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Pragas urbanas aumentam no verão e causam transtornos e doenças na população, alerta IB

Elas estão por aí o ano todo, mas com o aumento da temperatura e umidade, aparecem e causam histeria, medo, nojo e até doenças na população. Baratas, mosquitos, ratos, cupins, escorpiões e carrapatos, por exemplo, são pragas urbanas encontradas em todas as estações do ano, em casas, apartamentos, escritórios, museus, comércio, indústria e outros espaços urbanos, aumentando sua ocorrência no verão. Segundo Francisco José Zorzenon, pesquisador científico e diretor técnico da Unidade Laboratorial de Referência em Pragas Urbanas do Instituto Biológico (IB-APTA), a explicação para o salto de ocorrências está nos quatro “A’s”. “Água, abrigo, alimento e acesso. Soma-se a isso a reprodução em maior frequência e velocidade em condições de temperaturas mais altas, em que a oferta de água e alimento é maior”, afirma. O Instituto Biológico é coordenado pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Exemplo claro da maior proliferação no verão são os mosquitos e pernilongos, que se reproduzem na água, onde põe ovos, e as larvas e pupas se desenvolvem. Apesar de ter uma série de locais onde a água é acumulada durante o ano todo, como caixas d’água, ralos e piscinas não cuidadas, há maior incidência em épocas chuvosas, quando poças são facilmente encontradas, calhas entupidas, pneus e latas ficam cheias de águas limpas, servindo de criadouro de mosquitos. Além de incomodar, as pragas urbanas podem transmitir doenças como dengue, febre amarela, febre Chikungunya, elefantíase, malária e diversos patógenos. De acordo com Zorzenon, não há dados sobre o aumento de pragas, mas conclui-se pelo crescimento com base em suas características e no acréscimo da procura por informações.
Para evitar a ocorrência, o pesquisador do IB sugere que as pessoas tenham em mente os quatro A’s. “Quanto mais fatores essenciais às pragas forem supridos, menores são as chances de elas se estabelecerem. Por exemplo, se deixarmos lixo ou qualquer tipo de alimento disponível e de fácil acesso, logo aparecerão baratas, ratos, moscas e formigas”, diz. O aumento da população de baratas, por exemplo, resulta em uma maior ocorrência de escorpiões e aranhas, pois são predadores, alimentando-se destas pragas. “O lixo e falta de saneamento favorecem o aparecimento e manutenção de baratas, e consequentemente mais escorpiões e aranhas surgirão. É um ciclo. Por isso, há a necessidade de prevenção contínua destas pragas”, afirma o pesquisador.
Depois de estabelecidas no ambiente, o que resta a fazer é, primeiramente, identificar se é ou não uma praga e, depois, sua espécie. Segundo Zorzenon, algumas delas são facilmente detectáveis, pois deixam resíduos, rastros e danos aparentes. Outras, somente um especialista poderá, precocemente, detectar e identificar com segurança.
O passo seguinte é o controle ou tratamento, se possível. Em alguns poucos casos, a pessoa poderá realizá-lo, mas na maioria das vezes, quando há infestações severas, o ideal é procurar uma empresa controladora de pragas urbanas. “O IB presta informação sobre como proceder em todas as etapas da identificação até a melhor maneira de controlar. Para cada caso há uma recomendação diferente. Não existe um inseticida ou produto para controlar que sirva para todas elas”, explica o pesquisador. Para ter acesso a essas informações, as pessoas podem entrar em contato com o Instituto Biológico pelo site www.biologico.sp.gov.br, por meio do Fale Conosco. O instituto recebe anualmente mais de mil consultas sobre pragas urbanas, respondidas pelos pesquisadores da Unidade Laboratorial de Referência em Pragas Urbanas, a qual Zorzenon é diretor.
Algumas pragas urbanas também são responsáveis pode causar prejuízo ao ambiente, atacando árvores. “As tempestades, comuns nesta época, mostram o precário estado fitossanitário das árvores urbanas. Muitas delas acabam tombando precocemente, devido à infestação causada por cupins, por exemplo”, explica o pesquisador do IB.
Prevenção
De acordo com Zorzenon, a prevenção contra as pragas urbanas deve ser feita com base na limpeza do ambiente. No caso de mosquitos e pernilongos, é necessário eliminar qualquer acúmulo de água. “A população e o poder público não devem se enganar e ir pelo caminho mais fácil. É comum encontrar na internet métodos de controle como o plantio da crotalária, que atrairia libélulas que controlariam o Aedes aegypti. Isso é um equívoco. Esse método não tem fundamentos e não funciona”, afirma.
Segundo ele, por conta da disseminação desse boato, algumas prefeituras inclusive chegaram a distribuir mudas de crotalária para o plantio nas casas, o que não resolveu o problema. “Aplicar vinagre e usar repelentes elétricos também não adianta. Há vídeos na internet ensinando a população a usar nebulizadores para combater os mosquitos e pernilongos, porém, esse é um método perigoso. Não se pode usar qualquer produto inseticida e sem conhecimento”, afirma. Apenas produtos permitidos, registrados e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) podem ser aplicados por pessoas qualificadas. Há o perigo de intoxicação quando as pessoas leigas resolvem fazer controle sem informação, capacitação técnica, além da falta do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s). “A melhor forma é a limpeza e atenção com relação à presença de larvas de mosquitos, evitando-se o acúmulo de água parada”, alerta.
Mas o que são pragas urbanas?
Pragas urbanas são todos os organismos que alcançam nível de dano econômico, ligado direta ou indiretamente ao homem, seus alimentos e seus pertences. “O conceito de pragas urbanas vai além do fator econômico, pois são considerados também aspectos sociais e emocionais, ligados à saúde humana, em que a praga, em si, causa incômodo e desconforto, interferindo na qualidade de vida da população”, explica o pesquisador do IB.
Muitos insetos e vários outros animais, como ratos, morcegos, pombos e aracnídeos, vivem em contato íntimo com o homem, ou seja, são sinantrópicos. Eles estão associados a cidades, invadindo e colonizando locais habitados, danificando construções, interferindo esteticamente na ornamentação de parques e jardins e transmitindo doenças a animais e aos próprios seres humanos. “Esses animais podem causar grande incomodo e desconforto em todos os níveis sociais, devido à alta adaptabilidade, capacidade reprodutiva e quantidade de abrigos e alimentos encontrados em áreas urbanizadas”, afirma Zorzenon.
As pragas urbanas dispersam facilmente pela alta capacidade reprodutiva, competição e predação reduzidas, grande adaptabilidade ao meio urbano, alimentação diversa, abrigos abundantes e dispersão facilitada pelo próprio homem em seu meio, tudo gerado e agravado pelo desequilíbrio do ecossistema urbano. “O quadrinômio água, abrigo, alimento e acesso, gerado pelo desequilíbrio ambiental – lixões, falta de saneamento básico, tratamento inadequado da água, por exemplo – inerente à cultura humana, possibilita que diversas pragas usufruam da hospitalidade inconsciente das cidades, dificultando o dia a dia de seus habitantes”, explica o pesquisador do IB.
IB pesquisa pragas urbanas há mais de 20 anos
Há mais de 20 anos, o Instituto Biológico realiza pesquisas com cupins, brocas, formigas, baratas, roedores, pragas de grãos e produtos armazenados, traças, percevejos de cama, carrapatos, dentre outras. As pesquisas buscam descobrir novas espécies de pragas e o manejo das já conhecidas. “Estudamos e testamos métodos para controlar as pragas de forma menos agressiva ao meio ambiente e a saúde da população, com uso de iscas e produtos naturais, por exemplo. As pesquisas visam, principalmente, melhorar as condições de vida das pessoas”, conta.
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa APTA
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