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Produção brasileira de café está superestimada

Investidores estrangeiros estão superestimando os números relativos à safra de café brasileira, segundo o diretor da Hencorp Commcor dos Estados Unidos, Oscar Schaps. Esta seria uma estratégia para depreciar as cotações do mercado internacional e manter o preço abaixo, segundo acreditam alguns analistas brasileiros. O levantamento ralizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não está sendo considerado no mercado externo. Schaps acredita que a produção de 32,06 milhões de sacas (60 kg) prevista para a safra atual é menor do que o previsto. É por isso, segundo diz, que as cotações da commodity estão em queda diante de uma safra brasileira menor que a anterior, devido o efeito de bianualidade. O Brasil é uma referência para a formação do preço de café por ser o maior produtor e o segundo maior consumidor. Especialistas da Conab contestam a análise do diretor da Hencorp, que afirmam que essa informação é um artifício para distorcer os preços. O analista de mercado da Conab, Jorge Queiroz, diz que existe muita gente interessada em aumentar as expectativas de produção. Desde o inicio do ano, o preço do café na bolsa de Nova York (Cybot) acumula queda de 8,11%. "Os números da Conab todo mundo questiona’’, disse Schaps. A Hencorp Commcor, uma das maiores corretoras de mercadorias e futuros do Brasil, trabalha com uma safra na atual temporada de 38 milhões de sacas de cafés. Se medir o volume de cafés consumido internamente (cerca de 16 milhões de sacas) e o exportado (28 milhões de sacas anuais), Schaps diz que os números são bem maiores que os divulgados pela Conab. Para ele, os números deveriam ser maiores porque nos últimos anos houve aumento no parque cafeeiro. Na safra 2001/02, o primeiro levantamento da estatal para o café, a produção com bianualidade negativa foi de 31,3 milhões de sacas, com área de 2,179 milhões de hectares. A produtividade foi de 14,36 sacas por hectare. Virgínia Silveira Fonte: Gazeta Mercantil

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