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Secretaria de Agricultura e Abastecimento recebe as apresentações das 20 equipes após treinamento de startups da Rede NIT-APTA

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado sediou, no dia 11 de junho de 2019, por meio do Instituto Agronômico, a última etapa do Programa de Treinamento de Startups. O programa buscou fomentar o empreendedorismo e o desenvolvimento de negócios com foco no agronegócio e interface com alimentos, saúde, bioenergia e produtos químicos, a fim de transformar os mais promissores resultados de pesquisa científica em ideias de negócio. Ao todo, 24 equipes inscreveram seus projetos, sendo que 20 delas finalizaram o treinamento, 75% das equipes sinalizaram o interesse de dar continuidade na criação de startup.

O evento foi uma realização da Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Rede NIT-APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), em parceria com o Agropolo Campinas-Brasil, plataforma interinstitucional fundamentada no conceito da inovação colaborativa.

O treinamento foi aplicado pelo consultor Flavio Grynszpan, diretor do Instituto i–Corps Brasil, que também é consultor especializado em inovação na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e um dos coordenadores do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). Nessa última fase do treinamento foram realizadas apresentações sobre os projetos, desafios e mercado.

Também foi avaliado se os grupos dariam continuidade para a criação de startups via PIPE. Outra possibilidade analisada foi a continuidade de forma independente ou ainda desistir da proposta. No total 75% das equipes sinalizaram o interesse de dar continuidade na criação de startup. Os participantes avaliaram o treinamento como “muito bom” e “excelente”, além de manifestarem que as expectativas foram atendidas.

Ao todo, participaram 60 pessoas, em equipes compostas por jovens empreendedores e pelo menos um pesquisador dos institutos de pesquisa da APTA/SAA. Houve também a importante colaboração de 15 mentores — empresários e pesquisadores com larga experiência profissional e capacitados em mentoria por Grynszpan e sua equipe em cursos específicos realizado pelo Instituto i-Corps Brasil. Esses mentores acompanharam cada uma das equipes no decorrer do treinamento, durante as aulas e com reuniões periódicas com os integrantes.

Nessa última etapa, as equipes apresentaram as versões finais dos projetos, destacando os desafios encontrados e a sua nova visão do mercado potencial. Elas mostraram a evolução resultante do treinamento, destacando as mudanças ocorridas em relação ao plano inicial. O aprendizado e aprimoramento dos modelos de negócio conciliaram a teoria e a prática, por meio de encontros online e presenciais, ministrados por Grynspan e assessorados pelos mentores. As equipes também entrevistaram os potenciais clientes. Mais de 60% dos modelos de negócio sofreram alterações significativas após as realizações das entrevistas. Foram realizadas mais de 400 entrevistas ao longo do treinamento. “Ao final, as equipes puderam visualizar, com mais clareza, a viabilidade dos seus modelos de negócio e assim decidirem pela continuidade ou não dos projetos, e assim avaliar as oportunidades de fomento dos negócios pelo PIPE, ou por outras modalidades de fomento existentes”, explica Lilian Anefalos, pesquisadora do IAC e diretora do NIT-IAC.

Para Grynszpan, o treinamento possibilitou aos grupos avaliarem se os projetos atendem aos clientes. “Não tem problema desistir do projeto porque não podemos ficar apegados à ideia se ela não atende ao cliente”, diz. Ele esclarece que nem sempre a inscrição no PIPE é o melhor caminho, por exemplo, nos casos em que o produto ou modelo de negócio já estão completamente formatados. Se o projeto estiver em estágio de desenvolvimento de pesquisa, o Programa vai agregar. O PIPE é uma modalidade de fomento da fundação para impulsionar novos negócios.

O treinamento foi aberto a todos os interessados, concentrando nos programas de Pós-Graduação dos institutos de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, pesquisadores, pós-doutorandos e também ex-alunos. “Essa primeira edição teve como um de seus objetivos despertar o interesse do público-alvo e criar um ambiente favorável para disseminar o que é startup, um programa de treinamento em empreendedorismo e qual sua relação com o PIPE-FAPESP”, diz Lilian.

O pós-doutorando do IAC, Matheus Aparecido Pereira Cipriano, participou do treinamento com o grupo Bacter Up, que busca comercializar um produto biológico que otimize a produção de mudas de plantas de interesse agrícola. A equipe é composta por pesquisadores do IAC e do Instituto Biológico. Cipriano explicou que já realizava pesquisa nessa área, mas não em tinha uma visão de escala comercial. “O curso possibilitou o desenvolvimento da ideia do projeto em escala comercial, pois ampliamos o contato com os produtores que seriam os nossos clientes, permitindo conhecer as necessidades deles”, afirmou. Após a elaboração da pesquisa de mercado, a equipe observou que esse é um mercado crescente e competitivo, que necessita ainda de maior diversidade de produtos com boa qualidade a alta eficiência. O grupo dará continuidade nas pesquisas do produto e, posteriormente, enviará o projeto para avaliação do PIPE.

O grupo Solution, formado por pesquisadores do IAC e alunas de mestrado e graduação, buscou desenvolver uma ferramenta com informações agronômicas para os produtores. Letícia Morais Mendes, aluna de graduação, explica que a equipe entrevistou produtores, associações agrícolas, estudantes, viveiristas e profissionais técnicos. As pesquisas revelaram a necessidade da inclusão digital e da necessidade de mais informações para os produtores. “Ainda estamos pensando em como desenvolver o sistema para que ele seja eficiente. Entre as maiores reclamações dos produtores está a dificuldade do uso dos aplicativos existentes”, diz Letícia. Joice Firmino, estudante de pós-graduação, que também participa do grupo explica que há caso em que engenheiro agrônomo atende ao um grupo via WhatsApp. “É um sistema interessante, mas não tem como arquivar as respostas ou agrupar as principais dúvidas. Por isso, vamos elaborar melhor um modelo mais eficiente para o cliente”, afirma.

Para Grynszpan, o treinamento foi importante para os participantes, pois abriu novas perspectivas e, também, ampliou a percepção deles sobre as necessidades dos clientes. O treinamento teve a duração de um mês e meio. Na avaliação da diretora do NIT-IAC, Lilian Anefalos, essa iniciativa deve ter continuidade na instituição. “Após a finalização desse treinamento, esperamos poder auxiliar os grupos interessados na inscrição no PIPE”, comenta.

O Instituto i–CORPS Brasil
É uma iniciativa inspirada no Programa i-CORPS do governo norte-americano, que oferece formação para empreendedores com o objetivo de incentivar a criação de startups a partir de pesquisas desenvolvidas em universidades. Os conceitos do programa i-CORPS foram desenvolvidos por Steve Blank, um empreendedor norte-americano, segundo o qual, o foco do negócio a ser montado é dado pelas demandas e necessidades dos clientes. É por isso que no treinamento as equipes identificam as necessidades dos clientes e adaptam as suas ideias iniciais até que elas estejam ajustadas à realidade do mercado.

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