi constatado que os microorganismos conseguem se reproduzir na casca do caqui. Como ambos podem oferecer riscos à saúde do consumidor, já que são possíveis transmissores de toxinfecções, vários cuidados devem ser tomados. Mais uma vez, a importância das Boas Práticas Agrícolas é confirmada pela presença desses microorganismos. Além disso, o próprio consumidor pode adotar algumas condutas para se proteger, como lavar a fruta cuidadosamente antes de consumir. Quanto aos produtores, todas as conclusões obtidas nas pesquisas inseridas no projeto da FAPESP foram e ainda serão repassadas a eles. Um workshop sobre caqui pós-colheita já está agendado para o próximo dia 07 de dezembro, no auditório da CEAGESP. Eliane conta que, os produtores são grandes parceiros da pesquisa, juntamente com a CEAGESP e a equipe da PIF-CAQUI, notando-se sensíveis mudanças no setor. “Percebemos melhorias na infra-estrutura e na qualidade do caqui. Os produtores recebem bem e participam das pesquisas”, relata. A pesquisadora esclarece, ainda, que embora haja interesse em melhorar, é necessária uma ampliação de programas de políticas públicas e de incentivo agrícola para auxiliar os produtores.

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