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Produtores de soja adotam novas medidas contra a ferrugem

A ferrugem asiática não é mais novidade, mas continua sendo a grande vilã nas lavouras de soja. Na safra passada, a de 2005/2006, a pressão da doença foi a maior desde o seu surgimento, em 2001. Por isso, este ano, além do monitoramento recomendado da lavoura, os produtores estão adotando novas medidas para reduzir o impacto da doença. Em São Paulo, parte dos produtores vai plantar mais cedo. Se o clima ajudar, a semeadura deve começar esta semana. Normalmente, o plantio é feito entre meados de outubro e fim de novembro. Na região de Itapeva (SP), o agrônomo da Casa da Agricultura, Vandir Daniel da Silva, diz que os produtores só estão no aguardo da chuva, "pelo menos 30 milímetros". O objetivo dos produtores com o plantio antecipado é fugir da pressão da ferrugem. "Há dois anos os produtores vêm plantando cada vez mais cedo." Mas isso não significa que a ferrugem não vá aparecer. Espera-se, contudo, que a incidência seja menor. Menos fungicida Silva explica que a medida deve ajudar a reduzir o número de aplicações de fungicida. "O pico de incidência da ferrugem é dezembro, época de chuva e de alta temperatura, quando a doença prolifera-se rapidamente." Esta medida, porém, não é a salvação da lavoura. Silva alerta para o risco de perdas na colheita. Com o plantio antecipado, a colheita seria feita entre meados de janeiro e início de fevereiro. "O produtor pode fugir da ferrugem, mas corre o risco de perdas com chuva excessiva", diz. "A chuva dificulta o tráfego das máquinas, deixa os grãos úmidos e sem qualidade, e pode causar brotação do grão na bainha." Mesmo assim, os produtores estão arriscando. Para o pesquisador da Embrapa Soja, João Flávio Veloso, a medida é interessante, mas é preciso que o produtor avalie a cultivar antes do plantio. "Algumas variedades têm uma característica específica, que chamamos de período juvenil, que permite seu plantio mais cedo", explica. "Se o produtor optar por um cultivar que não tenha essa característica, não vai desenvolver bem." Além disso, Veloso chama atenção para uma novidade nesta safra: o vazio sanitário de 90 dias. "Temos de esperar para ver os resultados dessa medida. " Outras medidas Além de adiantar o plantio, os agricultores também estão optando por variedades precoces. Na safra passada, a área plantada na região de Itapeva foi de 50 mil hectares, sendo 30% de variedades precoces. Nesta safra, a área deve reduzir-se 20%, para 40 mil hectares. E a área com soja precoce pode chegar a 20 mil hectares, ou 50% da área. Com o plantio de variedades precoces, entre 115 e 125 dias, o ciclo da cultura diminui e com isso o grão fica menos tempo exposto à doença. "Quanto mais tempo a soja estiver no campo, maior o risco de ferrugem." Segundo o agrônomo, o produtor que optou pela soja precoce nas duas últimas safras está satisfeito. Fez em média 1,5 aplicação de defensivos contra ferrugem e teve boa produtividade, em torno de 52 sacas/hectare. Na safra convencional, plantada em novembro, a média foi de 4 aplicações e produtividade equivalente à da precoce. O agrônomo Silva diz ainda que outra orientação importante para os sojicultores é fazer uma boa adubação de cobertura com potássio, nutriente que torna a planta mais resistente à ferrugem. "Estamos recomendando essa prática no estágio de 15 a 20 dias após a emergência. Os bons resultados compensam o investimento, que não chega a encarecer o custo."

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