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Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP promove treinamento de startups para atuar no setor dos agronegócios

Verificar se o produto ou serviço oferecido tem viabilidade no mercado e se de fato pode resolver o problema de seus potenciais clientes, são questões fundamentais a serem consideradas pelo empreendedor para a criação de startups, como é conhecido o modelo de negócio, adaptável, repetível, escalável e de base tecnológica. Com o intuito de auxiliar mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos nessa jornada empreendedora de transformar os mais promissores resultados de pesquisa científica em ideias de negócio, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo realizou a segunda edição do Programa de Treinamento de Startups.

Ao todo, 13 equipes participaram do treinamento, que se encerrou em 04 de novembro, oferecido pela Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Rede NIT-APTA), em parceria com o Agropolo Campinas – Brasil, plataforma interinstitucional fundamentada no conceito de inovação colaborativa. As equipes contaram com pós-graduandos, pós-doutorandos e pesquisadores do Instituto Agronômico (IAC), Instituto Biológico (IB), Instituto de Economia Agrícola (IEA), Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), Instituto de Zootecnia (IZ) e APTA Regional.

O treinamento foi ministrado por Flávio Grynszpan, consultor especializado em inovação e um dos coordenadores do curso PIPE-Empreendedor, desenvolvido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), no âmbito do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas. Grynszpan é também parceiro do Instituto Agronômico (IAC) em projetos voltados ao fomento do empreendedorismo e ao desenvolvimento de negócios com foco no agro e interface com alimentos, saúde, bioenergia e produtos químicos.

Segundo Grynszpan, o treinamento faz com que os pesquisadores e pós-graduandos saiam de seus laboratórios e vão às ruas conversar com seus potenciais clientes para verificar se de fato a ideia de negócio deles é de interesse de quem poderá consumir o produto ou serviço. “Quando você desenvolve pesquisa dentro de uma instituição, você ou a instituição define o que é prioridade a ser pesquisado. Quando você monta um negócio isso muda, pois é o cliente que manda. O dono do negócio é o cliente”, explica.

Se o cliente manda no negócio, o jeito é ouvir o que ele tem a dizer, por isso, Grynspzan faz com que os empreendedores realizem entrevistas até terem a certeza de que seu negócio resolve o problema, a dor, do cliente. Se a resposta for positiva, vale o investimento de tempo e recursos financeiros. Se não for, o jeito é mudar o negócio.

O consultor especializado em inovação explica que o desenvolvimento de startups é um caminho alternativo para transferir tecnologia ao setor produtivo. Se antes as tecnologias desenvolvidas pelos Institutos eram apenas oferecidas para as empresas já estabelecidas no mercado, hoje, é possível criar startups para que esses resultados inovadores cheguem de forma mais rápida ao seu destino.

“As grandes empresas entendem muito de seus negócios e inovam dentro dele. Elas, porém, pouco se arriscam em novos negócios, por isso, as startups têm uma grande chance de crescimento. Com elas, é possível fazer essa transferência de tecnologia mais rápido. Essas pequenas empresas podem crescer e se estabelecer no mercado ou ser absorvida por um grande grupo”, afirma.

O Brasil conta, atualmente, com cerca de 1975 startups com serviços e soluções para o agronegócio, de acordo com a 100 Open Startups, consultoria em ecossistemas de inovação, que contabilizou as empresas cadastradas em sua base até o final de abril de 2020. De acordo com a 100 Open Startups, o crescimento dessas empresas é vertiginoso desde 2017, girando em torno de 702%.

Ganho a ganho: pesquisadores participam da jornada empreendedora

Segundo a pesquisadora e diretora do NIT-IAC, Lilian Anefalos, o diferencial do treinamento foi a participação de pesquisadores de Institutos e Polos Regionais da APTA, em conjunto com os pós-graduandos. “Com isso, conectamos essa vontade de empreender com o know-how das nossas instituições, que têm forte contribuição para todo o setor dos agronegócios. Juntamos os pós-graduandos, que desenvolvem pesquisas nos Programas de Pós-Graduação dos Institutos para pensar junto com nossos pesquisadores, o que também contribui para criar uma cultura do empreendedorismo em nossas instituições”, explica.

De acordo com Lilian, a ideia é abrir o leque de opções para os pós-graduandos, mostrando que além de poderem atuar na área acadêmica, esses profissionais, com os conhecimentos adquiridos, podem criar empresas que desenvolvam soluções tecnológicas para o setor produtivo.

Grynszpan afirma que essa conexão entre pesquisadores e empreendedores traz ganhos para todos os lados. O conhecimento desses cientistas é primordial para o desenvolvimento contínuo das startups, por isso, é importante a realização do trabalho em conjunto. Por outro lado, essa aproximação do pesquisador do Instituto com empreendedor faz com que em outros projetos de pesquisa, questões relacionadas à viabilidade e necessidade do usuário da tecnologia sejam incorporadas, trazendo ganhos para todos os lados, inclusive para a sociedade.

Aplicativo para aplicação correta de adubo em hortaliças e produção de mudas em larga escala

Carolina Cinto de Moraes, quando ainda estava no curso de Mestrado na Pós-Graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do IAC, em 2015, pensou em uma solução para os produtores rurais: um aplicativo que os ajudaria a realizar a aplicação correta de adubos no cultivo de hortaliças.

Durante o Doutorado na mesma instituição, Carolina foi amadurecendo a ideia juntamente com o estatístico Rodolfo Lindemute, o então orientador Luis Felipe Villani Purquerio e o pesquisador Humberto Sampaio de Araújo da APTA. Quando estavam escrevendo o projeto para submeter ao PIPE-Fapesp surgiu a oportunidade de participar da primeira edição do treinamento, realizada em 2019. “Foi muito bom. Durante o treinamento realizamos entrevistas com possíveis clientes da empresa, como produtores rurais e empresas de sementes de hortaliças. Vimos que nossa ideia seria viável no mercado”, conta.

Os empreendedores submeteram, ainda em 2019, um projeto PIPE-FAPESP, que foi aprovado em sua fase 1. Com isso, se iniciou a startup FertiSense e receberam aporte financeiro da Fundação para o desenvolvimento do aplicativo, que neste primeiro momento tem foco na produção de cebolas e tomates.

“A adubação de hortaliças depende de questões de clima, solo e da cultivar utilizada. A ideia é que a partir de informações cadastradas pelos produtores nesse aplicativo, consigamos dar uma recomendação personalizada de adubação de acordo com essas variáveis. Isso interessa ao produtor, já que ainda não existe uma ferramenta tecnológica como essa, mas também para as empresas de sementes, que buscam cada vez mais oferecer um pacote tecnológico para os agricultores”, conta.

Mariza Monteiro também participou da primeira edição do treinamento, em 2019. Ela contou que participava de um projeto com um ex-aluno da PG-IAC e a partir do curso viu que a ideia deles era viável. Paralelamente, a partir do conhecimento adquirido, escreveu seu próprio projeto que foi aprovado pela Fapesp para receber recursos do PIPE.

“Nosso projeto é relacionado à produção de mudas em larga escala. Com o treinamento, vi que essa ideia era economicamente viável. O curso foi fundamental e hoje me ajuda no início do processo do PIPE, já que a Fapesp também oferece treinamento parecido”, conta.

Pesquisadores da APTA também recebem treinamento

Os pesquisadores dos Institutos de Pesquisa da APTA, da Secretaria de Agricultura, também receberam treinamento sobre a metodologia iCorps e a importância do papel dos cientistas na transferência de conhecimento e resultados de pesquisas para o setor produtivo.

O treinamento, também foi ministrado por Grynszpan, de 30 de julho a 20 de agosto, e contou com a participação de mais de 70 pesquisadores, indicados por cada um dos seis Institutos e Polos Regionais ligados à APTA. “Identificamos que seria interessante realizarmos um treinamento específico para os nossos pesquisadores entenderem o seu papel na transferência de conhecimento e de tecnologia ao setor produtivo, por meio de ações com foco no empreendedorismo. Foi muito positivo e esperamos realizar novas edições em breve”, conta Lilian.

Devido à pandemia do novo coronavírus, os dois treinamentos foram realizados de forma on-line.

Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa - APTA

fdomiciano@sp.gov.br

gsalmeida@sp.gov.br

 

 

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