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Resistência de linhagens de pepino à mosca-branca é avaliada em pesquisa na PG-IAC

Pesquisa conduzida na Pós-Graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, identificou os híbridos e as linhagens de pepinos mais resistentes ao ataque da mosca-branca Bemisia tabaci biótipo B e também os suscetíveis disponíveis para os produtores. Os resultados apontaram que diversos fatores influenciam na resistência dos genótipos à mosca-branca e há aqueles que se mostraram resistentes à colonização deste inseto vetor. O trabalho foi desenvolvido no curso de mestrado da Pós-Graduação IAC, pela aluna Natália Sgobi Novaes, sob orientação do pesquisador do IAC, André Luiz Lourenção.
Os ataques da mosca-branca — que causam muitos prejuízos a diversas lavouras — iniciam-se no transplante da cultura e prossegue no decorrer de seu desenvolvimento, ocasionando, em curto prazo, redução acentuada da produtividade. “Alguns genótipos foram mais atrativos para a mosca-branca, outros foram mais preferidos para a oviposição e a cor da folha influenciou na atratividade de adultos, sendo que folhas com maior quantidade de verde atraem mais adultos do inseto”, afirma Natália.
O objetivo da pesquisa foi avaliar a resistência de linhagens de pepino da coleção do Centro de Horticultura do IAC e os híbridos comerciais, a fim de selecionar genótipos com características de resistência à mosca-branca e identificar quais tipos de resistência se manifestam nos materiais avaliados. Segundo Natália, as plantas podem apresentar três tipos diferentes de resistência ao ataque de pragas, que são a antibiose, a não-preferência e a tolerância.
Durante a pesquisa observou-se que alguns genótipos que hospedaram a praga provocam um aumento no tempo do desenvolvimento do inseto (ovo até adulto), o que caracteriza a resistência do tipo antibiose. “Genótipos que apresentam antibiose induzem aumento no ciclo do inseto, o que proporciona menor população dessa praga no campo devido ao menor número de gerações em um determinado período”, explica. Natália concluiu que, além de apresentar esse tipo de resistência, o IAC-1201 também é portador de resistência do tipo não-preferência, pois a mosca-branca é menos atraída pelo genótipo e coloca menos ovos em suas folhas.
O genótipo IAC-1214 é resistente à oviposição e à colonização pela mosca-branca. O IAC-1175, a Kybria e IAC-1311 são resistentes à colonização e à atração de adultos de mosca-branca devido à cor da folha, sendo que IAC-1311 provoca aumento no tempo do ciclo ovo-adulto de B. tabaci biótipo B. O hibrido Campeiro tem resistência à oviposição e aumento do ciclo ovo-adulto de B. tabaci biótipo B. Já o híbrido Wellington tem resistência do tipo antibiose, que é a resistência que causa alterações na biologia e desenvolvimento do inseto, e consequentemente aumento do ciclo ovo-adulto da mosca-branca.
“Alguns genótipos se mostraram resistentes à colonização da mosca-branca e foi constatado que alguns que hospedaram a praga provocaram aumento no tempo do ciclo ovo-adulto, o que caracteriza resistência por antibiose. Com isso, há uma diminuição nos ciclos e uma menor população dessa praga no campo”, explica.
As linhagens utilizadas foram obtidas junto ao Centro de Horticultura do IAC, que mantém uma coleção de genótipos de pepino usados em programas de melhoramento. As cultivares avaliadas nos experimentos são híbridos pertencentes às empresas Bayer, Sakata, Feltrin, Horticeres, Agristar e Hortec.e estão disponíveis aos produtores brasileiros.
“O sucesso do controle de pragas em uma lavoura depende de uma série de fatores e a escolha de uma variedade ou híbrido resistente à mosca-branca é o primeiro passo para um manejo bem sucedido”, afirma a ex-aluna da Pós-Graduação IAC, que realizou a pesquisa de março a novembro de 2015.
O uso de cultivar resistente pode proporcionar uma população menor dessa praga no campo e, consequentemente, reduzir os danos causados, sendo possível até evitar perdas econômicas. Dessa forma, há uma economia no uso do controle químico e, consequentemente, uma margem de lucro maior para o produtor, segundo Natália. Na média, os gastos com defensivos agrícolas na cultura são de 5 a 12% do custo total de produção, porém em determinadas regiões esse investimento pode chegar a 39%.
Variedades e híbridos resistentes reduzem população da mosca-branca
O método ideal para controlar a mosca-branca, de acordo com Natália, é o uso de variedades e híbridos resistentes, o que reduz o número de indivíduos da população da mosca-branca na lavoura. Ela recomenda também controlar plantas daninhas, que podem hospedar o inseto. A pesquisadora ressalta que a aplicação de inseticidas deve ser feita com cautela. “É preciso respeitar o período de carência de cada produto e fazer rotação de inseticidas para evitar o desenvolvimento de resistência do inseto à molécula do defensivo”, explica Natália.
A mosca-branca transmite vírus para diversas plantas cultivadas, sendo um dos principais o vírus do mosaico-dourado do feijoeiro. Em algumas regiões, é considerado um patógeno limitante para a produção de feijão. Nos Estados Unidos e México, ocorre o Squash leaf curl geminivírus (SLCV), que causa ondulações nas folhas das curcubitáceas, tais como a abóbora, melancia e pepino, e diminuição na estatura da planta, além de produzir um número elevado de flores que posteriormente são abortadas.
O Cucurbit chlorotic yellows virus (CCYV) e Cucurbit yellow stunting disorder virus (CYSDV) são dois crinivírus que ocorrem no pepino nas regiões da América do Norte e Central, causando o amarelecimento das folhas, diminuição do número de flores e diminuição do peso dos frutos. No Brasil, a principal região produtora é a Sudeste, seguida do Sul e Nordeste, que vêm aumentando significativamente suas áreas nos últimos anos. No Estado de São Paulo, as principais regiões produtoras dessa olerícola são Itapeva, Mogi das Cruzes, Jaboticabal, Itapetininga e Barretos.
Por Carla Gomes e Mônica Galdino
Assessoria de Imprensa – IAC
(19) 2137-0616/0613

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