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Produtores visitarão unidade da APTA em Tietê para conhecer sistemas de integração de lavoura, pecuária e floresta

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da  Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), realizará o evento “Sistemas de produção: Recuperação e renovação de áreas de pastagens degradas”, em 30 de maio de 2016, na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Tietê (APTA Regional). O objetivo do evento é mostrar para os produtores da região de Tietê os trabalhos realizados pela APTA com integração de agricultura, pecuária e produção de madeira. A UPD da APTA em Tietê já recuperou 40 hectares, aproximadamente, de pastagens degradadas com o uso dos sistemas de integração.
Os produtores da região de Tietê poderão conhecer os trabalhos da APTA em integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), integração lavoura-pecuária (ILP) e sistema agrossilvipastoril. Os sistemas têm como vantagem a melhoria na qualidade da pastagem, o aumento do conforto animal, da conservação do solo e a diversificação da fonte de renda do produtor. O principal benefício é a recuperação de pastagem, essencial para fornecer os nutrientes necessários à alimentação animal e evitar processo de degradação, como a erosão. “Recuperamos cerca de 40 hectares de pastagem na UPD da APTA em Tietê. A unidade de pesquisa servirá como uma vitrine, para que os produtores da região conheçam as vantagens e adotem os sistemas em suas propriedades”, afirma Silvio Tavares, pesquisador e diretor-técnico de departamento da APTA Regional.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo estima que 4,8 milhões de hectares de pastagem estejam em estágio mediano de degradação e outros 1,5 milhão em estágio avançado em todo o Estado de São Paulo. Tavares explica que um dos fatores limitantes para a reforma das pastagens é o custo de implantação, que precisa atender a requisitos básicos para um sistema de produção sustentável, como análise de solo, calagem, curva de nível e compra de sementes e fertilizantes. “As técnicas de integração são uma boa estratégia para um sistema de produção sustentável, pois há minimização desses custos”, explica.
O uso dos sistemas de integração na UPD da APTA em Tietê teve custo 54% menor do que o valor necessário para recuperação das pastagens de maneira convencional. Ao todo, foram investidos R$ 2.777,52, por hectare, na reforma da pastagem por meio do sistema de integração Lavoura-Pecuária, em quatro anos. Com a venda do milho, utilizado na integração, os custos foram amortizados em R$ 1.500,00. “Na unidade, ainda temos eucalipto e teca, que ajudarão a reduzir os custos do sistema ILPF, quando forem cortados”, afirma Tavares.
Os pesquisadores da Unidade de pesquisa da APTA pretendem desenvolver projetos de pesquisa que buscam o cruzamento de gado Nelore com raças européias, como Angus, Senepol e Canchim. “A ideia é fazer um cruzamento industrial utilizando essas raças com o Nelore, objetivando precocidade e qualidade de carne. Posteriormente, vamos  disponibilizar os resultados para a cadeia produtiva regional”, explica.
Segundo o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, eventos como este são importantes para diminuir a distância entre os pesquisadores e os produtores rurais. “Uma das determinações do governador Geraldo Alckmin é diminuir a distância da pesquisa do sistema de produção”, afirma.
Como funcionam os sistemas?
No ILP, o produtor consegue integrar a produção agrícola, com a pecuária. Neste sistema é possível, por exemplo, o cultivo de milho e, depois da colheita, a introdução dos animais na pastagem formada. O ILPF integra além da produção agrícola e a pecuária, a disponibilidade de madeira, como eucalipto e mogno africano, por exemplo. Depois que as árvores atingirem de dois a três metros, a cultura agrícola dá lugar a inserção do animal no sistema. Quando o animal é introduzido, o ILPF poderá evoluir para o sistema agrossilvipastoril ou para o sistema agroflorestal, em função das necessidades do produtor.
Os sistemas de integração são considerados uma revolução na agropecuária, pois possibilita o trabalho mais intenso das potencialidades dos campos tropicais. Os sistemas trazem mais tranquilidade ao produtor rural, protegendo-o das intempéries, mitigando os riscos de clima e mercado e, possibilitando uma sustentabilidade econômica mais segura.
Quatro unidades da APTA realizam pesquisa com os sistemas mencionados
Além da UPD em Tietê, a APTA conta com outras três unidades de pesquisa que realizam trabalhos com os sistemas de integração e transferem tecnologia aos produtores paulistas. Cerca de três mil pessoas já participaram de eventos de transferência de tecnologia e conhecimento promovidos pela APTA na área.
No Centro de Seringueira e Sistemas Agroflorestais, do Instituto Agronômico (IAC-APTA), em Votuporanga, o sistema agrossilvipastoril foi implantado com a produção de soja, milho, forrageira e eucalipto. Foram inseridos no sistema animais mestiços para corte sendo mais utilizados pelos produtores da região.
O Polo Regional de Andradina da APTA Regional o sistema é montado com eucalipto e animais da raça Nelore para engorda. “Desde 2012, recuperamos 30 hectares de pastagem degradada. Antes, tínhamos uma média de lotação de 0,7 unidades animais, por hectare. Atualmente, temos duas, podendo chegar até quatro unidades animais, por hectare”, afirma Gustavo Pavan Mateus, pesquisador do polo regional da APTA.
O Instituto de Zootecnia (IZ-APTA) iniciou, em 2015, o Programa de Produção Animal em Sistemas Integrados (Propasi) com o objetivo de desenvolver uma pecuária intensiva, com sustentabilidade ambiental e respeito ao bem-estar animal. Um projeto financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) busca avaliar a produção do capim-marandu e o desenvolvimento das árvores de mogno africano em cultivo exclusivo – padrões comerciais – e em sistema silvipastoril.
Por Fernanda Domiciano
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Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)

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